VI

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Despediram-se naquela tarde e não mais se encontraram.  Rodolffo esqueceu-se de pedir o contacto dela e ela não fez questão.
Estávamos no início do Verão.   Muito provavelmente iremos cruzar-nos por aí numa praia ou esplanada qualquer.

Agosto  2 meses depois
Festas da Baía de Cascais

Eu passava no largo Camões quando vejo numa das esplanadas  Juliette que almoçava sózinha.

Procurava também um lugar para almoçar e decidi abordá-la.

- Boa tarde sumida.

- Olá.  Boa tarde.  Eu não sumi.  Estou quase sempre por aqui.

- Pois, assim será, mas nunca mais te vi e da última vez não trocámos contacto.  Posso sentar-me e almoçar contigo?

- À vontade.  Vieste ver as festas?

- Vim dar uma volta. Desanuviar da semana intensa de trabalho.  E tu já estás a trabalhar?

- Começo em Setembro.   Vou começar, na Magalhães,  SA.

- A firma do meu amigo Gustavo.

- Conhece-lo?

- Sim.  Fizemos faculdade juntos.  Cuidado que ele tem fama de pegar todas.  E que tens feito nestes dois meses?

- Praia e passeios, mas conta-me mais sobre Gustavo.

- É divorciado, tem 2 filhos gémeos que vivem com a mãe.  Tem um único defeito, mulheres.

- Hoje em dia os homens são todos assim.  Algumas mulheres também.

- Nem todos.  Há os que ainda procuram a mulher dos seus sonhos.  Aquela que vai ser para a vida toda.

- É o teu caso?

- Se aparecer...

- E a dama mascarada?

- Foi um ar que lhe deu como se diz por cá.  A danada mexeu comigo.

- Apaixonado por um fantasma.

- Quando me beijou era bem real.

Quando terminaram o almoço, Rodolffo convidou-a para irem dar uma volta até ao Guincho.

Ela aceitou e ele disse que precisava passar no apartamento dele, mas ficava em caminho.

Chegaram à Guia, Rodolffo estacionou o carro e convidou-a para subir e conhecer o apartamento.   Juliette aceitou.

Ficou deslumbrada com o espaço e a vista para o mar.

- Isto sim é um apartamento de sonho.  Um dia se Deus quiser também terei um assim.

- É só casares comigo. - Rodolffo falou em tom provocatório.

- Não fales duas vezes que eu aceito.  Já tenho fama de doida, daí até ter proveito vai um passo de pardal.

- Queres tomar um copo antes de ir?

- Pode ser.  Bebo o que tu beberes.

Rodolffo serviu 2 whiskys com gelo e sentaram-se no terraço debaixo do guarda sol.

- Quantas festas fazes aqui?

- Nenhuma.  Não gosto de festas em casa.

- E namoradas?  Quantas já conhecem este local?

- Contigo três pessoas.  A minha mãe,  uma namorada que tive há anos e agora tu.

- Que honra. 

Terminaram a bebida e ele serviu outra.  No final acabaram por não sair.  Rodolffo não ia conduzir pois tinha ingerido álcool.   Decidiram conversar ali mesmo.

Juliette aceitou.  Estava já um pouco tonta com a bebida. Deitou-se no sofá com a cabeça no colo dele.  Rodolffo fazia-lhe festas no cabelo e passou um dedo nos lábios dela.  Quando ela passou a língua humedecendo os lábios veio-lhe à memória a mascarada.

Baixou-se e deu-lhe um beijo.
Juliette levantou-se e sentou-se no colo dele.

Uma sucessão de beijos, chupões e lambidas que terminou no quarto dele onde fizeram sexo.  Há muito que Juliette estava em abstinência e Rodolffo não estando nessa situação,  também não negava fogo.

Quem viu a direcção que ela foi?Onde histórias criam vida. Descubra agora