5 - Serendipidade

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Serendipidade (s.f)

'É o acaso de roupa bonita. É uma chance que a vida deu. É o universo mandando um abraço. É achar um amor para chamar de meu. É tropeçar num momento feliz. É não esperar e se encontrar bem. É o sentimento de acordar alegre sem motivo aparente.

É sorrir por acidente.'

Pov's Fernanda

Surpreendemente, hoje é a primeira vez depois de meses que realmente acordo disposta e sem resmungar do horário. Geralmente, as manhãs dos domingos são chatas, mas hoje está sendo diferente. Eu me levantei melhor do que nunca! O Marcelo já não tem febre desde às 19:00 de ontem, e isso me fez ficar melhor também, de certa forma. Ele dormiu a noite inteira depois da mamadeira que dei a ele às 21:00 ontem. O remédio fez efeito, e eu repeti apenas mais uma dose, por precaução.

Me levantei às 8:00 e fui dar banho no Marcelo. Aparentemente o motivo de eu estar bem, também atingiu Marcelo, porque além de ter melhorado da febre, essa criança sorri mais do que tudo desde ontem a noite. Engraçado, não é? Depois de dar banho nele e deixá-lo no carrinho, fui tomar o meu banho. Eu não costumo tomar banhos muito demorados, principalmente porque o Marcelo chora durante eles, mas hoje consegui tomar um ótimo banho, que me fez relaxar de forma esplêndida.

Eu poderia comer qualquer fruta e mergulhar lindamente no tédio depois, mas hoje decidi fazer diferente. Adentrei a cozinha e procurei alguns ingredientes. Decidi fazer uma tapioca de queijo e presunto. Comecei colocando a frigideira para esquentar no fogão, e logo depois acrescentei a goma de tapioca peneirada, cobrindo todo o fundo da panela. Coloquei um pouco de sal e orégano, e virei a tapioca quando a massa desgrudou do fundo da frigideira. Logo depois acrescentei o queijo e o presunto, e fechei a tapioca. Café da manhã pronto.

Levei tudo para a mesa da sala e me sentei para tomar café. Já havia dado o leite do Marcelo, e ele continuava surpreendentemente calmo. Durante o café percebi que fazia tempo que não tinha um tempo de lazer com a Pitel. Quando eu estava no pior momento da minha vida, a Pitel foi quem mais me ajudou. Apesar da minha ignorância e da minha dificuldade de deixar ela me ajudar, ela continuou tentando, e se tornou uma pessoa significativa na minha vida. A nossa amizade é de pouca manutenção, e nós não vemos problemas em coisas mínimas da mesma forma que a maioria das outras amigas veem, como por exemplo, ficar sem se falar por dias. A Pitel sabe que não tenho tempo para isso, e ela não liga muito. Aparentemente ela gosta de ficar com Marcelo, acho que é algo que a faz se sentir mais próxima de mim. Eu me fechei muito, e a Pitel respeita muito o meu espaço. Acho que essa questão do Marcelo foi a única válvula de escape para que eu não me afastasse totalmente dela, e não porque eu queria, e sim porque eu nunca tive forças para mim mesma, muito menos para fazer uma amizade durar. Eu não me orgulho disso.

Num ato de impulso, peguei o meu celular e entrei no contato da cacheada.

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