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Michael

Beatriz não quis ir tomar café naquela manhã e eu não a obriguei, sei que peguei muito pesado com ela nessa madrugada e sinceramente eu estou tentando me esforçar para ligar, o único motivo de eu querer ela por perto é que faz lembrar da Elena. Elena era uma mulher graciosa e mortífera e Beatriz é o contrário.

— Eu te falei que isso iria causar problemas — Mathew riu de mim enquanto colocava uma pilha de papeis na minha frente — Eu adoro te falar "eu avisei", é tão satisfatório

— As vezes acho que você não tem amor a vida  — Peguei um dos papéis e comecei a ler — Mas eu não entendo, ela é tão parecida mas age como uma gata assustada toda vez que eu apareço

— Michael eu não sei em qual mundo você vive, mas você sabe que sequestrou ela né? Óbvio que ela tem medo de você cara, você é seco, não fala com ela, não mostra o rosto, não demonstra um pingo de afinidade e ainda estava espancando um cara na frente dela e mais, você insinuou que iria agredir ela!

— Mas eu não ia! Eu estava tentando deixar ela com medo só, eu não tenho coragem nem de sequer ferir um fio de cabelo dela — Jogo meu corpo para trás enquanto esfrego minhas mãos em meu rosto — O que eu faço?

— Suicídio é uma ótima opção

— Engraçadão, e olha também pra quem estou pedindo conselho, pro mais galinha que eu conheço

— Ae? Então faz assim, compra um presente que ela vai amar, pede desculpas e o mais importante, seja gentil!

— Primeiro, o que eu dou? E segundo, como eu peço desculpas?

— Eu peguei o celular dela no dia do sequestro e vi tudo, ela curte uma arte gótica cristã então compre um colar novo e talvez um gato, ela ama gatos pelo visto — Mathew me faz levantar da cadeira e começa a por minha máscara — Você também vai assumir seu erro e falar que não queria ser tão cruel, também vai falar que nunca faria mal a ela. Agora vai e deixa que eu cuido dessas papeladas

— Valeu cara, fico te devendo uma — Digo pegando minhas chaves e seguindo em direção a porta

— Aumente meu salário como pagamento

Reviro os olhos e sigo em direção a saída do prédi que estava

Em casa

Assim que cheguei em casa perguntei se Odete sabia onde Beatriz estava, ela estava no jardim junto do seu segurança. Eu corri até o jardim e assim quê Beatriz me avistou foi se esconder atrás de seu segurança

— Beatriz..podemos conversar?

— Não tenho nada para falar com você — Ela disse enquanto ainda estava atrás de seu segurança, eu ó olhei e no mesmo instante pele disse para Beatriz que precisava ir e então se foi — O que quer?

— Perdão...eu quero me desculpar por ontem, eu fui muito agressivo e um completo idiota —Tento me aproximar mais dela mas ela acabou p
or se afastar. Soltei um longo suspiro e lhe entreguei a caixa que estava segurando — Espero que goste

Mesmo desconfiada Beatriz percebeu que a caixa estava se movimentando e por isso decidiu abrir, na hora seu sorriso foi de orelha a orelha. Dentro da caixa havia um gato preto com uma coleira preta junto de um pingente de cruz vermelha, dentro da caixa também havia um colar igual que eu fiz questão de pegar e colocar em seu pescoço.

— Me desculpe..espero que goste dele

— Ele é lindo..vou te chamar de...Senhor meia noite, mas para encurtar eu vou te dar o apelido de Night

— Belo nome..podemos ficar conversando um pouco? Peguei o dia de folga

— Claro..

Beatriz

Já percebi que mesmo involuntariamente, Michael faz tudo que eu quero e também não tenta me machucar e eu vou tentar usar isso ao meu favor. Se eu me aproximar o bastante talvez eu consiga convencer ele de deixar eu ver meus pais.

— Quem era aquele homem? — Perguntei enquanto acariciava o belo gatinho que estava adormecido no meu colo

— Você não precisa saber, ele é apenas alguém ruim que tentou me fazer de idiota — Michael disse enquanto olhava para frente, atento a algumas flores do jardim — Beatriz...eu sei o que eu fiz mas..eu quero que você se sinta bem, eu não quero que você sinta medo.

— É difícil não sentir medo..além de me forçar a viver aqui..aquilo que eu vi ontem.. — Michael ficou apenas calado, talvez ele estivesse espumando de raiva pelas minhas palavras ou estava triste, eu não sei dizer ao certo — Mas se me deixar ser quem eu sou..talvez eu comece a me sentir a vontade, sem produções pela manhã, sem esses vestidos, sem esses acessórios...está tentando me tornar alguém que eu não sou

Michael virou sua cabeça na minha direção, seus olhos me encaravam profundamente e por um instante eu pude ver uma pequena cicatriz em seu olho direito, mas eu não consegui tentar ver mais pois ele desviou seu rosto para pegar algo do bolso. Michael pegou algo que parecia ser sua carteira e de lá ele retirou um cartão

— Amanhã pode sair e comprar algumas coisas — Michael me entregou seu cartão. Levei meu olhar um pouco impressionada com o cartão, a porra de um cartão black. Michael levou sua mão ao meu rosto fazendo eu lhe encarar — Sem brincadeiras gatinha, se você tentar fugir eu reviro esse país inteiro atrás de você e quando eu achar..você vai levar um baita de um castigo — Michael disso aquilo em um tom rouco e aquelas palavras saíram como um sussurro para mim.

Michael soltou meu rosto e se levantou indo na direção da casa novamente, minha mente ainda estava tentando raciocinar oque tinha acabado de acontecer. Aquilo foi tão assustador mas ao mesmo tempo eu estava sentindo uma sensação estranha em meu corpo.

Mudei meus pensamentos para o cartão que estava nas minhas mãos. Porra, eu com um cartão nas mãos não vai dar certo, eu vou falir esse homem.

Minha perdição  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora