Festa de sangue

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O resto da semana tinha passado tranquilamente, consegui colocar meus trabalhos em dia da faculdade, tinha admirado a coragem de alguém ter colocado um homem pra me seguir e bolado um plano meio que perfeito pra sábado a noite entrar no prédio.

Repassei na mente todas as informações que eu tinha conseguido com as tocaias durante a madrugada e as filmagens do carro.

Uma janela falsa na lateral direita, uma porta no primeiro andar que era da cozinha mas tinha mais guardas ali do que na entrada principal que dava pra boate.
Os telhados próximos seriam ótimo pra fugir e as ruas em volta não levantavam suspeitas. Já que os moradores não falavam nada do que viam.

- Amanhã à noite! - Sussurrei enquanto repassava tudo na cabeça descendo as escadas.

- O que tem amanhã à noite ? - Yoongi surgiu atrás de mim silenciosamente e quase expressei reação de susto.

- Vou terminar de ler esse livro amanhã. - Ergui um livro grosso em minhas mãos.

- Vou fazer o jantar, você quer ?

- Por favor. - Sorri gentilmente pro garoto que se direcionava a cozinha e eu pra sala.

Tínhamos trocado mais palavras do que o normal depois de eu ter ajudado em seu ferimento, e eu não desgostava daquilo mas achava um pouco suspeito.

Enquanto terminava de ler o capítulo de um romance de época maravilhoso, escutei da cozinha um chiado de dor vindo do homem. Não percebi na velocidade que tinha atravessado a sala e estava na beira da bancada procurando o mesmo.

- Eu só me queimei de leve. - O homem tirava o dedo da boca e fazia um bico.

Eu não me aguentei e explodi numa gargalhada sincera até a barriga doer enquanto escutava vários xingamentos.

- Sério ? Você se queimou ? - O homem que tinha sido criado em meio a torturas e mortes vazia bico quando se queimava na panela.

- Sim, você não cozinha então não tem direito de falar nada.

- Vou buscar uma pomada pra você, espere aí.

- Sim senhora!

- É assim que eu gosto. - Sorri de lado e saí indo em direção ao meu banheiro pegar o medicamento.

Voltei e me peguei sorrindo pro homem que montava os pratos com o risoto e servia taças de vinho, tirei o sorriso besta do rosto rapidamente.
Não podia me permitir me esquecer da minha vingança e nem de tanta dor que eu tinha passado, não por enquanto.

Estendi a palma pra ele que estendeu o dedo vermelho e já formando uma pequena bolha.

Passei o medicamento e o curativo rapidamente.

- Você é boa nisso.

- Tive que me enfaixar muitas vezes, tive que aprender um pouco de enfermagem básica.

- Entendi...

Sentamos na enorme mesa mas dessa vez frente a frente e não cada um em uma ponta.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Só se eu puder fazer outra. - Levantei o olhar desconfiada pro mesmo que me olhava tranquilo.

- Certo, vamos começar mais tranquilo então... Por que você não cozinha ?

- Eu sei cozinhar, mas estar na cozinha me lembra de Hannah!  Aquele era o ambiente dela e me trás muitas memórias boas.

- E isso não é bom ?

- Uma pergunta de cada vez. - Enfiei uma colherada da deliciosa comida na boca.

- Porque não desistiu da máfia depois que seu pai faleceu ?

Herdeira PrometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora