Capítulo 5 - Gérbera da cor Laranja

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O significado da flor Gérbera da cor Laranja: significa representando energia positiva. A Gérbera laranja é um presente vibrante para inspirar e motivar.

Estava sendo a primeira virada do ano que não passava ao seu lado.

O pessoal da empresa queria fazer uma pequena confraternização, que ao me questionarem, acabei concordando imediatamente pensando que talvez você quisesse vir junto comigo.

O que não foi o caso.

Você disse para eu me divertir o suficiente, já que essa seria a primeira virada de ano em que eu estava totalmente bem de saúde. Um fator que eu queria comemorar, e acabei apenas sorrindo para você, dizendo que no dia seguinte iríamos aproveitar fazendo alguma coisa. Qualquer coisa.

Uma alternativa que você aceitou de bom grado com um sorriso no rosto.

Quando chegou no dia seguinte, eu ainda estava sonolenta e com bastante sono, já que tinha retornado quase de manhã cedo para casa. Eu não tinha imaginado que acabaria me empolgando e saindo com o pessoal para ir na casa de um deles, prolongar a comemoração de virada do ano.

Acabei aceitando me esquecendo que tinha me comprometido a estar com ele fazendo alguma coisa durante aquele dia.

E ao abrir a porta, depois de muito esforço, a minha vontade era apenas de ignorar a campainha e voltar a dormir. Mas ao olhar o seu sorriso assim que abri a porta, me senti feliz e arrependida de ter pensado e cogitado ignorar a campainha, sabendo bem que seria ele que estava ali para me ver.

— Você está destruída! — ele disse me olhando de cima a baixo, passando por mim e entrando dentro da minha casa, sem entregar a flor que estava segurando na mão.

— Já estive pior! — eu disse fechando a porta, percebendo que ele não tinha me dando a flor que tinha trago, como sempre fazia. Achando uma atitude diferente, mas espantando aquele pensamento, apenas o segui, sabendo que estaria na cozinha já sentado.

Para minha surpresa ao entrar na cozinha me deparo com ele ainda em pé, se virando e suspirando olhando para mim, segurando a flor com as duas mãos. O sorriso que eu conhecia tão bem, bem ali em seu rosto.

O observando do jeito que ele estava, por alguma razão desconhecida por mim, vê-lo assim fez o meu coração acelerar e engolir a seco no mesmo instante.

Desejando naquele momento que o tempo parasse, só por alguns minutos.

— Que cara essa? — ele me questionou rompendo o silêncio do ambiente, suspirando em seguida, colocando a flor dentro do vaso que tinha as outras flores que ele tinha me dado durante a semana anterior, não estavam cheias como no início, já que eu estava começando a sair mais cedo alguns dias, o que acabava fazendo com que não nos víssemos em alguns dias, como antes. — Estava achando que eu iria te pedir em namoro? — ele disse acariciando a flor que estava em suas mãos, e agora estava no vaso, e me olhou com um pequeno sorriso em seu rosto. Um sorriso que demonstrava uma pequena tristeza surgindo, que só entendi depois de muito tempo.

— Eu não! — eu disse sorrindo indo em direção a cafeteira — É que você tinha o costume de me dar a flor na porta, mas hoje simplesmente decidiu colocar direto no vaso de flores. — dizia tentando justificar minha reação sem olhar para ele, mesmo que fosse uma meia verdade o que tinha dito para ele.

— Nós também tínhamos o costume de se ver e tomar o café da manhã todos os dias. — ele dizia apontando algo que eu também tinha percebido, mas pela forma como ele dizia, demonstrava estar chateado com isso — No entanto, os costumes entre nós estão se tornando um pouco raros. — ele ao dizer isso, fez com que eu virasse para vê-lo, e ao fazer isso, ele se virou para que pudesse me olhar também.

Olhando para ele senti o desejo de me desculpar, mas me contive. Por que eu deveria me desculpar por estar ocupada com os meus compromissos? Eu devo alguma explicação para ele, como se tivéssemos alguma coisa? Como se ele fosse algo meu?

Eu queria me desculpar, mas ao mesmo tempo essas questões passavam em minha mente, e parecia que ele conseguia ouvir perfeitamente os meus pensamentos. Pois começou a sorrir para mim, como um sinal de que eu deveria esquecer esse assunto.

— Espero que futuramente me sinta mais motivado para dizer ... — ele apenas disse isso sorrindo, se virando de costas para mim. O que me deixou bastante confusa. — O que vamos fazer hoje? — ele perguntou mudando totalmente o assunto, o que acabei aceitando, sem o questionar para descobrir o que ele queria dizer com aquilo, pois ele acabou me lembrando que ainda não sabíamos o que iríamos fazer naquele dia.

— Na verdade, eu não sei. — acabei confessando que não tinha planejado nada — O que você gostaria de fazer? — ao questionar para ele, ele olhou para mim novamente, com um sorriso que dizia inúmeras coisas, mas que naquele instante eu não entendia.

— Vou pensar bem e já te digo! — ele disse sorrindo, sem se virar novamente como da outra vez. Parecia que inúmeras coisas estavam passando em seus pensamentos, como os meus também estavam.

Pensamentos esses que não foram ditos em voz alta.

Não foram ditas durante o restante daquele dia, dos dias que se passaram, ou semanas ...

Mas foram, depois de bastante tempo.

Doces aromas e uma saudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora