Duas semanas haviam se passado desde o seu último encontro com a tutelada dos Forks, Srta. Rose Blackburn, e James não ouviu falar dela desde aquele dia. Na verdade, James se manteve confinado em seu quarto a maior parte do tempo que tinha livre, estudando manuscritos, preceitos, e regras sobre a vida sacra de padre. James não se deu por vencido, e aquela carta do Seminário não significava nada para ele. Aquela deveria ser a prova de sua vida, e se por acaso fossem necessárias 100, 200 ou até mesmo 1000 tentativas, ele o faria com prazer.
Os seus estudos corriam perfeitamente bem no confinamento de seu quarto, até que o padre John resolveu arrancá-lo de lá para varrer o pátio do convento, com o pretexto de que lhe faria bem um pouco de ar fresco. Enquanto varria um dos pátios do convento, James escutava a conversa nada discreta de algumas senhoras sentadas num banco de praça que tricotavam cachecóis de lã para o convento.
- Aquela mocinha está sob influências malignas! - disse uma senhora de vestido rosa, e cheio de laços - Estou certa disso!
James levantou as sobrancelhas, e discretamente se aproximou do banco em que elas estavam sentadas.
- Mas de qual delas estamos falando? - perguntou a senhora de vestido amarelo e cheio de babados.
- E de quem mais seria, Portia?! - bradou uma senhora de vestido azul escuro e bolinhas - É claro que está falando da "diabinha do Forks" - ela pediu perdão para Deus ao proferir a palavra "diabinha". - Ou melhor dizendo... a Srta. Blackburn.
Assim que ela terminou sua declaração, James tropeçou num dos pés do banco e derrubou a vassoura fazendo um barulho alto atrás do banco em que elas estavam sentadas, assustando-as.
- JESUS! - disse a senhora de azul.
James se abaixou para pegar a vassoura antes de comprimentá-las.
- Me perdoem - ele se levantou -, eu lhes assustei?
Elas pareciam estar prontas para reclamar com o responsável por aquele susto, mas no momento em que perceberam que era James, seus rostos se converteram para largos sorrisos.
- Ah! - a senhora de rosa se levantou cordialmente - Veja se não é o nosso querido James!
- Oh sim - disse a senhora de amarelo, virando o corpo ainda sentada e completamente empinada. - James, a que devemos o prazer de sua presença?
- Eu estou apenas varrendo o pátio - disse um tanto desconcertado com os olhares cortejantes delas.
- Ó céus! - a senhora de azul surgiu na frente dele de repente, e pegou a mão dele com as duas mãos - O seu tio deve lhe explorar o dia inteiro, não é verdade?
- Anh... eu não diria...
- Humpf! - a senhora de rosa surgiu do outro lado pegando sua outra mão - O padre John deveria ser mais gentil com você! Veja só como está abatido...
- Olhe como fala Rosamund! - disse a senhora de amarelo - Como pode dizer algo assim bem na cara do rapaz?!
- Nada cordial, com toda certeza - provocou a senhora de azul se inclinando ousadamente para a senhora de rosa, e ambas ainda estavam agarradas à James.
As senhoras de rosa e azul começaram a discutir enquanto espremiam James entre elas, e a senhora de amarelo apenas as provocava de longe, do outro lado do banco.
- Esperem! - ele deu um basta naquilo - Senhoras, precisamos mesmo nos sujeitar a isso?
As três pararam por uns instantes, e as duas que estavam penduradas nele soltaram os seus braços.
- De qualquer jeito... - ele sacudiu suas roupas para desamassá-las - eu não pude deixar de ouvir a conversa das senhoras - ele consertou a postura, e deu um leve sorriso. - Por acaso...
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SAINTS AND SINS
RomansaJames M. Cohen é um jovem católico de 20 anos que foi criado por seu tio, o padre John, no Convento de Rawcliffe, situado em Iorque , na Inglaterra. O sonho de James é seguir os passos de seu tio, e se tornar um padre assim como ele, e ajudar as pe...