Cap. 1

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[8 anos depois]

Oi, meu nome é Mabel e irei fazer 17 anos daqui a alguns dias. O que posso falar sobre mim? que sou uma demônia, bruxa e uma Deusa... parece absurdo, mas já me acostumei.

Herdei do meu pai o poder de ser uma Deusa, sou a Deusa da sabedoria... alguns acham que é ridículo, outros acham sábio. Não é todo dia que uma garota de 16 anos tem o mesmo conhecimento que uma anciã de milhares de anos. Tenho a capacidade de decorar um livro inteiro apenas com a força da minha mente.

Bom, tenho uma irmã gêmea chamada Melissa, ela meio que.... é totalmente diferente de mim. Ama ir à baladas, ama barulho, caos... é realmente uma demônia.

Já eu amo ter paz, sou calma... não gosto de sair e prefiro ficar em casa lendo um bom livro.

Melissa— Alex é um idiota, acha que sou uma criança! você acredita nisso? já vou fazer 17 anos... qual é a dele? —me viro para trás e vejo Mel deitada na cama.

— Você sabe que o nosso pai já não gosta muito do pilar Alex, ele só está tentando não ir para o purgatório Mel! —a mesma joga o travesseiro para cima.

Melissa— Chato, ele é um pilar como pode ter medo do nosso pai?? ridículo!

— Melissa, se você continuar tentando algo com o Alex... vai acabar o prejudicando, e você não quer isso, certo?

Melissa— Olha Mabel... por que você não cuida da sua vida parada? parece uma múmia em frente a essa penteadeira o dia todo penteando esses cabelos brancos!

— Minha vida não é parada, eu apenas não gasto o meu tempo tentando chamar a atenção... —falo calma fazendo a mesma levantar irritada, continuo a pentear meus cabelos normalmente.

Melissa— Você é ridícula garota, não percebe que somos demônios? voce envergonha toda a família sendo assim... argh...

Vejo ela sair do quarto batendo os pés, respiro fundo e me olho no espelho enquanto vejo as lágrimas nas minhas bochechas e sinto um nó na garganta.

— Eu não tenho culpa de ter nascido assim... —jogo a escova de cabelo e deito na cama— A única coisa que faço nessa casa é ser humilhada pela minha própria irmã...

Ouços passos leves se aproximarem, olho para a porta e vejo a minha mãe parada na porta me olhando preocupada.

Helena— O que aconteceu Mabel? por que está chorando? —ela se aproxima e senta ao meu lado.

— A Melissa, ela sempre arruma um jeito de me deixar mal só por eu ser diferente... quando ela vai perceber que eu não escolhi ter nascido assim? —respiro fundo e me sento na cama.

Helena— Não ligue para a Melissa, ela não sabe o que fala, é uma garota rebelde que ainda vai ter uma conversa muito séria com o Hyrus!

— Bom, ela falou com você sobre a festa?

Helena— Sim, ela aceitou, mas disse que não queria nada muito elaborado...

— Entendo, e o tio Arael, veio?

Helena— Ainda não chegou, ele me falou que vai vir a tarde junto com Leviatã... disse que agora está ocupado!

— Humm Leviatã também vai vir? —ela afirma me olhando preocupada, ela sabe que eu não gosto muito do Leviatã, ele me passa uma superioridade muito alta e isso me causa medo.

Helena— Por que tanto receio sobre o Leviatã? você desde pequenininha nunca gostou de ficar tão perto dele...

— Eu não sei, ele me causa arrepios... não é que eu não goste dele, mas parece que é ele que não gosta de mim.

Helena— E porque ele teria motivos para não gostar de você?

— Eu também não sei, mas eu sinto isso... ele sempre gostou mais da Melissa. —ela passa uma mexa dos meus cabelos para atrás da orelha e solta um sorriso forçado.

Helena— Você é uma moça linda, maravilhosa... não deixe que esse seu "medo" e essas piticas da Melissa te façam mudar. Você é inteligente, é uma Deusa, meu amor... você é independente!

Apenas sorrio e a abraço forte, as vezes não é tão fácil diante de tantas críticas da minha própria irmã.

(...)

Tio Arael apenas termina de ler o livro e deixa em cima da mesa do escritório, ele está me ensinando coisas novas sobre os Deuses.

Arael— Vou na cozinha beber um água, Leviatã vai ficar encarregado de falar para você o resto das coisas. —eu não queria, mas não tem como evitar.

Ele sai e eu apenas me levanto, me sento na cadeira em frente a mesa e vejo o grandalhão me olhar de cima a baixo. Não sei porque cobiça tanto o meu corpo, já que não tenho nada para ser admirado em mim.

— Os Deuses tendem a permanecer com o mesmo dever para a eternidade? —ele apenas afirma enquanto encara o teto agora, ele não gosta muito de falar comigo— Por que você não me tolera? o que eu fiz para você Leviatã?

Ele agora me olha de sobrancelha arqueada, o mesmo se levanta e se aproxima de mim. Odeio essa aproximidade.

Leviatã— O que faz você achar que eu não te tolero, Belzinha? —pergunta enquanto acaricia meus cabelos brancos, me fazendo tremer toda.

— E-eu não sei... talvez você ser tão fechado comigo, não entendo afinal das contas!

Leviatã— Você parece a sua mãe, é certinha igual a Helena... pena que depois que conheceu o Hyrus mudou muito...

— O que a minha mãe tem a ver comigo?

Leviatã— Você é calma demais em, chega a ser irritante... —fala indo se sentar novamente no mini sofá.

Apenas respiro fundo e vejo o tio Arael entrar no escritório, abaixo meu olhar tentando esconder a tristeza que está em meu rosto.

Todos falam a mesma coisa; "Você é calma demais"... "Você é irritante". Não aguento mais ouvir tantas críticas assim sobre o meu jeito de ser.

Minha Querida GanânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora