Permutas

Apenas uma chance

Notas do Autor:Este é o primeiro capítulo oficial da fic. Eu demorei pra trazer porq queria adiantar um capítulo no máximo, mas deu tantas coisas no trabalho que eu só ia demorar ainda mais, então resolvi trazer e vou escrevendo tranquilamenteEspero que gostem. Capítulo, estranhamente, revisado

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Na escuridão do seu quarto, Harry estava sentado na beirada da cama, cotovelos em suas pernas e sua cabeça apoiada em suas mãos entrelaçadas. O olhar cansado permanecia preso na fotografia dele e de Draco: as mãos pálidas dele em torno de sua cintura, descendo vagarosamente até sua bunda, enquanto as suas eram mantidas nos ombros do outro; o curto beijo que eles deram antes de Harry sibilar algo, o que havia feito Draco dar longa gargalhada. Harry se lembrava desse dia, foi um dos momentos que resolveram fingir que nada ocorria no mundo, que não existia guerra, ódio... eram apenas os dois desfrutando o namoro, sem nenhum peso do mundo em seus ombros.

Draco.

Sua mente vagava para a pergunta de Narcissa quando disse que voltaria, o olhar preocupado que ela lhe ofereceu: "Harry, você está ciente das consequências?" Harry queria ter dito com tanta convicção que sim, ele entendia os efeitos que uma viagem tão longa faria; mas era apenas uma maneira de mascarar seu próprio medo. Estava terrivelmente apavorado com o que poderia acontecer se mudasse o futuro, porém, se tivesse a mínima chance de Draco e dentre outros viverem, ele faria. E com essa determinação, ele prosseguiria com o seu plano.

— Morte! — Harry murmurou, suspirando em seguida. — Sei que você está me ouvindo. Tenho uma proposta. — Mesmo que tenha abdicado da Varinha das Varinhas, Harry ainda conseguia sentir a entidade pairando sobre seus ombros. Harry nunca contou a ninguém que ainda permanecia como Mestre da Morte, ainda não estava preparado para aceitar, queria tentar curar-se antes de fazer pesquisas e pedir ajuda aos amigos e no fim, talvez ser o Senhor da Morte fosse-lhe útil para os seus planos.

Uma sensação esmagadora invadiu o quarto, lembrava vagamente quando os Dementadores apareciam, mas a intensidade do frio era menor. Harry sabia que a Morte pairava atrás de si, a risada pitoresca fez seus pelos se arrepiarem.

— Questionava-me quando iria chamar-me.

Potter franziu a testa, não sabendo dizer se a Morte era uma mulher ou um homem. A voz parecia neutra na questão da tonalidade, mas ainda sinistra e sarcástica. Curioso, virou-se em direção à entidade, que estava sentada na poltrona próximo da janela. Mesmo olhando, Harry não saberia dizer o gênero da Morte, era quase uma mistura: longos cabelos pretos, assim como os olhos que era como encarar o próprio abismo; suas feições eram leves para algo que levava os outros para o outro lado, pequenos traços tanto femininos quanto masculinos; suas vestes eram longas, lembrando-o vagamente como um vestido, assim como uma longa capa que usava.

— Eu quero...

Morte levantou a mão, o interrompendo:

— Estou ciente de seus desejos, Harry Potter. — A entidade inclinou a cabeça, seu olhar e expressão eram afiados. — No entanto, o que isso iria beneficiar-me?

— A alma de Voldemort não permanecia despedaçada no limbo por toda a eternidade.

A risada áspera e debochada de Morte o fez ficar em alerta.

— Certamente isso seria prazeroso, no entanto, não é suficiente. — Sorrindo, a Morte circulou o estofado. — Veja bem, mestre, mesmo que eu aceitasse a proposta e o inconveniente sumisse do limbo, tirando assim minhas dores de cabeça, seria satisfatório, mas ainda assim não é o suficiente para compensar as diversas almas que colhi ao longo desses anos. — E seu olhar permanece fixo nos de seu mestre. — Então, eu lhe pergunto, Harry Potter, o que mais você irá me oferecer?