Laços além da quadra

O grande secredo

O sol brilhava suavemente através das janelas enquanto Larissa se preparava para o que seria um dos dias mais aguardados dos últimos meses.

O tempo passou rapidamente, e hoje ela estava finalmente indo ao hospital para tirar o gesso do braço. Sentia uma mistura de excitação e alívio, sabendo que em breve poderia voltar a fazer as coisas com mais facilidade.

Durante esse tempo, seu medo de entrar em um carro diminuiu gradualmente. Mesmo que ainda sentisse falta de dirigir, o receio permanecia, tornando-se um obstáculo para se locomover pela cidade.

Felizmente, como ela só estava indo para o trabalho, a situação era administrável. Seu carro, um modelo simples mas útil, ainda estava no conserto após a batida, o que acrescentava uma camada de complexidade à sua rotina.

Rosa ainda estava na cidade, hospedada no hotel que se tornou sua segunda casa desde que o time de vôlei não conseguiu avançar na Liga das Nações.

Apesar das decepções esportivas, a proximidade com Larissa trouxe um conforto inesperado.

Naquela manhã, Rosa apareceu em seu Fiat Pulse preto, com interiores em couro branco que exalavam um conforto e luxo.

A diferença entre o carro de Rosa e o que Larissa estava acostumada era gritante, mas ela gostava.

Ao entrar no carro, Rosa a cumprimentou com um beijo e lhe entregou o telefone a Larissa, que a olhou com um ponto de interrogação e Rosa disse para escolher uma música.

A música da playlist escolhida por Larissa encheu o carro enquanto elas iam em direção ao hospital.

"Você está animada para finalmente tirar o gesso?" perguntou Rosa, dando uma olhada rápida para Larissa.

"Nem me fale! Não vejo a hora de poder usar esse braço de novo" respondeu Larissa, sorrindo.

"E dirigir seu carro também, né?" brincou Rosa.

Larissa deu uma risadinha. "Sim, mas ainda estou um pouco nervosa. Aquele acidente me deixou traumatizada."

Rosa assentiu, mantendo os olhos na estrada. "É compreensível. Mas você vai superar isso com o tempo gatinha" Rosa sorriu e pegou a mão de Larissa por um momento, apertando e dando um beijo no torso da mesma antes de voltar a colocá-la no volante. "E, falando em coisas boas, você notou algo na Agatha desde a nossa descoberta?"

Larissa inclinou levemente a cabeça "A ela quando está distraída fica rindo para as paredes da loja, é um pouco engraçado", disse rindo ao lembrar da cena que viu uns dias atras.

"Ai eu tô quase perguntando para a Gabi, juro não estou me aguentando Lari"

"Depois eu é que sou fofoqueira e curiosa né dona Rosamaria?"

Quando chegaram ao hospital, Rosa precisou estacionar um pouco distante da entrada devido ao movimento e ao desligar o motor, as duas saíram, ainda envoltas na conversa.

Aproximaram-se da recepção, onde Larissa informou o motivo da visita. A recepcionista, uma mulher que tinha no máximo 28 anos as atendeu com um sorriso e as direcionou para a sala de espera. Sem que percebessem, a recepcionista deslizou discretamente um pequeno papel no bolso de Larissa.

Larissa estava vestida com uma camiseta branca básica, uma calça de alfaiataria preta mais larga e tênis brancos. A jaqueta discreta que usava era necessária para o tempo um pouco frio daquele dia. Rosa, por outro lado, estava vestida de maneira semelhante, com um toque a mais de elegância.

Enquanto esperavam, Larissa sentia uma leve ansiedade e consequentemente ficava balançando as pernas constantemente e Rosa, percebendo o nervosismo de Larissa, colocando a mão na perna da que estava ao seu lado para tentar lhe passar um pouco de confiança.