XVIII

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Rodolffo tinha regressado há poucos meses definitivamente a Cascais. O seu colega juiz de Évora tinha regressado ao trabalho e ele retornou.

Novo ano, nova edição do famoso baile de máscaras dos Bombeiros.

Depois do primeiro baile dos dois em que trocaram o primeiro beijo, nunca mais participaram.

- Amor, vamos este ano de novo?

- E as crianças?

- Eu peço à Marta se ela vem ficar com elas. Vamos só um pouco. Voltamos cedo.

- Está bem. Se a Marta vier, tudo bem.

- Eu não quero que tu vejas a minha máscara. Vais ter que adivinhar quem eu sou.

- Não gosto disso. Se eu vir algum engraçadinho dar em cima de ti, eu saio no soco.

- Não vou deixar ninguém dar em cima de mim.

Tudo foi combinado. Desta vez Juliette não comprou a máscara. Preferiu alugar.

Chegou o dia. Pediu para Rodolffo se arrumar e ir primeiro. Ela iria depois.
Rodolffo não gostou muito da sugestão.

A máscara dele

Só depois dele sair é que ela começou a vestir- se

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Só depois dele sair é que ela começou a vestir- se. Depois de terminar, chamou um táxi e foi.

Máscara dela

A máscara não era tão arrojada como a primeira, mas não dava para identificar quem a usava

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A máscara não era tão arrojada como a primeira, mas não dava para identificar quem a usava.
Entrou no baile e tal como da primeira vez lá estava ele no bar. Desta vez não foi lá. Deambolou pelo salão como que à procura de alguém. Rodolffo terminou a bebida e foi-se aproximando discretamente de cada mascarado. Quando chegou perto dela fez uma vénia. Esta era a sua mascarada, disso tinha certeza.

Juliette virou costas, mas ele foi atrás. Ela pediu uma cerveja no bar e ele também.

- Está a gostar do baile?

- Uhm uhm. Bom.

- Concede-me está dança?

Ela aceitou e ele segurou-a pela cintura.
Terminou esta dança, dançaram mais duas vezes e num intervalo entre danças ela desapareceu.

Rodolffo procurou no salão e não a vendo saiu a perguntar.

- Alguém viu uma mascarada com a cara toda branca?

- Passou agora mesmo aqui. - disse um jovem de um grupo que estava no exterior.

- Viram para onde foi?

- Em direcção à praia.

Rodolffo seguiu até à praia e logo a avistou descalça à beira mar.
Tirou os sapatos e a máscara facial e foi ter com ela.

- Desta vez não tens fuga possível.

- Como é que soubeste tão fácil que era eu? Julguei que ia arrasar de novo.

- Cometeste um pequenino erro. Pequenino, mas que fez toda a diferença.

- Qual?

- O perfume. Eu sinto o teu cheiro a léguas.

- Assim não vale. Bolas para o perfume.

- Mas foi engraçado e desta vez alguém te viu vir para aqui. Estive sempre de olho em ti, não sei como consegues esquivar-te. Agora, vamos voltar para casa que eu quero tirar esta roupa do corpo. Trouxeste o teu carro?

- Não. Vim de táxi para regressar contigo.

Regressaram a casa. A Marta dormia no quarto das gémeas numa cama articulada e estava tudo sossegado.

Rodolffo e Juliette foram para a casa de banho retirar todas aquelas pinturas e tomar um banho. Demoraram umas boas duas horas aproveitando para uma ronda de sexo no chuveiro.

Já na cama, Juliette estava aninhada no peito dele.

- Há três anos imaginaste que poderias estar assim, Rodolffo?

- Quando te beijei a primeira vez, sim. Depois de desapareceres, não.

- Logo ao primeiro beijo?

- Sim. Por isso te procurei desesperadamente naquela noite e ninguém me soube dizer para onde foste.

- Mas o destino encarregou-se de nos juntar.

- Em boa hora o fez. Eu agradeço todos os dias a família que tenho. Não escolheria outra de jeito nenhum.

Juliette olhou para ele e trocaram um longo beijo.

FIM




Quem viu a direcção que ela foi?Onde histórias criam vida. Descubra agora