A volta para casa

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O sol lutava para atravessar as nuvens cinzentas que cobriam o céu, criando uma iluminação suave e difusa no quarto do hospital. O dia estava mais frio do que o normal, um lembrete de que o inverno estava se aproximando.

O ambiente, que por dias foi a prisão de Larissa, estava agora repleto de uma atividade frenética.

Os pais de Larissa, ansiosos e aliviados, estavam ocupados ajudando-a a arrumar suas coisas para finalmente ir para casa.

A mãe dobrava cuidadosamente as roupas da filha e as guardava em uma mala pequena, uma expressão de concentração suave em seu rosto, enquanto seu pai organizava os itens de higiene pessoal e os colocava em uma bolsa de mão com movimentos meticulosos e precisos.

Eles trocavam olhares felizes por verem a filha finalmente saindo daquele ambiente hospitalar.

Larissa, sentada na cama com o braço engessado repousando em uma tipoia, observava os pais com um misto de gratidão, mas tambem de impaciência.

Ela vestia uma camiseta preta mais larga e calças de moletom, roupas simples que a faziam sentir-se um pouco mais próxima de casa, a luz que entrava pelas cortinas brancas realçava a palidez de seu rosto.

"Onde está aquele livro que eu estava lendo?" perguntou Larissa, afinal desde o momento que começavam a organizar as coisas para poderem ir embora não havia o visto mais.

"Está aqui, querida," respondeu sua mãe, entregando-lhe o livro com um sorriso afetuoso. "Não se preocupe, estamos quase terminando.

O pai de Larissa aproximou-se da cama e acariciou suavemente a cabeça da filha. "Está pronta para voltar para casa, minha menina?"

"Mais do que pronta, pai. Não aguentava mais ficar trancada aqui e tô morrendo de saudades da Sofis" respondeu Larissa, deixando escapar um suspiro de alívio com um sorriso.

Enquanto terminavam de arrumar as coisas, Rosamaria entrou no quarto com um sorriso radiante.

Ela vestia um moletom azul e jeans, uma aparência casual que contrastava com a habitual roupa de treino. Seu cabelo estava solto, caindo suavemente sobre os ombros.

Com tudo arrumado, os pais de Larissa se prepararam para assinar os papéis de alta. "Vamos até a recepção. Só vai demorar um minutinho," disse sua mãe, dirigindo-se à porta com o marido. "Rosamaria, pode ficar com ela por um momento?"

"Claro, sem problemas," respondeu Rosa.

Com um sorriso que iluminava todo o quarto, ela sentou ao lado de Larissa e, inclinando-se deu-lhe um beijo muito próximo da boca. O toque leve e a proximidade fizeram o coração de Larissa acelerar.

O sorriso de Rosa era capaz de desmontar qualquer ser humano que estivesse na sua frente.

"Bom dia, minha paciente favorita," murmurou Rosa, seus olhos brilhando com uma mistura de carinho e travessura.

"Bom dia, Rosa," respondeu Larissa, sentindo suas bochechas corarem ligeiramente. "Você sabe que está jogando sujo com esse sorriso, né?"

"Se isso te faz sentir melhor, então vale a pena." Ela pegou a mão de Larissa, entrelaçando seus dedos. "O que é a primeira coisa que você quer fazer quando chegar em casa?"

Larissa sorriu, pensando na pergunta. "Acho que quero tomar um banho bem demorado e depois me esparramar no sofá. Talvez assistir a um filme ou algo assim. E você? O que vai fazer quando eu estiver em casa?"

Rosa deu um sorriso travesso. "Provavelmente ficar pensando em você e torcendo para que me chame para assistir ao filme junto."

Larissa riu, sentindo-se mais leve do que em semanas. "Acho que podemos fazer isso acontecer."

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