Surtando.

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Desculpem pela sumidinha, mas aqui estou!
Fiquei muito feliz em ver que vocês foram mais participativas no último capítulo, me deu até uma ideia pro próximo hot.


Quando o relógio apitou, olhei para o visor que mostrava 4:45 da madrugada, eu realmente não havia dormido nada, depois que a névoa do prazer passou, a culpa e vergonha caíram como uma pedra enorme, bem na minha cabeça.

Após um banho gelado e me trocar, já que iria para o hospital hoje, decidi ir atrás de quem começou toda essa confusão.
Guardei o smartphone dentro da bolsa, sem realmente olhar o aparelho, pois estava com tanta vergonha que nem havia respondido a mensagem de @𝚏𝚕𝚘𝚠𝚎𝚛🌷, na verdade nem sabia o que dizer.

[...]

Esmurrei novamente a porta, ignorando de propósito a campainha, sabendo que isso iria irritar minha irmã ainda mais, até que a mesma apareceu em pessoa, os cabelos negros desgrenhados e em uma camisola de seda cara, com um olhar que poderia colocar qualquer um de joelhos.

Menos eu, que já tinha visto essa pirralha de fraldas.

— Porra, ninguém te ensinou que existe horário para vir nas casas dos outros? — Ela rosnou ao abrir mais a porta, logo a batendo com força.

Ignorei seu mau humor e me sentei no sofá, levando as mãos até meus cabelos, presos por um coque frouxo, os puxando com frustração.

— Eu fiz merda e a culpa é sua, caralho! Eu me deixei levar... — Minhas palavras não estavam fazendo sentido nem pra mim.

— Aqui, beba isso e se acalme, depois você fala. — Minha cunhada, saída não sei de onde, me entregou uma xícara com um líquido fumegante, pelo cheiro era chá.

Olhei para cima e mesmo de camisola rosa e pantufas, Mon parecia completamente linda, como se tivesse acabado de gravar um comercial, até os cabelos estavam impecáveis.

— Vamos lá, camarão, explique do começo. — Sam finalmente voltou a falar, sentando no outro sofá, sua esposa em seu colo.

— Como parece que vocês compartilham mais que a saliva... — Resmunguei e passei a detalhar a última semana, em como estava tão vidrada nessa garota, que eu nunca tinha nem sequer visto e como tudo tinha ficado sem controle noite passada.

O silêncio durou por volta de dez segundos até ser quebrado pela risada musical de Sam, que não fez a menor questão de esconder o brilho divertido em seus olhos.

— Eu SABIA! Sabia que uma hora você finalmente ia quebrar essa redoma hétero onde a mamãe te enfiou, até fez você casar com aquele encosto. — Ela levantou ambos os polegares, mas se aquietou com um olhar de Mon. — Agora sério, não vejo porque esse drama todo, foi algo online, as duas são adultas e queriam isso, não se cobre tanto.

— Normalmente eu não iria concordar com algo assim, mas nós duas vimos como você sofreu com o seu casamento, você nunca se permitiu ser feliz, por medo do que os outros iriam pensar. — Olhei para Mon boquiaberta, pois era a primeira vez que a ouvia falar tanto. — Você pode se deixar ser livre, pelo menos de forma online, até estrar pronta para viver algo real.

Olhei para o rosto perfeito de minha cunhada, refletindo suas palavras, pensando se realmente era algo tão grave me relacionar virtualmente, sem compromisso algum.

[...]

No fim acabei tomando café com minha irmã e cunhada, pela primeira vez não ficando irritada com quão melosas as duas eram.
Em seguida peguei o meu carro, seguindo para o hospital, já que minha licença havia acabado e como melhor ginecologista de Bangkok, minha agenda era extremamente lotada.

Love Online.  [Faye e Yoko] Onde histórias criam vida. Descubra agora