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Aemma acordou atordoada, seus olhos relutando em se abrir e seu corpo parecendo não obedecê-la. Com esforço, ela se rastejou até uma grande pedra, usando-a como apoio para se levantar. Assim que se ergueu, uma forte dor de cabeça a atingiu, e ao colocar a mão na cabeça, trouxe-a de volta para o rosto manchada de sangue.

— Ela tentou me matar — Aemma murmurou, a voz tremendo de indignação. — Aquela vagabunda tentou me matar.

As memórias do que havia acontecido voltaram com clareza. A princesa ficou parada por um longo tempo, olhando em frente, questionando-se sobre o que deveria fazer e como conseguiria voltar. O céu começou a escurecer, e Aemma percebeu que o tempo estava passando mais rápido do que imaginava.

Com dificuldade, ela se levantou e começou a andar em direção ao som da água que ouvia ao longe. Talvez houvesse um rio por perto; sua boca estava seca e seus lábios ainda tinham terra do impacto da queda.

Ao se aproximar da água, Aemma se abaixou e bebeu o máximo que pôde, sentindo o frescor revitalizante aquecer sua garganta. Enquanto estava de cabeça baixa, uma enorme sombra passou voando no céu acima dela. Rapidamente, ela ergueu a cabeça, mas não havia mais nada além da escuridão crescente. No entanto, o som que vinha do outro lado do rio chamou sua atenção.

Sem pensar duas vezes, Aemma mergulhou na água e nadou com determinação até a outra margem. O frio da correnteza era revigorante e a ajudava a clarear a mente turvada pela dor.

Ao chegar à outra margem, ela se arrastou para fora da água e ouviu um rugido distante que fez seu coração disparar. Era um som poderoso e profundo.

Aemma olhou em volta, seu instinto aguçado. Precisava encontrar um lugar seguro. Com cada passo que dava na direção do som, uma sensação crescente de coragem começou a tomar conta dela.

Enquanto avançava pela vegetação densa com determinação renovada, o rugido ecoou novamente, agora mais próximo. A princesa sentiu uma mistura de medo e excitação correndo por suas veias; era hora de descobrir se realmente havia algo mágico esperando por ela naquela noite escura.

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Quando Aemma finalmente encontrou a origem do som, seu coração batia tão forte que ela mal conseguia ouvir os próprios pensamentos. À sua frente, um enorme dragão se erguia, sua pele tão escura quanto a noite, quase como se absorvesse toda a luz ao seu redor. Os olhos do dragão eram penetrantes e assustadores, como chamas dançando na escuridão, e Aemma se perguntava como era possível que um ser tão colossal existisse, tão grande quanto Vhagar.

Com o medo pulsando em suas veias, a princesa deu um passo hesitante em direção ao dragão, que a encarava com uma fúria ameaçadora. A tensão no ar era palpável; Aemma podia sentir o calor do fogo prestes a ser cuspido. Mas ela não recuou.

— Lykiri, Shardax!— exclamou a princesa, sua voz firme e determinada. — Doahaerās!!

O dragão hesitou, fechando sua enorme boca. Seus olhos ardentes ainda estavam fixos nela, mas havia algo ali, uma centelha de curiosidade. Lentamente, Aemma ergueu a mão em direção ao nariz do gigante. Quando seus dedos tocaram aquela pele escura e escamosa, um silêncio profundo tomou conta da floresta.

Para espanto de Aemma, o dragão se deitou suavemente diante dela, permitindo que a princesa acariciasse seu rosto majestoso. Foi nesse momento que Aemma percebeu a magnitude de seu feito: ela havia reivindicado o maior dos dragões; ela domara um ser selvagem e indomável.

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