Alguns anos se passaram desde aqueles eventos tumultuosos. Aemma já não era mais uma garotinha; agora, ela se tornara uma dama de beleza estonteante e presença intimidadora. Daemon costumava dizer que os passos de Aemma eram tão leves que pareciam flutuar sobre o chão de Dragonstone, quase como se a garota dançasse em vez de andar. Sua conexão com seu dragão, um vínculo profundo e inexplicável, a tornava ainda mais fascinante.
A família havia se estabelecido em Dragonstone há alguns anos, onde encontraram um refúgio de calmaria e felicidade. No entanto, a sombra da doença de Viserys os forçou a retornar a Porto Real. A rainha Alicent aguardava ansiosamente na porta de entrada da torre vermelha, seu vestido verde vibrante destacando-se em meio à armadura dos guardas. O tecido brilhava sob a luz do sol, um símbolo de sua posição e do peso das responsabilidades que carregava.
Quando Rhaenyra finalmente pousou com seu dragão, o ar ao redor parecia se electrizar. A rainha Alicent forçou um sorriso, preparando-se para acolher os convidados e lidar com as complexidades que surgiriam com a chegada da jovem, que era uma rival no jogo do trono. Mas antes que pudesse dar um passo à frente, o som estrondoso do dragão de Daemon cortou o ar como um trovão. O rugido poderoso reverberou pelas pedras do castelo, fazendo com que os guardas estremecessem e a rainha recuasse instintivamente, seu sorriso congelando no rosto.
A tensão no ar era palpável enquanto as duas figuras majestosas se aproximavam, cada uma trazendo consigo não apenas suas próprias ambições e desafios, mas também o peso das expectativas de um reino prestes a ser sacudido por novas tempestades.
— Fico feliz em recebê-los aqui — disse Alicent, aproximando-se de Rhaenyra com um sorriso cordial, embora seus olhos traíssem uma mistura de tensão e curiosidade.
— Acredito que sim, vossa graça — respondeu Rhaenyra, mantendo a postura ereta, mas com um brilho desafiador no olhar.
Alicent então notou a ausência de crianças e fez uma pergunta que pairava no ar.
— Seus filhos não os acompanharam na viagem? — indagou, observando que apenas Daemon e Rhaenyra haviam chegado.
— Nossos filhos são brincalhões, vossa graça — Daemon respondeu com um tom ligeiramente humorístico. Mas antes que pudesse continuar, o céu se encheu de sons vibrantes. Vários rugidos de dragões ecoaram ao longe. — Acho que esse é um belo sinal de que eles chegaram.
Alicent olhou para cima, seus olhos se ampliando ao ver três dragões dançando nas alturas sobre a torre vermelha. Eles rugiam alegremente, como se estivessem em uma competição de acrobacias no céu azul. No entanto, a atmosfera lúdica foi abruptamente interrompida quando um enorme dragão cortou os céus com um rugido estrondoso, fazendo o chão tremer levemente sob os pés da rainha. O imponente ser alado pousou com força à frente dos portões da torre, suas escamas reluzindo como metal sob a luz do sol.
Alicent sentiu um frio na barriga ao perceber a magnitude do animal; sua presença era ao mesmo tempo impressionante e ameaçadora. O ar parecia vibrar com a expectativa do que estava por vir.
— Parece que a festa começou — comentou Daemon com um sorriso travesso, enquanto Rhaenyra observava o dragão pousar, seu coração batendo mais rápido com a mistura de ansiedade e alegria pela chegada dos filhos.
Quando o primeiro dragão pousou com um estrondo, os outros três seguiram sua liderança, aterrissando com graça e imponência. Alicent ficou impressionada ao reconhecer Aemma, que agora se tornara uma verdadeira cópia de Rhaenyra em sua juventude. Cada traço de seu rosto refletia a beleza e a determinação da mãe, uma lembrança do passado que despertou uma onda de nostalgia.
Assim que Aemma desceu de seu enorme dragão, ele alçou voo novamente, juntando-se aos outros três que dançavam entre as nuvens, desaparecendo na imensidão do céu azul. Alicent observou o espetáculo, seus pensamentos se perdendo por um momento na imagem da jovem.
— Está cada dia mais parecida com você — comentou Alicent, virando-se para Rhaenyra com um sorriso suave, embora sua voz carregasse um tom de cautela.
— Está — Rhaenyra respondeu, seu olhar fixo na filha que se aproximava com passos firmes. — E está cada dia mais corajosa.
A emoção no rosto de Rhaenyra era evidente enquanto ela via Aemma se aproximar. A jovem exibia uma mistura de confiança e determinação que fazia o coração da mãe se encher de orgulho. O vento suave bagunçava os cabelos de Aemma, e sua presença irradiava uma força que lembrava não apenas Rhaenyra, mas também a história de sua linhagem.
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enemy love
Fanfiction"toda vez que nasce um Targaryen, os deuses jogam cara ou coroa, e o mundo prende a respiração." Aemma nasceu em uma noite de chuva, os gritos de Rhaenyra ecoavam por todos os corredores da fortaleza vermelha. Na mesma noite o dragão de Rhaenyra f...