Desilusões e Amor

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Parte II

Terceira fase 1932 até 1940

Victoriano bufou bravo ao saber o que ela havia feito, Isabel percebeu e deu um leve sorriso, nem tocou no assunto que Inês estava grávida que em quem menos de um mês ela teria o bebê. Victoriano ficou em Albatroz somente para realizar a missa de José, depois deixou a fazenda e indo ao colégio católico onde ficaria hospedado até voltar para a Colônia. Mas nesse meio tempo, Flora cuidava de Inês, ela estava prestes a parir, e estava bem complicado. Gabriel sumiu junto com os demais trabalhadores indo para uma outra fazenda trabalhar.

— Inês ele não está perto, precisamos levar você daqui, caso contrário vai morrer!

— Não, eu falei se ele me deixasse seria a ultima vez, vou ter meu filho sozinha e depois volto para Albatroz — ela gemia e gritava de dor, e Flora percebe que tinha um pouco de sangue nos lençóis.

Flora saiu e pediu para Roberto ir buscar o médico mais próximo, e ele o fez. Quando o médico e a enfermeira chegaram, se espantaram, pois Inês era forte para aguentar aquela dor toda.

— O bebê está virado se não mudar de posição, perdemos os dois — ele falou olhando para a enfermaria. — Cadê o marido dela, precisamos mover o bebê, mas não posso fazer sem a permissão dele.

— Ele foi para outra fazendo, está muito longe daqui — Flora falou e sorriu, pensou em alguém que poderia o fazer. — Acha que ela aguenta mais dois dias assim?

— Eu não sei, ela está fraca, mas posso virar um pouco e deixar que ela e o bebê faça o resto.

Flora saiu do quarto, foi até o escritório da fazenda e ligou para um número que havia conseguido dias atrás.

Victoriano estava em uma sala luxuosa da casa paroquial da Colônia, quando um diácono entrou e o chamou.

— Monsenhor, desculpe interromper, mas tem uma ligação, é urgente!

Victoriano se levanta e acompanha o jovem diácono até a sala onde fica o telefone, que naquela época eram poucos a ter uma linha restrita ou uma linha em casa.

— Disse quem era? — Victoriano perguntou e o jovem negou. — Sim? — disse ele pegando o telefone.

— Quem é? — perguntou Flora.

— Arcebispo Santos, quem fala?

— É o Victoriano Santos de Inês?

— Sim sou eu, o que tem ela?

— Senhor, ela está em trabalho de parto, o marido a deixou sozinha, e o médico precisa de alguém para autorizar virar o bebe, caso isso não ocorra ela vai morrer.

— Quem é você e como sabe isso tudo?

— Sou Flora, a senhora da fazenda onde ela mora, Inês é minha empregada de casa, e desde que chegou cuidamos uma da outra, e agora com ela grávida precisa de cuidados, pode falar com o médico e fazer essa autorização?

— Sim, eu falo com ele, me fala onde mora que vou sem seguida.

Victoriano recebe todas as informações que precisava e depois dá a autorização, explicou ao médico quem era, e com o poder dele, o médico tinha total autorização para salvar Inês. Logo depois que a ligação foi encerrada Victoriano desceu para o escritório da casa paroquial e pediu um carro. Entrou no mesmo e dirigiu uma tarde, uma noite toda e uma manhã e chegou até onde Inês estava. Ao entrar na casa recebido por Flora com seu traje de Arcebispo, o que deixou Flora impressionada, um homem daquele tamanho, usando uma batina preta com capa e faixas roxas, impressionava a todos.

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