Capítulo I: O Início de Algo Novo

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Era um sábado nublado quando Clara chegou em casa com Rebeca Weed. As duas estavam trabalhando em um projeto para a empresa jornalística em que trabalhavam, enquanto eu ainda cursava medicina na universidade federal. A presença de Rebeca sempre trazia uma energia diferente ao ambiente, uma combinação de determinação e charme que era difícil de ignorar.

Eu estava na cozinha, preparando uma xícara de café, quando ouvi as risadas delas entrando pela porta da frente. Clara apresentava Rebeca como sua parceira de investigação mais talentosa, sempre pronta para desvendar os mistérios mais complexos. Hoje, não era diferente. Elas discutiam animadamente sobre uma matéria criminal, um caso de desaparecimento que vinha desafiando a polícia local.

Observando-as de longe, meu olhar sempre acabava se fixando em Rebeca. Havia algo hipnotizante nela, uma combinação de inteligência afiada e beleza desconcertante. Rebeca tinha um jeito particular de prender o cabelo quando queria focar intensamente, deixando à mostra um pescoço elegante e uma expressão de pura concentração. Ela interligava pistas com fios coloridos na parede, traçando conexões que ninguém mais conseguia ver.

Enquanto mexia meu café, tentando me concentrar no aroma delicioso, percebi que meu coração acelerava sempre que Rebeca estava por perto. Era uma sensação nova e desconcertante. Eu só havia namorado homens até então, e agora me via atraída por essa mulher incrível. E que mulher.

Naquela tarde, Clara e Rebeca decidiram transformar a sala de estar em uma espécie de quartel-general. Espalharam documentos, fotos e mapas por toda parte. Eu observava, fingindo estudar, mas não conseguia desviar os olhos de Rebeca. Cada movimento dela, cada sorriso compartilhado com Clara, fazia meu coração bater mais rápido.

De vez em quando, Rebeca me lançava um olhar curioso, como se percebesse minha atenção. Eu me perguntava se ela poderia suspeitar dos sentimentos que começavam a brotar em mim. Sentimentos que eu mal conseguia entender, mas que eram impossíveis de ignorar.

Em um momento de pausa, Clara se levantou para buscar mais café na cozinha. Rebeca, agora sozinha na sala, parecia perdida em pensamentos. Aproveitei a oportunidade para me aproximar, tentando parecer casual.

— Oi, Rebeca. Quer um pouco de café? — perguntei, tentando esconder o nervosismo na minha voz.

Ela levantou os olhos, um sorriso suave iluminando seu rosto.

— Adoraria, Helena. Obrigada.

Enquanto preparava uma xícara para ela, tentei acalmar meus pensamentos. Talvez essa fosse a chance de conhecê-la melhor, de entender mais sobre a mulher que estava começando a dominar meus pensamentos. Rebeca era um enigma que eu queria desesperadamente desvendar, mesmo que isso significasse confrontar sentimentos que nunca antes havia experimentado.

Aquele sábado nublado marcou o início de algo novo, algo profundo e inexplicável. Mal sabia eu que esse seria apenas o começo de uma jornada que mudaria minha vida para sempre.

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