Harry poderia se afogar na imensidão cinzenta de Draco. Iria fazer questão de mostrar o quanto amava no minuto que o confronto acabasse. Havia uma lista de coisas que Harry faria junto com Draco, mas nada aconteceu como ele queria.
Voldemort foi de...
Notas do autor: A principio esse capítulo era para ser maior, mas resolvi deixar a segunda parte para o próximo, porque não queria demorar muito para atualizar e deixar muito grande, já que tenho que estudar para as provas do seletivo no final do mês e fazer os relatórios dos meus alunos, então para evitar muita enrolação~~
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Harry queria poder dizer que as coisas se tornaram mais fáceis depois que Narcissa invadiu Grimmauld, mas não. Ter o hábito de comer novamente foi horrível, na maior parte do dia ele acabava vomitando, mas a Sra. Malfoy não desistia e o incentivava a todo instante. Com tanta paciência que uma mãe poderia ter.
Ela havia praticamente se mudado desde que o encontrou no chão da sala. Eles evitaram falar sobre, mas Harry sentia seus olhares e isso o deixou péssimo. Se tinha algo que o incomodava, era a questão de estar vivo. Harry tinha certeza de que naquele ponto ele já deveria ter partido. E pensar no motivo de estar ainda respirando o deixou com o estômago revirando.
Ele não queria pensar naquilo.
Ele podia sentir pairando em suas costas.
E odiava.
Deitado ainda na cama, virou-se de lado para longe da pouca luz que entrava no cômodo. Respirou fundo ao escutar batidas suaves na porta. Harry sabia que Narcissa invadiria o local no próximo minuto toda apavorada, ela só batia por respeito. Era algo que ele não conseguia entender. Por que ela ainda estava ali? Cuidando dele, confortando-o. Mesmo que Narcissa tenha dito seus motivos, ele não conseguia compreender.
— Harry querido — Narcissa o chamou do lado de fora antes de entrar. Seus olhos rondando por todo o quarto até parar nele, ainda amontoado embaixo das cobertas. Um sorriso suave, aliviado, surgiu em seu rosto aristocrático.
A Sra. Malfoy se aproximou da cama e fez algo que Harry ainda não conseguia acreditar que alguém da alta sociedade puro sangue faria. Ainda mais por ele. Ajoelhou-se na sua frente e afastou os fios insistentes que caiam sobre seus olhos esmeraldas.
— Bom dia, querido.
Harry piscou algumas vezes antes de resmungar uma saudação. Narcissa sorriu docemente, perdendo-se em memórias de quando acordava Draco. Percebendo o desvio, Harry olhou para o lado, sabendo muito bem como ela se sentia. Draco era resmunguento quando acordava. Parecia um gato. Querendo evitar se afogar, levantou da cama e despertou Narcissa de seus devaneios. Eles tinham uma programação para o dia, afinal.
Já se passaram três meses desde que Narcissa veio morar com ele. Lucius nunca apareceu nesse meio tempo, principalmente devido à prisão domiciliar, mas Harry sabia que eles se comunicam diariamente por cartas. Monstro era o encarregado de entregá-las.
Depois daquele dia, Narcissa tinha implementado um regime alimentar, além de poções nutricionais. E quando Harry estava forte o suficiente para se manter de pé por alguns minutos, sua rotina foi mudando. Seja iniciando uma arrumação pela casa ou até mesmo uma breve caminhada pelos jardins, estes que foram arrumados pelo próprio Potter.
Após a primeira caminhada quando Narcissa comentou que pediria para Monstro arrumar o jardim, Harry praticamente implorou para cuidar ele mesmo. E mesmo aceitando com certo receio, já que ele queria fazer tudo manualmente, ela permitiu, mas insistiu que estaria presente para monitorar sua saúde.
Narcissa se levantou do chão e bateu em seu vestido, após isso se virou de costas para dar privacidade à Harry para que se trocasse.
— Então, querido, além de cuidar do jardim você tem planejado fazer algo mais tarde? — O tom de casualidade não escapou de Harry que sabia muito bem que algum pedido viria dali.
Finalizando a troca, ele se aproximou de Narcissa que percebeu o movimento e se virou.
