Vingança e Amor - Parte II

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Fase final 1942 até 1960 - FIM

As meninas estavam na cozinha quando o telefone tocou Marcela foi atender, recebeu um recado e foi avisar a cunha Inês.

— Inês, pediram para te avisar que o Cardeal Santos está chegando.

Inês e Victoriano estavam entrelaçados por um amor proibido que desafiava continentes e juramentos. Ele, um cardeal poderoso na Igreja Católica na Itália, e ela, uma grande fazendeira no recém-formado estado do Novo México, nos Estados Unidos. Suas vidas eram tão diferentes quanto os mundos em que viviam, mas seus corações batem em uníssono.

Inês, com um sorriso tímido, agradeceu a sua cunhada, pedindo para uma das meninas arrumar o quarto de hóspedes. Levantou-se graciosamente e foi até a varanda, onde viu o avião pousar e, logo em seguida, um carro se aproximou da casa.

— Inês! — exclamou Victoriano, ao se aproximar. Ele a abraçou e beijou sua testa com ternura.

— Cardeal Santos! — ela suspirou, e ambos sorriram timidamente.

A visita de Victoriano era sempre aguardada com ansiedade por Inês. Ela havia se resignado a recebê-lo sempre que possível, aceitando a natureza proibida de seu amor. Para Victoriano, a distância entre eles era uma bênção disfarçada. Ele percebeu que podia manter seu poder e imagem intactos, mantendo Inês afastada de seu reduto. Assim, protegia tanto sua posição na Igreja quanto a reputação dela, evitando as fofocas que poderiam surgir nos grandes centros onde ele transitava.

Cada encontro era um santuário de momentos roubados, onde trocavam olhares e palavras carregadas de significados ocultos. Inês sabia que cada despedida poderia ser a última, mas ela se apegava à esperança de que seu amor, mesmo proibido, encontraria uma maneira de sobreviver. Victoriano, por sua vez, vivia a contradição de sua fé e suas emoções, lutando para equilibrar seu dever com a paixão que sentia por Inês.

Numa tarde ensolarada, enquanto o crepúsculo tingia o céu de tons dourados e rosados, Inês e Victoriano caminharam juntos pelos campos da fazenda. O vento suave acariciava seus rostos, e o silêncio entre eles era preenchido pela promessa implícita de um amor eterno, ainda que secreto. Ele a segurou embalando em seus braços, dançavam em silencio sem palavras ou música.

— Eu sempre voltarei para você, Inês — sussurrou Victoriano, segurando sua mão.

— E eu sempre estarei aqui, esperando por você — respondeu ela, com os olhos brilhando de lágrimas contidas.

Assim, eles continuavam a dançar a melodia silenciosa de seu amor proibido, encontrando consolo na certeza de que, apesar de todas as barreiras, seus corações permanecerão eternamente ligados.

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Era madrugada quando Carlos entrou correndo em casa, chamou a esposa e pediu para a mesma achar Inês.

— Inês — ela bateu na porta. — Inês, preciso de ti na sala principal. — Inês se levantou sem acordou seu amor, e foi até a porta.

— Sim, Marcela? — ela abriu pouco a porta para que a mulher não olhasse sua cama.

— Carlos chegou e pediu para te chamar, está chegando com os demais da caçada.  — ela fechou a porta, pegou sua roupa e sentou na cama.

— Victoriano acorde, preciso sair e terá que voltar para seu quarto. — disse ela rápido e se vestiu, ele a olhou e se levantou calmamente.

— O que foi?

— Carlos e os demais estão voltando da caçada, preciso sair e ver o que aconteceu, volte para seu quarto.

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