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Beatriz

Meu nome é Beatriz e acabei de me formar. Tenho 19 anos e infelizmente minha vida como trabalhadora começou. Moro com meus pais e minha irmã, não tenho nada do que reclamar da minha vida; ela é perfeita.

Minha mãe é minha melhor amiga, conto tudo o que acontece comigo para ela. Às vezes ela fica brava, mas isso faz parte de todo mãe pelo que sei. Meu pai - na verdade meu padrasto - e trata como uma bebezinna e também como uma amiga; ele gosta muito de beber e sempre tenta me convencer a beber junto dele. Minha irmã mais nova também é minha amiga; nunca brigamos porque eu odeio conflitos, algo que ela sabe bem, Maria ama doramas coreanos e vive dizendo que vai morar na Coreia um dia para se casar com um coreano.

Era de noite e minha mãe preparava o jantar na cozinha. Eu dançava despreocupada com meu pai na sala quando fui interrompida pelo tom irritado da minha mãe, ela estava resmungando algo enquanto jogava alguns pacotes fora

— De quem é o lixo hoje? — Gritou minha mãe

Um arrepio percorreu meu corpo ao perceber que havia esquecido de tirar o lixo.

— É meu... Amanhã levo, tudo bem?

—Nada disso! Passou todo dia sem fazer nada e agora vai lá imediatamente!

Meu pai soltou um grito entusiasmado em apoio à decisão da minha mãe e se aproximou de mim.

— É isso mesmo, amor! — Ele disse enquanto dava batidinhas nas minhas costas — Vá levar o lixo enquanto eu preparo uma dose para nós dois

Suspirei tristemente por dentro, mas obedeci às ordens da minha mãe. Peguei meu celular e meus fones de ouvido antes de caminhar até a porta carregando os sacos cheios. Coloquei música alta nos fones enquanto seguia pela rua rumo à lata onde ia jogar o lixo . O som envolvente cobria meus ouvidos completamente; não conseguindo escutar além das batidas vibrantes da melodia de Metallica, como eu amo essa banda

Após jogar o lixo fora, senti algo puxando bruscamente meu corpo num movimento inesperado. Antes que pudesse gritar em pleno os pulmões pelo susto meu rosto coberto por um pano que tinha um cheiro muito forte, comecei então a me debater mas não durei muito pois estava começando a perder as forças

Deus, se estiver me ouvindo...me ajude!

Algumas horas depois

Abri meus olhos lentamente. Tudo parecia ter sido um pesadelo, era o que eu pensava até perceber que não estava em minha própria casa ao observar uma janela ao meu lado. Porra! Onde estou?

Pulei da cama apressadamente e corri na direção da janela; descobri estar dentro de uma fortaleza cercada por um imenso muro adornado por uma imensidão árvores. Por dentro dos muros eu pude ver um grande jardim mas não conseguia ver muito bem se tinha alguém por ali

— Merda... Fui sequestrada? Eles vão roubar meus órgãos? Não, eu não tenho nada que presta...eles vão me transformar em uma boneca sexual e me vender? Vão arrancar minhas pernas e braços?!

Todos esses terríveis pensamentos invadiram minha mente mas logo foram interrompidos pelo som dos passos aproximando-se do quarto onde eu estava. Deitei rapidamente na cama fingindo dormir.

Ouvi a porta ser aberta cautelosamentee os passos adentrarem o ambiente, mas não eram passos solitário. São dois! Eu morrer certeza

— Eu pedi para darem uma dose pequena pra ela! Esses idiotas!

— Está bem... Agora me deixe aqui

— Depois disso tudo mereço até mesmo um aumento não é chefinho?

— Você nem merece o que recebe

Escuteio ruído de algo sendo colocado próximo à mesa-de-cabeceira e depois ouvi passos para fora do quarto .O sentimento angustianteme dominou completamente enquanto eu sentia os olhos daquela pessoa que restou no quarto me encarando

— Pode parar de fingir ... Abra seus olhos- Não obedeci, eu estava com tanto medo que não me aguentava — Abra-os agora

Lentamente abri meus olhos e me deparei com um homem de mascara, ela era preta e parecia ter feito sobre medida para seu rosto. Eu vou muito morrer, Jesus do céu.

Continuei calada enquanto encarava aqueles olhos profundos e sem vida que me encaravam

— Não fique com medo, não vou te machucar...— Ele diz enquanto se virava para o lado e pegava uma bandeja com alguns tipos de com — Se sente, você precisa comer

Eu obedeci, mesmo que eu ainda estivesse com muito medo eu ainda queria viver

— Boa garota, agora pode comer

Ele me entregou uma colher, eu segurei o objeto mas não demorou muito para ele perceber o quão tremula estava minha mão.  Acho que vou ter um ataque cardíaco. O homem mascarado pareceu ficar impaciente e logo arrancou a colher da minha mão

— Você está parecendo uma gata assustada, está com medo de que? Já falei que não irei fazer nada contigo

Ele pegou um pouco da comida com o talher e levou em direção a minha boca, obviamente eu comi e porra, não sei se era a fome mas aquilo estava muito bom. Ele continuou dando comida para mim até que percebeu uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, eu estava assustada e com muito medo.

— Por que está chorando?

— Porque eu estou com medo...por que você tá fazendo isso comigo?

Ele pareceu um pouco frustrado, na verdade, eu não sei dizer o que ele pode estar sentindo agora por conta daquela máscara idiota.

Ele deixou a bandeja no local de estava antes e voltou a me encarar

— Eu preciso de alguém para eu admirar, e você é perfeita pra isso, pode ficar tranquila que ninguém nessa casa vai te ferir

— Por que eu? Por que tinha que ser eu - Perguntei em uma voz chorosa enquanto olhava para baixo — Minha mãe é meu pai vão ficar desesperados...

— Eu cuido deles pra você — Ele disse enquanto se levantava e caminhava em direção a porta do quarto — Durma pois amanhã de manhã você vai ser acordada para tomar café comigo

Ele saiu do quarto e em seguida eu ouvi o barulho da porta sendo trancado, eu olhei para frente desacreditada em tudo que ouvi. Porque eu? Existe tantas garotas lindas e ele escolheu justamente eu?

Eu iria ficar pensando mais um pouco mas decidi tentar dormir, queria ver o que me esperava no dia seguinte

Minha perdição  +18Onde histórias criam vida. Descubra agora