Era segunda-feira, mais uma vez. Obrigações, escola, tarefas... Mas nada poderia me derrubar depois aceitar o pedido de namoro de um garoto doce e amável que com toda certeza, me faria muito feliz.
Me levantei da cama com um pouco de esforço, por ter ido dormir tarde no dia anterior. O que eu poderia fazer? Os lábios de Felix preenchiam minha mente, mesmo com meu cérebro suplicando para descansar um pouco.
Segui a mesma rotina com o mesmo caminho de sempre, mas estranhei não encontrar Minnie na minha porta e muito menos na rua. Cheguei no portão da escola e adentrei-o, olhando para os lados enquanto procurava por Minnie.
Fui surpreendida por um puxão leve no meu braço e um selinho suave, o qual eu demoraria um pouco para me acostumar.—Bom dia, meu amor. Como dormiu? -Ele me encarava com um lindo sorriso gentil, enquanto colocava uma mecha para trás de minha orelha.-
Tentei ignorar a agitação dentro do meu próprio corpo, causada tanto pelo beijo, tanto quanto pela sua voz grave que soava baixo tão perto de mim.
—Dormi bem! E você? -Menti. Como eu poderia explicar para ele que havia passado a noite inteira pensando nele?-
—Fico feliz! -Ele beijou minha testa delicadamente.- —Também dormi bem. Vamos para a sala?
Ele pegou na minha mão e entrelaçou nossos dedos, indo na frente e me guiando para a nossa sala, mesmo que eu já soubesse o caminho.
Ao chegar, Felix sentou em sua própria carteira, onde não parou de me olhar por um só segundo.
Vez ou outra, eu ria das feições que ele fazia e correspondia os beijos discretos que ele me lançava. Mas outra coisa que eu pude perceber, foram os olhares invejosos da cobra peçonhenta que nos fitava. Ela assistia tudo muito quieta, de vez em quando torcendo o nariz ou revirando os olhos, como sempre costumava fazer. Ele tentou se aproximar e conversar com Felix, mas ele permanecia muito ocupado me observando escrever em meu caderno.
No intervalo, mandei mensagem para Minnie, que não demorou muito mais do que cinco minutos para responder.
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Minnie 💗!"Sua piranha! Me largou sozinha aqui nesse muquifo..."
"Ai amiga, me desculpa! Acordei ruim e fiquei em casa. Pode vir me ver mais tarde?"
"Então vou ter que trabalhar sozinha também, afe...
"Tudo bem, eu vou te visitar mais tarde. Melhoras, gatinha!!""Tchau amiga, se cuida e cuidado com a tenebrosa da Karen."
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Curti sua mensagem e fui procurar meu agora namorado que estava na fila da cantina, parecendo aflito enquanto olhava para os lados.
Me perguntei o que teria feito ou o que teria acontecido para ele ficar desse jeito, tão ansioso.
Entendi rapidamente quando vi Karen do lado dele na fila. A garota não parava de falar sobre assuntos que com total certeza, Felix não estava nem um pouco interessado.
Seus olhos se iluminaram quando ele me viu, acenando para mim de um jeito fofo enquanto a outra me ignorava. Acenei de volta e me sentei numa mesa afastada, num lugar não muito cheio. Felix me seguiu, ficando comigo o tempo inteiro.—Pensei que você iria ficar com os meninos na outra mesa. -Disse antes de dar outra mordida num bolinho de morango.-
—Quero ficar com a minha namorada! -Sorriu, entrelaçando nossos dedos.-
Felix é do tipo que adora contato físico. Abraços, beijos, selinhos ou qualquer outra coisa que envolva toque físico, ele ama.
Senti minhas bochechas ruborizarem por um momento, eu não esperava por essa resposta.
—Por que você é tão adorável? Você vai me matar de fofura!! -Protestei, tentando esconder meu rosto corado com uma das mãos livres.
Depois de um tempo, o recreio acabou e posteriormente, a aula. Avisei Lixie sobre minha visita a casa de Minnie e chegando lá, a atualizei de tudo o que havia acontecido na escola.
—VOCÊ E O FELIX OQUE??? -Perguntou ela, totalmente incrédula e desacreditada.-
—É, a gente se beijou e agora estamos namorando... -Disse, segurando o riso-
—Mas gente... Esse menino não perde tempo mesmo!! Eles crescem tão rápido... -Disse ela, secando uma lágrima falsa enquanto fazia seu drama.-
—Mas mudando de assunto, eu não queria ir trabalhar sozinha... -Fiz biquinho, obviamente chateada com a ideia de trabalhar sem minha melhor amiga.-
—Amanhã eu já estou de volta, [Nome]! -Me confortou, passando a mão pelas minhas costas enquanto falava.- —Aguenta só essa, tá bom?
𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖
O resto do dia foi resumido em trocar mensagens com Lixie e Minnie, até a hora em que eu teria que trabalhar.
Já eram nove horas da noite. Meu irmão estava no quarto e meu pai só chegaria às nove. Passei pela porta de casa em silêncio e a deixei trancada, do jeito que deveria estar e em passos rápidos, cheguei até o café.
Coloquei a roupa que usávamos para o trabalho noturno e peguei o elevador, sozinha. Enquanto esperava o elevador parar no andar correto, percebi que havia deixado meu celular em casa, grande sucesso.
O elevador não demorou muito para parar no terceiro andar, onde desci e cumprimentei as meninas e a Senhorita Lee.
Lee foi rápida em explicar o que deveria ser feito: apenas uma ronda qualquer pelas ruas e se não vista nenhuma irregularidade, poderíamos voltar e descansar.
Suga e Tae nos levaram na van. Cada uma desceu num ponto diferente e se comunicaria por walk talkies.
Tudo estava muito tranquilo, sem nenhuma coisa fora do normal, até...—PEGA LADRÃO!!!
A mulher gritava enquanto via sua bolsa sendo levada por um estranho.
Eu não pensei duas vezes, pulei em cima do cara e não pensei duas vezes em arranhar o seu braço direito, que segurava a bolsa com força enquanto ele tentava se debater.
Na verdade, eu nunca gostei de fazer uso da violência, mas eu não pude evitar de dar um chute na barriga do indivíduo quando ele me xingou, bastardo.
Recuperei a bolsa, levando até a mulher que observava tudo com certo espanto.—Sua perna parece estar doendo. -Disse ela com um olhar de preocupação, olhando para o corte na minha perna e pegando a sua bolsa.
—Não tanto! -Sorri, mesmo que minha perna ardesse.-
—Toma. -Ela me deu um curativo.- —Cuidado da próxima vez. -Ela piscou para minha.- —Obrigada por ter recuperado minha bolsa.
A mulher me lançou um olhar de gratidão acompanhado de um sorriso amarelado e foi embora, na mesma direção que andava antes de ser abordada pelo homem.
Já o homem, ainda estava desacordado no chão. Talvez, eu tivesse colocado um pouco de força de mais ao ouvir ele xingar minha mãe. Sempre fui muito sensível ao tocar neste assunto, em especial.
Avisei no comunicador o ocorrido e a van veio pegar o homem, ainda caído no chão.
Depois de uma noite longa, eu só pensava em uma única coisa: Minha cama. Não via a hora de chegar em casa e me deitar para dormir, e todos presentes alí podiam perceber isso.
Suga, que dirigia o carro, me levou diretamente para casa, onde eu desci e passei pela porta tentando fazer o mínimo de esforço possível. Subi as escadas e fui diretamente para o meu quarto, deitando no colchão e não ligando para o meu celular descarregado em cima da cômoda.
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Dualidade Noturna - Lee Felix.
Fanfiction☆ [Nome] é uma garota brasileira nova na cidade de Seul. Anos após a morte de sua mãe, ela e seu pai se mudaram para a Coreia do Sul em busca de um recomeço. Com 17 anos, irá cursar o 2° ano médio numa boa escola perto de onde mora. Começando u...