Cheguei em casa com as mãos frias e um frio na barriga. A sensação estranha de pensar que Rebeca estava beijando uma boca que não era a minha, acariciando um corpo que não era o meu, deixava-me perplexa e chocada. Me peguei perguntando se era apenas eu que sentia aquilo, se ela sequer percebia meus olhares. Eram tantas perguntas sem respostas, aumentando a sensação de borboletas no estômago.Não dormi a noite toda pensando em Rebeca, desejando beijá-la, acariciar seu corpo, tê-la completamente para mim. Eu estava enlouquecendo sozinha, acreditando que Rebeca não sentia o mesmo por mim. Ela era uma mulher incrível. Seus olhos castanhos e seu cabelo branco me enfeitiçavam, e quando ela sorria, meu mundo parecia desmoronar. Voava em emoções intensas, tudo por causa de seu sorriso brilhante. Sua pele morena me deixava cheia de desejo. Nunca a toquei, mas sabia que era macia, sempre brilhando intensamente. O cheiro dela me fascinava. Meus pensamentos sussurravam seu nome na madrugada. "Rebeca, como eu te quero para mim."
Adormeci às cinco da manhã e às seis precisava estar de pé. Às sete, ir para a faculdade.
Na aula, o professor ensinava sobre patologias crônicas e não crônicas, mas eu estava perdida em pensamentos, incapaz de prestar atenção. De repente, vi todos rindo. Assustada, perguntei à colega ao lado o que havia acontecido, e ela respondeu que todos riam de mim porque eu havia gritado o nome de Rebeca e o professor havia se assustado.
"Rebeca está dominando minha mente," pensei. "Meu coração já está sob seu domínio. Será que ela realmente não desconfia que a amo? Eu a quero, e ela será minha."
No intervalo, caminhei pelo campus, tentando clarear meus pensamentos. A presença de Rebeca parecia estar em todos os lugares, em cada detalhe. A cada esquina, me via imaginando como seria se ela estivesse ali comigo, suas mãos segurando as minhas, seu sorriso iluminando meu dia. Estava obcecada, sem saber como parar.
Decidi tomar um café para tentar me acalmar. Ao chegar à cafeteria, vi Clara com alguns amigos. Ela me convidou para juntar-se a eles, mas eu precisava de um momento sozinha. Pedi um cappuccino e sentei em um canto isolado, tentando organizar meus pensamentos.
Enquanto mexia no café distraída, meu telefone vibrou. Era uma mensagem de Rebeca: "Oi, Helena. Clara me disse que você está por aqui. Gostaria de conversar mais tarde? Tenho algumas coisas para discutir sobre a investigação."
Meu coração disparou ao ler seu nome na tela. Respondi rapidamente, tentando parecer casual: "Claro, Rebeca. Podemos nos encontrar depois das minhas aulas."
O restante do dia passei nervosa, ansiosa para vê-la. À medida que a hora se aproximava, meu coração batia mais rápido. Encontrei Rebeca na biblioteca, e ela estava tão deslumbrante como sempre. Ao nos sentarmos para conversar, percebi que estava a ponto de explodir com todos os sentimentos que guardava dentro de mim.
"Helena, você está bem?" perguntou ela, com preocupação nos olhos.
Eu queria dizer tudo, abrir meu coração, mas as palavras não saíam. Apenas balancei a cabeça, tentando segurar as lágrimas que ameaçavam cair. Rebeca segurou minha mão, e aquele simples toque fez meu coração saltar. Talvez, apenas talvez, houvesse uma chance de que ela sentisse algo também.
Mas isso, só o tempo diria. Por enquanto, tudo que eu podia fazer era tentar controlar os sentimentos que me consumiam e esperar pelo momento certo para confessar meu amor por Rebeca.
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Além dos olhares
RomanceEm um pequeno vilarejo costeiro, onde todos se conhecem e os segredos são difíceis de manter, Helena, uma adolescente introspectiva e sonhadora, descobre um sentimento novo e avassalador quando conhece Rebeca Weed, a carismática e encantadora amiga...