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Minerva terminou de fazer as últimas anotações no seu livro particular, um tipo de diário onde gosta de deixar os seus pensamentos e reflexões, algo bem parecido com o que Dumbledore, seu bom e fiel amigo, fazia na penseira. Ela suspirou massageando o pescoço, observou a pequena pilha dos livros que estavam sobre a sua mesa e depois mirou a porta com certa expectativa. Já passa das quatro da tarde e mandou que ele viesse às três para conversarem, mas nada do primeiro intercambista latinoamericano aparecer, então ela fitou o quadro do antigo diretor e suspirou de novo.

-Já o viu por aí, Albus?

-Ele acaba de chegar. - o professor comentou. Minerva olhou para lá.

A porta abriu e por ela atravessou Sasuke Uchiha. Como é sábado, ele não veste o uniforme, mas uma calça jeans e uma camisa de moletom. Está surpresa como um rapaz magricelo daquele jeito tem suportado bem o clima frio da Escócia. Mas também não o vê usando outra coisa que não sejam roupas de tecido grosso. Ele parou com as mãos nos bolsos e olhou em volta.

É a primeira vez que entra naquela sala desde que foi aceito por Hogwarts. A Sra. McGonagall o acolheu e lhe deu as boas-vindas na ponte de entrada depois que a Comissão Brasileira de Magia e Bruxaria na Europa o trouxe até a Escócia. Um nome enorme para um trio de bruxos brasileiros que formam a força diplomática e que resolvem todos os problemas de bruxos brasileiros na Europa. O Ministro Bruxo Selton Krenak, chefe do Departamento Mágico no Itamaraty, deu a ordem que os três não só recebessem como escoltassem Sasuke até Hogwarts.

Assim que a diretora lhe viu, os três foram para longe da ponte e aparataram. Sasuke estava oficialmente sozinho porque é o único estrangeiro do outro lado do oceano em Hogwarts num intercâmbio que os bruxos de Castelobruxo chamam de Educação Sanduíche. Nunca entendeu o apelido, mas a lógica é basicamente metade da educação num país e a outra metade em outro.

Após fazer uma avaliação organizada por todos os professores de Hogwarts e ele ser aceito como tendo concluído os três primeiros anos da Educação Básica dos Bruxos, Minerva o matriculou diretamente no Quarto Ano e aí puseram um chapéu na sua cabeça.

Sasuke e o tal Chapéu passaram cinco minutos literalmente discutindo.

O Chapéu afirmava com todas as letras que Sasuke não se encaixava em nenhuma casa porque era muito mal educado e Sasuke reclamava que nenhum acessório de cabeça com mais de mil anos iria definir o seu futuro como se escolhesse uma caixa de leite no supermercado.

Minerva se divertiu, até riu um pouco porque era realmente curioso como os dois agiam e, por fim, o Chapéu Seletor acomodou Sasuke na casa de Salazar Sonserina porque, em sua opinião, além de tudo o que viu na mente dele, reconheceu arrogância e ambição como parte de sua natureza, assim o rapaz se viu como parte de um grupo supremacista e babaca, em sua opinião.

-Desculpe a demora, Dona Minerva. - ele ainda olhava para os quadros, atraído pelo fato das imagens se mexerem. Cumprimentou cada um que o mirava e dizia alguma coisa. A diretora notou que, a depender de sua interpretação, Sasuke fazia uma reverência com a cabeça ou acenava. Parou diante dos quadros de Alvo Dumbledore e de Severo Snape. Os dois diretores observaram-no. - Boa tarde. - sussurrou e fez uma reverência educada. Os dois acenaram com as cabeças.

-Por que demorou?

-Eu me perdi. As escadas inventaram uma marmota de ir pra lá e pra cá, que eu fiz foi me perder. Nunca vi um pantim desse. Eu tenho pra mim que andei a escola todinha antes de chegar aqui. - Minerva não entendeu nada por conta do forte sotaque dele. Sasuke acenou para os dois homens tão distintos em todos os sentidos, mas que de alguma forma o faziam lembrar de pessoas queridas. - A senhora me chamou por que, Dona Minerva?

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