33: Be patient with me.

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Apesar do nosso ressentimento

Nós ainda temos um santuário, lar

Ainda é um lar, ainda é um lar, é

Não é tarde demais para reconstruí-lo

Porque uma chance em um milhão

Ainda é uma chance, ainda é uma chance

E eu prefiro apostar nela

James Arthur - Train Wreck

Hazel Rhode Baldwin

Eu estava no banco de trás do carro, a caminho da escola, um estranho nervosismo me consumia. Observava o caminho passando pela minha janela atenta, talvez em busca de uma distração para a minha mente, uma tentativa de me distanciar desses pensamentos que me consumiam desde ontem à noite. Minha cabeça estava tomada por tantas informações que foram reveladas a mim no dia anterior.

Havia um nervosismo inexplicável em meu peito, que parecia se intensificar a cada minuto em que eu ficava dentro daquele carro, a caminho da escola. Não tinha conhecimento do motivo para me sentir tão aflita, mas estive inquieta durante todo o trajeto, talvez antecipando algo que nem vai acontecer. Não havia razões claras e específicas para que eu estivesse nesse estado, talvez o motivo seja que hoje será o primeiro dia em que Justin e eu estaremos juntos na escola. Não pensei muito nisso, mas é um pouco assustador, pois estamos falando da escola. Isso significa que o momento mais mágico na vida de uma pessoa pode se tornar o mais traumatizante em um piscar de olhos.

O meu nervosismo também pode ser graças a tudo o que aconteceu ontem: a conversa com AJ e, então, a conversa com Justin. Foi tanta coisa para absorver. Saber que AJ também gosta de homens, que ele e Justin foram amigos, ou que a namorada atual de meu irmão é ex-namorada do meu namorado, é tanta coisa para absorver. Sem falar que AJ revelou ter sido apaixonado por Justin por um tempo e que o que aconteceu naquele dia não foi só calor do momento, e no fundo, sinto que AJ ainda sente algo por Justin, mesmo que pouco.

Não sei como as coisas estarão entre mim e Justin. Ontem nós estávamos resolvidos; admito que a naturalidade entre nós mudou, que nossa relação está abalada, mas ainda nos gostamos. Justin está disposto a lutar por mim, e eu dei essa chance a ele, mas o tempo passou, as emoções mudaram, eu não sei como iremos agir quando nos vermos hoje. Estou torcendo para que seja como se nada tivesse acontecido, mas querer isso no momento é impossível. Queria poder fingir que nada aconteceu, mas talvez eu e ele tenhamos que passar por isso para nos fortalecer. Além disso, já chegou a hora de Justin se esforçar por mim.

Sei que ontem disse que não lutaria mais por ele, mas isso não existe. Em um relacionamento, um tem que lutar pelo outro; eu só preciso confiar que lutaremos juntos daqui para frente. No entanto, esse é o problema atual: confiar em Justin agora. Para que isso dê certo, tenho que confiar nele, confiar que ele me sustentaria caso eu vacilasse, mas quando penso em alguma adversidade que possamos ter que enfrentar juntos, só imagino que, se eu não segurar a sua mão, ele não segurará a minha.

Apenas saí do transe em que estava praticamente presa quando Sean abriu a porta do carro para mim. Eu peguei a minha mochila e agradeci, saindo do carro. Respirei fundo e observei o ambiente ao meu redor, à procura de um rosto conhecido. Imediatamente, encontrei Justin. Ele parecia nervoso em me ver, como se não soubesse a maneira correta de se comportar, o que deixa essa situação ainda mais desconfortável, pois eu também não sei. Só o que eu sei é que quero ele comigo, mas são tantos impasses. Queria que tudo voltasse a ser como era antes, mas não é possível quando antes eu confiava nele, e agora não mais.

Eu escolhi dar a ele uma chance de se redimir, mas não sei o que uma segunda chance significaria. Nós continuamos de onde paramos ou iniciamos tudo desde o começo? Talvez eu devesse decidir isso com ele.

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