Na noite escura e nebulosa, o vento sussurrava entre as árvores densas da floresta isolada. O lote baldio, abandonado há décadas, era o lar do seu pesadelo. Uma vez escondida na árvore antiga e imponente, nunca foi indício de fraqueza, mas sim cautela. Tudo cercado por uma vegetação espessa que a tornava quase invisível aos olhos desavisados.
Neste cenário sombrio, havia um segredo guardado pela natureza. A garota fantasma, era real. Agora estava a centímetros dele. Sua presença era mais sentida do que vista. Sua figura pálida e translúcida se misturando às sombras da noite mesmo na pequena distância. Seus olhos, duas fagulhas brilhante de um antes azul, agora escurecido, refletindo tristeza profunda e uma solidão eterna.
A presença próxima da aparição trazia consigo risos distantes, que faziam os cabelos de Rubens enriçarem de pavor. Vozes infantis susurravam palavras ininteligíveis ao vento.
As árvores solitárias estavam ali, entrelaçadas como garras na terra escura.
Ele finalmente compreendeu com flashes de memórias antigas da garota, que pareciam refletir aos olhos humanos. Vislumbres da vida perdida da garota, sua busca interminável por uma libertação que talvez nunca mais encontraria.
Gritos ecoavam pela floresta.
Mas a figura continuava a sorrir para ele.
Antes que pudesse reagir, a garota fantasma desapareceu diante de seus olhos, deixando-o sozinho na escuridão opressiva da floresta.
Rubens imediatamente cai aos prantos.
Tudo finalmente acabou, pelo menos por enquanto.Permanece deitado ali. Suas pernas tremiam de mais. Nem sabe se conseguirá sair dali sem a ajuda de alguém.
-Eii! Alguém pode me ouvir!!!
Nada.
O barulho da floresta tomava a floresta. Dava o suspense momentâneo de que tudo estava bem. O mau sumiu por um tempo. Mas ameaçava voltar a qualquer momento.
Tudo estava calmo de mais. Mas cada vez mais Rubens demonstrava o seu desespero.
-Me ajudem!!
- Rubens, é você?
Uma penumbra se aproximava dele com receio. Escondido entre uma das árvores e mostrando apenas a cabeça.
-Richard! Garoto, estou aqui! Venha logo! - Rubens sem perceber se vê susurrando para ele.
-Espere, estou indo para aí. - Ele se revela, saindo detrás das árvores.
-Porque resolveu tirar uma soneca logo agora?
- Só me ajude a levantar.
Richard estende a mão para Rubens. Despreparado para a força. Os dois caem no chão.
-Seu....! Não podemos perder tempo aqui, está entendendo!
- Porque está susurrando? Cara, tem certeza que não pegou no sono quando entrou no meio dessas folhas secas? - Ele não conseguiu conter a risada.
- pare com isso e me ajude!
- Tá. Mas não tente me xingar por eu não conseguir.
Em um puxão Rubens consegue recompor o seu equilíbrio. Richard esboçava um sorriso manhoso, estava grato por ter conseguido dessa vez.
-Achou a minha bola?
-Ela está bem ali, próximo àquele toco de árvore. Pegue e vamos.
O garoto cruza a densidade do solo orgânico e agarra a bola.
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O Caso de Rosalinne Orssow
Horror"Lembro- me bem do dia traumático que vivi. Eu tinha um pouco menos de 8 anos. Como qualquer criança, eu gostava muito de brincar. Sempre em uma rua perto da minha casa, me encontrava com amigos que moravam por perto, onde em frente à essa rua havi...