— Você sabe que não tenho nada. — Harry olhou para sua expressão, ou melhor, sua máscara de puro sangue perfeitamente erguida que nunca mostra nada de suas verdadeiras intenções. Nem mesmo os seus olhos. Diferente de Draco. Suspirou em derrota. — O que você tem em mente?
Harry engoliu grosso ao ver o movimento da mão da Sra. Malfoy, lutou contra o instinto de fugir, mas não evitou de ficar tenso antes de se forçar a ficar relaxado ao ser acariciado no rosto. Era difícil olhar para uma figura de autoridade que quisesse seu bem e lhe desse algum carinho, a maior parte da sua vida todo o amor e carinho que queria era negligenciado.
Narcissa percebeu o seu estado e sorriu tristemente, mas permencendo com a mão no rosto do jovem, passando brevemente em seus cabelos negros com alguns nós.
— Podemos falar disso na sala de estar, enquanto você toma seu café e as poções. O que acha disso? — Era outra coisa que Narcissa fazia. Mesmo que eles tivessem um cronograma, ela sempre lhe questionava o que achava, nunca ultrapassando o limite quando ele não queria realizar algo, mas sempre tentando em outro momento.
— Eu acho agradável — suspirou em resposta, apreciando o conforto que era fornecido. Ela ainda não tinha parado de mexer em seus cabelos, desfazendo os nós antes de beijar a sua testa e se afastar.
— Vamos, então?!
Harry maneou a cabeça e a seguiu.
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Harry piscou algumas vezes antes de fazer uma careta. Ele já imaginava que o pedido de Narcissa seria algo desconfortável, mas praticamente tudo estava sendo desconfortável para Harry desde a batalha. Porém, ele jamais esperava algo do gênero.
— Você está brincando comigo? — perguntou incrédulo.
Narcissa suspirou, imaginando que o jovem bruxo reagiria daquela forma. Era compreensível, ela entendia, mas aquele pedido não vinha dela e sim de seu marido.
— Não, querido. Lucius realmente gostaria de tomar um chá com você esta tarde. — Ela crispou os lábios, meio incerta em continuar, mas cedendo por fim. — Ele disse que tinha algo do seu interesse em discutir, mas não me comunicou o que seria. Não posso dizer que estou feliz com a falta de informação, porque certamente é algo que eu iria contra.
Harry arregalou os olhos, chocado.
— E você ainda quer que eu vá até a mansão e tome um chá com ele?
A bruxa cruzou os braços, seu olhar afiado foi o suficiente para fazer Harry se acalmar.
— Eu estarei presente caso tenha esquecido disso, Harry. — Por fim ela soltou a respiração, acalmando-se. — Eu realmente não pediria isso a você, se não tivesse certeza de que nada ruim iria lhe acontecer. Lucius realmente queria conversar — ela ponderou brevemente antes de continuar, com certa cautela ao revelar —, na verdade, ele está desesperado. Eu realmente não sei o assunto, mas é algo que está fazendo Lucius dormir mal há semanas.
Isso o impressionou. Lucius Malfoy não era alguém que deixaria se abater facilmente devido a alguma questão. E, se era importante, Harry presumia que envolvia Draco. O que faria sentido ele não ter falado para sua esposa. Mordendo o lábio inferior, Harry analisou com cuidado. Era apenas uma suposição de que o tema era Draco e no fundo ele realmente queria acreditar.
Olhando para a mãe da pessoa que amou profundamente, não pode deixar de acreditar nas palavras dela de que nenhum mal lhe aconteceria. Todo o cuidado que ela teve com ele durante esses três longos meses. Os momentos tortuosos de lhe fazer comer, tomar banho e apenas caminhar pela casa. A paciência, o cuidado. Os choros noturnos em que ela não fazia a mínima ideia de que ele sabia, porque ele ouvia devido ao sono leve.
Por ela. Por Draco. Ele iria.
Notas finais: Então, no próximo capítulo teremos um chá com Lucius e uma longa conversa. Não sei quando será atualizado.
Próxima fanfic a ser atualizada: Diário de bordo de um pai alfa - Satoru x Jin - JJK
