DOIS

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Foreman olhou para House quando ele entrou na sala de diagnóstico pela segunda vez naquele dia.

Um traço de sorriso podia ser visto em seu rosto, que à medida que ele se aprofundava na sala acabou se extinguindo.

Foreman se perguntou qual seria a causa daquele pequeno sinal de felicidade. Então ele presumiu que era devido a alguma travessura e descartou a ideia.

-Bem, como está o doente?

A diversão que House ainda sentia pela peça que pregou em Wilson desapareceu assim que Taud respondeu à pergunta.

-O paciente tentou suicídio... pela segunda vez.

House ficou em silêncio e ergueu uma sobrancelha, sem saber o que dizer.

-Interessante.

Âmbar revirou os olhos

-Será que qualquer coisa que digamos, você responderá com "interessante"?

-Será que toda vez que você abrir a boca você vai provar que eu acertei em te chamar de "vadia implacável"? - ele contra atacou.

A loira cerrou a mandíbula e se recusou a responder enquanto Kutner olhava para a situação com um sorriso oculto, divertido por alguém minar a moral daquela garota estressante.

-Bem, o que fazemos? - perguntou Treze, que parecia ser o único que se importava com o paciente, além de Taud.

-Ideias?

Treze olhou para seus companheiros e encolheu os ombros.

-Com dores generalizadas e fortes dores de cabeça... pode ser qualquer coisa.- respondeu ele.

-Um resfriado não faz mal a ponto de querer cometer suicídio.-disse Kutner em tom zombeteiro.

-Bom! - House exclamou revirando os olhos.-Pelo menos agora sabemos que não é um resfriado, obrigado Kutner.

O jovem médico olhou para ele sem intenção de protestar e ignorou aquela resposta, tão estilo do seu chefe.

-Vamos pessoal, preciso de alguma coisa.- House os encorajou. - qualquer coisa serve, não vou demitir ninguém.

-Por que não começamos com uma ressonância magnética? - sugeriu Amber -Ela diz que está com dor de cabeça. Pelo que eu sei, o cérebro está na cabeça.

House olhou para ela e ficou grato por tê-la. Ela pode ter sido manipuladora e egoísta, mas tinha todas as condições para se tornar uma grande médica.

-Vadia implacável, você está no comando.

Amber assumiu uma expressão felina de poder absoluto e saiu da sala com os outros atrás dela em direção ao quarto do paciente e, mais tarde, no andar da radiologia.

Ao chegarem à sala, Treze se amaldiçoou por Amber ter acertado,De novo. Ele já estava farto o suficiente para que toda vez que acertasse seu ego subisse à cabeça.

-Tente não se mover, será só um minuto.- disse Kutner ao paciente antes de retornar para a sala adjacente com seus companheiros.

Os quatro, Kutner, Taud, Treze e Amber-Foreman havia desaparecido no caminho - esperaram impacientemente a realização do teste, e levaram o paciente de volta ao andar superior.

Ao se dirigirem ao escritório de House, eles pegaram as evidências uns dos outros, mas quando abriram a porta todos chegaram à mesma conclusão.

-A ressonância magnética está limpa.- relatou Taud.

House olhou para todos e assentiu, parando de jogar a bola para cima e colocando-a sobre a mesa.

-De acordo. Se não esta no cérebro... - ele deixou a frase inacabada na esperança de que seus médicos terminassem.

-Significa que são os nervos que falham ou está acontecendo algo que não vemos na ressonância magnética.

House reconheceu a voz e olhou para Kutner.

-Eu esperava isso de uma "vadia implacável", mas sim. Quando eu voltar quero mais novidades.

Foreman entrou na sala enquanto House saía.

-E?

-Cérebro ou nervos.

-Vamos lá.

Eles passaram a hora seguinte debatendo sobre por que poderia ser uma coisa e por que não outra.

-Hipernatremia.-disse Treze com determinação.

-Não causa enxaquecas tão fortes a ponto de você querer morrer.- respondeu Taud obviamente.

-Não é hipernatremia, mas o desequilíbrio eletrolítico com alto nível de sódio é uma das causas da epilepsia. - Amber apoiou Treze, e este último olhou para ela surpreso.

-Que se manifesta na forma de dores de cabeça dolorosas. - Kutner finalizou sorrindo. - e algumas delas são de morrer.

Taud não sabia mais o que responder e eles se entreolharam.

-Bom argumento!

Os médicos pularam quando a voz de House veio da mesa sem ele estar lá.

-Você colocou um bug no seu escritório? - Treze perguntou incrédulo.

-Sim, mas isso não é importante. - House sorriu de onde estava (deitado no posto de enfermagem). - Descubra se o paciente já teve ataques epilépticos ou desmaios nos últimos anos.

E com isso encerrou a comunicação e continuou assistindo seu programa preferido na televisão.

Ah, isso era a vida.

APENAS UM PASSOOnde histórias criam vida. Descubra agora