TEMPORAL DE AMOR | GUSTTAVO LIMA [PAUSADA]

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ELISA BELFORT

Ninguém mais ninguém menos que Gusttavo Lima. Simplesmente me bati com o cantor. O quanto eu sou azarada não está escrito. Ou posso chamar isso de sorte? Não sei! A certeza que tenho é a vergonha que estou sentindo neste momento.

Pedi desculpa duas vezes e ele super gente boa, falou que não precisava se desculpar. "Acontece! Fica tranquila!" Essas palavras que ele usou para falar comigo. Como "fica tranquila"?

Finjo plenitude e volto a realidade. Vou até o caixa pagar e elogio o lanche. O dono agradece e viro para sair.

Estava pensando se vou embora sem pedir uma foto mesmo. Por que não agir como se ele fosse uma pessoa normal? Não é qualquer dia que você encontra o Gusttavo Lima em uma lanchonete distante da capital.

É, voltei sem a foto.

Não tive coragem de pedir.

Fiquei com isso na mente até minha prima chegar e falei tudo para ela.

— Encontrei um cantor na lanchonete. - digo logo de uma vez.

— QUEM? - pergunta eufórica.

— Gusttavo Lima.

— Tirou foto com ele? - pergunta, procurando meu celular na mesa.

— Não. Não pedi para tirar foto com ele. - respondo, e ela me olha incrédula.

— Como não? Deixa de palhaçada, Elisa. - diz, indignada.

— Estou falando sério! Por que mentiria?

— Minha linda, minha querida prima, o que você tem na mente? - me balança devagar e reclamo através do olhar.

— Olha, tenho um motivo para não ter pedido a foto. - tento explicar.

— Fala!

— Quando estava indo pagar a conta simplesmente me bati com ele. - explico, bem resumido.

— É claro! Não está acostumada com isso.

— Não, não é isso que estou falando. - nego com a cabeça. — Estou me referindo a se bater mesmo. - ri, lembrando da situação. — Eu estava de costas. Fui pegar o pote e o copo de suco e simplesmente me bati nele.

— Meu Deus! - ela cai na risada. — Como eu não fui com você? Eu deveria ter ido! E o que ele falou?

— Perdeu! Mas não é isso que importa. - ri. — Ele disse que estava tudo bem. Só que, para mim, não estava naaaaada bem.

— Ficou com vergonha, né? - ela olha para mim rápido.

— Claro! Morri de vergonha! Aí eu paguei a conta e vim.

— Olha, é normal encontrar um famoso por aqui. É você ir em um barzinho e, do nada, Gusttavo Lima cantando. Usei ele como exemplo porque você acabou de encontrar o cantor.

— Deu para entender! Vocês meio que já se acostumaram com isso? - pergunto, curiosa.

— Já! É Goiânia! - ela solta uma risada divertida.

— Pelo visto vou ter que me acostumar com isso. - me encosto na geladeira.

— Fica tranquila, você terá todo tempo do mundo. Aos poucos se acostuma. Agora me diz uma coisa.. O que ele fez lá? Fiquei curiosa.

— Nada demais! Pediu um café e ficou jogando conversa fora. Ele parece ser simpático. - comento.

— E é, acredite! - ela me entrega o copo com vitamina de abacate e volta a falar. — E o Benício? Ele está se acostumando aqui?

— O Benício está amando! E fico feliz e aliviada com isso. É bom saber que meu filho se sente amado, está se divertindo, se sentindo bem, enfim, ver ele bem é tudo para mim.

— Ficamos felizes em ter vocês aqui. Sempre queríamos conhecer ele e nos aproximarmos de você, não vou mentir. A vovó sempre falou de você. Diz que lembra muito a tia e o Benício tem alguns traços dela também. - Roberta comenta.

Meu coração fica quentinho ouvindo isso. Saber que me pareço com a minha mãe, que meu filho tem traços dela.. Eu já tinha percebido isso. Queria muito que ele tivesse tido a oportunidade de conhecê-la.

— Sinto saudade da minha mãe. Queria muito que o Benício tivesse conhecido ela. - desabafo.

— Desculpa, não queria te deixar triste. - ela diz, vindo em minha direção e me dando um abraço.

— Não, não se preocupa. É uma coisa que não vai mudar, entende? Se fosse diferente..