Pedras Pelo Caminho.

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Olá, meus leitores! Demorei, mas voltei.
Nos falamos melhor lá embaixo, vou deixar vocês com o capítulo de hoje.



— Não vai responder? Foi essa a educação que eu lhe dei?

Minha mãe indagou, seu salto alto caríssimo batendo no chão com impaciência, ela odiava ter que repetir as perguntas. [Vocês esperavam por essa? É, nem eu.]

Seus olhos se desviaram brevemente para a figura de Yoko ao meu lado, que estava com seus lindos olhos arregalados e bochechas vermelhas, como uma criança que havia sido pega aprontando.
O olhar frio e analítico deve ter sido suficiente para a deixar até com a alma gelada.

— Oh... C-com licença! — Ela gaguejou enquanto fazia uma breve reverência, saindo em seguida com passos rápidos.

Que porra, de novo escapando?!

Bufei em frustração, apertando o meu punho para suprimir a vontade de socar algo, minha mãe certamente ficaria mortificada com meus modos e com certeza acharia tudo muito estranho.
Por que diabos ela tinha que aparecer justo agora? Por quê?!

— O que a senhora quer, mãe? — Indaguei tentando ao máximo manter o tom baixo e educado, condizente com uma "Lady".

— Você não atende ao seu celular... Sua própria mãe, Faye! Eu liguei diversas vezes, para sua casa, para cá, pro seu marido... — Ela começou a se lamentar, mas cuidadosamente não franziu o rosto, para não danificar a nova aplicação de botox.

O que explicava também citar Chet e saber que eu estava no hospital hoje.

— Ex-marido! — Frisei, trincando os dentes, me segurando para não ser grosseira apesar de minha paciência estar no limite.

— Vocês fizeram votos, Faye, isso é algo sagrado! Essa sua teimosia em estragar um casamento tão bom é ultrajante! — Annika Peraya, vulgo minha mãe, por um momento alterou a voz, mas logo voltou para seu molde de compostura e decência. — Eu quase tive que ir perguntar de você para sua... Irmã, mas por sorte tinha uma consulta marcada com Chet hoje.

O desprezo velado em sua voz ao falar de Sam e o fato de achar um ultraje a própria filha não aceitar ser traída, foi a gota final.
Simplesmente girei nos calcanhares e entrei no escritório, batendo a porta com força em sua cara, antes que eu realmente fosse rude com a mulher que me deu a vida.

Enquanto girava a chave pude ouvir seu punho bater na porta, sua voz soando ofendida e com o velho tom imperioso, de quando nos ordenava em fazer algo na infância.
Só que eu não tinha mais 13 anos e não iria abrir a maldita porta.

Joguei a bolsa no chão e caminhei até a área de exames, fugindo de seus chamados, para o local onde toquei Yoko pela primeira vez, de forma real... Seu cheiro doce ainda estava presente no lençol da maca e sua imagem graciosa enquanto gozava para mim, gravada na minha memória.

— Porra, o que está acontecendo?

Me perguntei, as mãos passando por meus cabelos, os puxando em frustração, tentando organizar meus pensamentos.
Tudo estava acontecendo tão rápido e tão intensamente, de forma quase insana aquela jovem desconhecida tomou posse da minha mente.

Em poucos dias ela me tinha de uma forma que nem em anos de casamento Chet teve.
Ninguém me teve como ela... Isso poderia facilmente me foder de uma forma muito ruim, se levar em conta meu estado quando ela sumiu por três dias.

[...]

Não sabia quanto tempo já havia passado, mas com certeza minha mãe já tinha desistido e ido embora, então era seguro sair, mas para onde eu iria? Ficar outra noite em casa, me torturando enquanto ligava e mandava mensagens, que Yoko não iria responder?

Love Online.  [Faye e Yoko] Onde histórias criam vida. Descubra agora