Conheça Yoko.

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[ Um bônus, apresentando a nossa segunda protagonista, em um ponto de vista geral.]

Yoko foi criada no interior, sua família sempre teve uma grande plantação de arroz, o que lhes dava um status elevado na pequena cidade.
Tinha mais uma irmã, chamada Ice, sua maior confidente, única que sabia dos seus sonhos de ir para a capital, de se tornar uma grande fotógrafa e também de suas escapadas com garotas, muitas vezes a encobrindo.

Fah, a mãe de ambas, era uma mulher simples, sua ideia de felicidade era casar as filhas com rapazes da cidade, ter ambas por perto e ver os netos crescendo.
Sua visão limitada não permitia que visse nos olhos de sua caçula a ambição por mais, de viver longe das amarras.

Em seu aniversário de 20 anos Yoko finalmente ganhou o que pedia desde os 10 anos: Uma câmera profissional, de alta qualidade.
Seu pai, querendo mostrar seu status e poder ao dar um presente caro para sua filha, sem perceber lhe deu uma chance de escapar.

Após alguma prática tirando fotos de objetos e pessoas de sua própria casa, além de montar um laboratório caseiro de revelação em seu closet, Yoko logo começou a oferecer seus serviços de fotografia escondida dos pais.

A garota, apesar de inexperiente e jovem, logo se tornou requisitada na região, sempre dando desculpas aos pais de trabalhos e grupos da escola, para fugir e fotografar, até juntar dinheiro suficiente para se manter.

[...]

Yoko soube que algo estava errado no momento que pisou os pés em seu quarto, como sempre estava voltando de uma sessão e entrava pela janela.
Ice estava sentada na cama, os olhos vermelhos e marcas de dedos em seu rosto, no chão várias fotos estavam rasgadas e seu pai, vermelho de raiva estava plantado ao lado de sua mãe, que permanecia em silêncio.

— É assim que você paga todo o nosso esforço para te criar, sua ingrata? Manchando nosso nome, com esse passatempo inútil? Tirando fotos, como se fosse uma morta de fome, que precisa trabalhar para sobreviver? — Ele gritou, a voz fazendo as paredes e até a própria Yoko tremer, tamanha fúria.

Naquela noite duas coisas se quebraram de forma irreparável: A câmera de Yoko e sua consideração por seu pai.
A surra que levou não foi nada em comparação ao vê-lo arrancar a câmera de suas mãos e a atirar contra a parede, a fazendo em centenas de pedaços.

As semanas se passaram e a jovem se tornou uma prisioneira no grande palácio, sempre havia uma sombra atrás de si, onde quer que fosse, pelo próximo ano.
Quando a garota achou que não podia piorar, seu pai anunciou durante um jantar que no seu aniversário de 21 anos, ela ficaria noiva do filho de um amigo do pai.

Apesar de sua negativa firme e explosiva, o pai apenas apontou o dedo em sua cara e disse que ela não tinha escolha alguma, que vivia sob o teto dele e teria que obedecer suas ordens.
Em um acesso de fúria Yoko se levantou da mesa e subiu para o quarto, sendo seguida de perto por Ice, que chorava, sabendo que aquilo não acabaria bem.

Os dias até o aniversário e noivado passaram rápido, para o crescente desespero de Yoko, que sabia não ter dinheiro suficiente para fugir e se manter, mas sua determinação também crescia em não aceitar esse arranjo.
Na noite do noivado, Ice a ajudava com o vestido, uma coisa ridícula que mais parecia um bolo com tantas camadas, quando Yoko a parou e sentou na cama, puxando-a consigo.

— Eu vou fugir. — Ela disse a irmã, segurando suas mãos trêmulas. — Na capital eu farei sucesso e virei te buscar.

— Você não vai sobreviver lá. — Uma voz doce respondeu e Yoko ficou pálida, pois não havia sido Ice a falar e sim sua mãe. — Saia e vá distrair seu pai, preciso falar com sua irmã.

A mulher disse para a sua filha caçula, que prontamente obedeceu, depois de beijar as bochechas da irmã e sussurrar que a amava.

Yoko ficou calada, tentando inventar uma desculpa para sua mãe, mas esta apenas levantou a mão e lhe entregou uma caixa de tamanho médio, esculpida de forma bela.

— De toda forma, isso é seu: O seu dote... Recebi uma igual quando fiquei noiva. — Disse de forma simples, abrindo a caixa para revelar uma variedade de jóias, o suficiente para bancar os sonhos de Yoko, ela reconheceu com os olhos cheios de lágrimas. — Me desculpe, por não perceber que você não é como eu, que não nasceu para essa vida... Você nasceu para a grandeza.

Era a primeira vez que via a mãe falar tanto e ainda por cima ir contra a vontade do marido, para Yoko, sua mãe sempre havia sido uma mulher submissa e sem vontade própria.

— Seja feliz, minha menina. — Fah disse antes de beijar a testa da filha e sair do quarto.

Naquela mesma noite, Yoko juntou todos os seus pertences e partiu da pequena cidade, em um ônibus em direção a cidade e ao seu destino.
Em direção a uma mulher que mudaria tudo e que lhe ensinaria o verdadeiro significado de prazer e amor.

Love Online.  [Faye e Yoko] Onde histórias criam vida. Descubra agora