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Beatriz

O dia tinha começado a maneira mais estranha possível, uma mulher tinha entrado no quarto, me obrigou a tomar banho, escovou meu cabelo e ainda por cima fez um babyliss, tudo isso durante as 8 da manhã!

— Esse vai ficar perfeito — Ela diz enquanto me forçava a vestir um vestido num tom verde bem claro, o vestido era lindo e tinha varias camadas mas ele não fazia nada meu estilo, pelo menos era curto — E esses saltos brancos

— Mas eu não sei andar de salto..no máximo um salto largo e pequeno

— Então use este querida - Ela colocou nós meus pés um salto bem menor que o anterior —Agora vamos de acessórios e maquiagem, pode escolher os acessórios

Ela me virou para uma penteadeira enquanto começava a fazer uma maquiagem bem fraca em mim, eu observei as joias e todas eram douradas e minimalistas, obviamente algo que eu odiava mas como eu tenho amor a minha vida, decidi colocar ao mínimo brincos e um colar

— Meu Deus..parecem gêmeas..

— De quem? Tem uma igual a mim aqui?

Ela negou com a cabeça e começou a me puxar apressadamente para fora do quarto

— Preste atenção, você vai descer até achar a sala e depois vai virar a direita, lá você vai encontrar o Michael comendo, sente ao lado dele e não fale nada antes dele - Ela sorriu enquanto explicava rapidamente tudo aquilo - E por Deus..não fale da máscara

Eu acenei concordando com ela e rapidamente desci aquelas escadas que pareciam dignas de um palácio. Assim que cheguei na cozinha eu sentei ao lado do tal de Michael, ele ficou calado enquanto colocava um pouco de café para mim e para ele. Aquele silêncio estava ficando sufocante e eu sem querer deixei meu pensamentos intrusivos agirem

— Por que usa máscara? — Após falar isso eu desejei me matar, eu fiz as únicas coisas que não podia! — Bem..eu achei legal, algo meio o álbum slipknot do..— Ele parou de colocar café para mim e passou a me encarar com aquela máscara medonha — Desculpa...

— Percebi que gosta muito de falar, mas eu quero que não faça isso enquanto estamos na mesa

— Me desculpe...

Ele voltou a me servir e o resto do café da manhã foi em silêncio, e eu odiei aquilo. Pelo visto meus dias serão assim daqui em diante.

Duas semanas depois

Já fazia muito tempo que eu estava presa naquele lugar, Michael tinha colocado um segurança na minha cola, ele achava que eu poderia tentar fugir ou me comunicar com alguém mas sinceramente, eu tenho 1,55 de altura e sou gordinha, eu não iria conseguir fugir nem se quisesse. Mas o segurança era legal, Noah, o Noah sempre tentava me entreter e me fazia companhia o dia todo, isso me ajudava as vezes a esquecer na situação de merda que eu estava.

Eu descobri que meus pais estão loucos pela minha procura mas a polícia não iria ajudar em nada, Michael controlava até eles. Por falar nele, eu nunca via muito o Michael, ele ia trabalhar de manhã e voltava de noite, e eu apenas sabia que ele chegava de noite pois eu sempre o via indo no meu quarto e ficando horas sentado na minha cama enquanto me observava dormir, algo bem assustador.

Michael também ficava alguns dias em casa mas sempre ficava dentro do seu escritório, eu tinha permissão de ir lá para as vezes pedir algo e ele sempre me dava tudo que eu pedia.

Bem, nesse exato momento só 1:34 da manhã, eu sempre ficava acordada esperando por Michael, ele sempre vinha nesse mesmo horário me observar e eu sempre fingia estar dormindo, mas naquela noite tinha algo errado, ele estava demorando muito e por isso eu pensei que seria bom dar um olhada pela casa. Sai dk meu quarto rumo ao primeiro andar, a casa estava em total silêncio e bem escura. Fui procurar pelos interruptores mas um barulho alto me fez quase ter um ataque cardíaco

— Tem alguém aí? Michael? Odete? — Odete era a governanta da casa, ela morava em um quarto na casa, e ela é bem amável comigo e sempre me acalma quando tenho minhas crises de choro

Comecei a olhar para os lados até que ouvi de novo o barulho que veio seguido de um gemido, segui o som e acabei na frente da porta do porão, sinceramente, depois de assistir inúmeros filmes de terror eu nunca entraria ali mas minha curiosidade está falando mais alto. Geralmente é assim que os personagens morrem nos filmes, mas que se dane. Abri a porta silenciosamente e comecei a descer as escadas e quando vi aquela cena meu coração quase parou

— Falei que não deveria ter se metido com isso..você achou mesmo que eu não iria desconfiar que estava me roubando?

Michael estava seguindo um cano de ferro e assim que terminou de falar bateu com tudo aquele cano na boca do homem fazendo um barulho muito alto, aquilo quebrou a mandíbula dele além de ter arrancado alguns dentes. Eu estava lá, parada vendo a boca do homem pingando sangue e saliva enquanto era possível ver seus dentes tortos. Michael estava de costas para mim mas dava para ver que ele não estava com a sua máscara. Meu estômago embrulhou mas eu não conseguia fazer nada, estava paralisada e foi então quando um homem que estava no canto do porão me avistou

— Michael, ela tá aqui — Aquele homem apontou para mim e na hora Michael colocou sua máscara e me olhou

Eu consegui finalmente me livrar do meu transe e sai correndo dali e segui em direção ao quarto de Noah mas no meio do caminho senti meu braço sendo puxado e em seguida fui abraçado por Michael, na hora em o empurrei para longe e me afastei.

— Por que não está na cama?

— Você matou um homem! — Michael andou para perto de mim mas eu fui me afastando até ficar encurralada

— Por que não está dormindo? — Ele levou sua mão suja de sangue até meu rosto, fazendo um carinho na minha bochecha com seu polegar

Em prantos e já com os olhos cheios de lágrimas eu empurrei sua mão

— Você é um monstro..

— Ae? Certo, então eu vou agir como um —Michael me ergueu do chão como se eu não pesasse nada e me jogou em seus ombros — Eu vou te mostrar o que um monstro realmente faz

Comecei a me debater enquanto ele subia as escadas, Michael me levou para o meu quarto e me jogou na cama sem delicadeza nenhuma, eu me arrastei até o canto da cama mas Michael puxou minha perna, me arrastando novamente para a ponta da cama, ele levou sua mão até meu rosto e apertou as minhas bochechas

— Peça desculpas — Eu estava tanto em prantos, chorando por medo de ele tentar algo comigo que eu nem estava conseguindo formular uma frase — Peça!

— Desculpa! Desculpa...desculpa..desculpa..não faz nada comigo for favor..

— Que isso lhe sirva de lição — Michael se afastou de mim e saiu do meu quarto logo em seguida, me deixando lá sozinha enquanto eu ainda chorava, meu mal é ter achado que ele era uma pessoa boa de verdade

Minha perdição  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora