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–Se eu quiser um homem
Então eu vou ter um homem
Mas nunca é minha prioridade

–Se eu quiser um homemEntão eu vou ter um homemMas nunca é minha prioridade

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New York, USA
10 de Junho de 2024


-Nós não te demos autorização para ir embora, Angel. - diz a minha mãe furiosa.

-Pois não?

-Que eu saiba, tenho mais de dezoito anos e você já não manda em mim!

-NÃO VAI EMBORA E PRONTO.

-Vai à merda, Clare.

-Respeito, Angel.

-Ou então o quê? Vai me bater? -pergunto com um sorriso no rosto -Melhor, vai me trancar no quarto, como sempre, sem comer por dias?

Ela avança na minha direção e eu rio.

-O que foi? Não consegue lidar com o fato de ser uma mãe de merda?

-É melhor ficar calada, você já não tem ninguém para te defender. Aquela velha finalmente morreu.

Agora sou eu que avanço na direção dela.

-É melhor você calar a boca - digo enquanto a sufoco - Nunca mais fale dela. Senão eu arranco a sua língua. Entendeu?

Ela acena com a cabeça positivamente.

-Eu vou embora desta casa, você nunca mais vai me tocar, não vai procurar por mim, não vai falar comigo.

-Diga um motivo para eu concordar com isso? - pergunta com a voz fraca por não conseguir respirar.

-Eu acabo com a sua vida. - sorrio mostrando todos os dentes - Acabo com o seu casamento, com a sua carreira, com tudo. Você fica sem dinheiro, sem casa, sem carro, sem as suas roupas luxuosas.

Largo o pescoço dela, agarro minha mala e começo a ir em direção à porta.

-Sabe por que se odeia tanto? - giro sobre os calcanhares para olhar para ela à espera de uma resposta.

- Porque você é igual a mim.

-Está enganada. Eu sou bem pior.

No fundo, ela tem razão. Eu me odeio, mas é por ter sido fraca durante anos, deixando-me ser espancada, tocada, passar fome e não ter lutado por mim em nenhum momento. Mas isso vai mudar agora. Já não sou fraca.

Porque eu não quero ser igual a ela, quero ser muito pior. No fundo, aprendi com ela a não demonstrar sentimentos, a investigar tudo. E sobretudo, nunca perder.

E quando o mundo começar a queimar, ela vai ser a primeira a arder.

Há uns dias comprei uma casa. Não conseguia estar naquela casa sem ter memórias do quanto eu fui vulnerável ali dentro.

My Deathly NightmaresOnde histórias criam vida. Descubra agora