Noiva

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* Alerta gatilho*

1 de maio,  Brasil

Eu estava terminando minha mochila que tinha tudo que eu precisava pra fugir dali, o dia finalmente tinha chegado.

Só estava esperando Hannah voltar pro meu quarto para sairmos dali, ela tinha insistido que precisava despedir de nossa mãe antes.

Já tinham se passado 15 minutos e minha ansiedade era muito grande. Ela disse que voltava rapidamente pra que eu esperasse ali por ela.

Sebastian já tinha dado o sinal, era só encontrar ele do lado de fora da mansão. Provavelmente ele já estava cuidando dos capangas de Tomás do lado de fora.

Não aguentei e saí do quarto silenciosamente indo em direção ao andar de cima, onde ficava o quarto de nossa mãe.

Estava vazio. Nem sinal de pessoas ali.

Alguma coisa estava estranha. Cadê Hannah ?

Como uma invocação, ouvi um grito histérico de dor. Meu coração disparou.

Sai correndo abrindo as portas e outro grito foi ouvido. Estava vindo do escritório.

- Merda, merda, merda. - Só sabia que não poderia dar nada errado, tínhamos planejado a meses essa fuga, estava tudo certo.

Não era pra ele estar em casa naquele dia. Droga.

Entrei com tudo pelas portas duplas de madeira do escritório e não estava preparada pra cena que estava em minha frente.

Senti um calafrio percorrer minha espinha e meus pés viraram pedras.

Eu não tinha um plano e nem armas, não tinha nada que me preparasse pra aquele momento.

Olhei rapidamente a cena toda, minha irmã estava nua, sendo segurada por dois homens que estendiam seus braços parecendo que iriam rasgar ela no meio.

Tomás estava sem camisa e com um ferro de marcar em suas mãos. Tinha acabado de gravar a rosa no peito de Hannah.

O ferro em sua mão brilhava forte, estava ardente. Ele se virou pra mim e sorriu e levou o ferro de volta pra lareira pra esquentar de novo.

Olhei pro chão e tinha um homem debruçado morto com as roupas de minha irmã nas mãos. Ela tinha o matado.

Meus ouvidos voltaram a funcionar quando ouvi minha mãe chorando do outro lado da sala, ela também estava nua e com a marca no peito, ajoelhada como um cachorro esperando uma ordem do seu mestre.

Dei um passo pra frente e achei que iria desmaiar. Estava sem reação, como tudo aquilo tinha acontecido? Em 20 minutos ?

Tomás parecia ter usado drogas porque estava meio cambaleante e olhando rapidamente pra todos os lados.

- Jinah, que bom que você chegou. Você será a próxima.

A voz de Tomás invadiu meus ouvidos como facas e meu sangue ferveu.

- Seu desgraçado.

Corri até ele tentando acertar um soco em seu estômago mas um capanga que segurava minha irmã me jogou no chão com um chute.

Tomás foi até minha mãe e a beijou a força, ela não reagiu, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

Bati a cabeça e fiquei zonza mas me levantei e agora recebia murros do homem enorme, não conseguia achar nada pra bater nele e meus socos não estavam fazendo efeitos.

- Maya, acorde! - Gritei pra minha mãe que olhava a situação com os olhos vazios, sem vida alguma.

Ela ainda chorava, parei de ver minha mãe quando o homem agarrou minha cabeça e bateu no chão com força, fazendo minhas vistas piscarem e minha cabeça rodar.

Herdeira PrometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora