Capítulo 8

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Lá estava eu, chorando, pensando e aceitando que perdi todos meus amigos. Porém, não queria aceitar que a culpa era toda minha.

Já fazia um tempo desde que Nobara, Yuta e Maki me deixaram refletindo sobre minhas ações, mas eu só consegui pensar realmente de como Megumi está com todo este caos. Será que ele já está sabendo? Mas é claro, as notícias se espalham rápido quando se tem muito idiota por perto.

- O que eu faço? Eu já perdi as três primeiras aulas, e daqui á 4 minutos o sinal bate para o café... - Falava sozinha enquanto ainda saia lágrimas dos meus olhos.

Será que ligo para minha irmã vir me buscar? Não... Iriam me chamar de fraca, não posso deixar pensarem isto de mim.

- Eu já sei... - Me levantei da cadeira em que estava e limpei as lágrimas, respirando fundo. - Eu vou lá e falar com Megumi, esclarecer tudo! - Falei destemida, mas logo pensando em todos os cenários negativos possíveis. - E se ele terminar comigo? E se ele me ridicularizar na frente de todos? Isso não é nada justo... - Comecei a tremer novamente.

O sinal tocou, me assustando, aquele maldito sinal. - Eu irei falar com ele... Não importa o que aconteça! - Me acalmei rapidamente. Dando passos lentos, saindo daquele canto deserto, me encontrando com a quadra, já com alunos na arquibancada.

Enquanto andava sem pressa, os alunos com quem estava me esbarrando, me olhavam com cara feia, outros com nojo, outros dando risada. Isso me fazia perder mais ainda as esperanças, mas não me deixei abalar totalmente.

Já no refeitório, me deparei com a nossa mesa, a mesa que guardava memórias e risadas, a mesa que já estava com eles, meus amigos. Mas, naquela mesa está faltando ele...

Me aproximei, o pessoal já não estava com uma cara boa, mas quando eu cheguei, aquelas caras cansadas e tristes se transformaram em rostos com expressões de nojo e desgosto.

- Pessoal... - Fiquei em frente a mesa, chamando a atenção de todos, Nobara, Maki, Yuta e Toge.

- O que você quer? - Maki mal deixou eu terminar de falar.

- Vocês sabem onde está o Megumi? - Perguntei pacífica.

- Por que você está a procura dele? Ele não quer saber nem da gente, quem dirá de você. - Yuta exclamou me olhando dos pés a cabeça, me deixando mais triste ainda, o mesmo nunca falou assim comigo.

- Eu tenho que esclarecer as coisas com ele, afinal, nós ainda namoramos...

- Pois não parece. - Gelei ao escutar aquela voz, era Megumi. - Você me traiu, traiu a minha confiança, Nagi! Eu confiei em você, eu dediquei três anos de mim mesmo para você me trair e ainda falar para os nossos amigos como foi tudo! - Não acreditei no que escutei, Maki, Yuta e Nobara contaram para ele. Será que...

- Megumi... Não vamos falar sobre isso aqui... - Me apriximei dele, falando o mais baixo possível.

- Por que? Está com medo de ser ridicularizada por mim? - Falou alto, chamando atenção de todos que estavam no refeitório. - Você me traiu com meu melhor amigo, Nagi! - Ele sabe. - Você fez a cabeça dele, você fez ele me trair, você abusou dele, sua maluca!! - O que diabos falaram para ele?

- Não! Você entendeu totalmente errado! - Me aproximei mais dele nervosa e apontei o indicador no rosto dele. - Olha, eu não sei o que falaram para você. - Olhei para trás e encarei Maki, Yuta e Nobara. - Mas nunca mais repita isso, eu não abusei de ninguém. Agora deixa-me explicar... - Parei de falar ao receber um tapa na cara de Megumi.

- VOCÊ É DOENTE? - Gritou totalmente alterado, eu ia revidar mas ele segurou meu pulso forte, me machucando. - Você é uma puta de merda. Sabe o que já falam de você para mim a tempos? "Ela dá pra qualquer um." - Riu. Eu estava realmente em choque para fazê-lo parar. - "Megumi, essa garota só está com você para superar o Sukuna!" Mas sabe o que eu sempre fazia? Eu sempre te defendia... Eu dava minha vida por você, Nagi. Você jogou todo o meu amor no lixo... - Terminou com a voz falha.

O refeitório estava um completo silêncio. Não sabia se as pessoas ficaram do meu lado pelas caras de dó em minha direção, ou se ficaram satisfeitas pelo tapa que eu havia recebido.

- Opa opa, Megumi! - Uma voz chegava mais perto. - Não se parte para a violência, está perdendo a razão. - Era Todo.

- E o que você tem a ver com isso, seu gorila idiota?! - Megumi disse soltando meu pulso.

- Olha eu não sei o que aconteceu, só sei que você jamais se parte para a agressão, ainda mais quando é uma mulher! - Rebateu, cruzando os braços.

- Ora ora, Todo... - Mai apareceu atrás do maior. - Você não sabe o que está acontecendo? - Negou. Mai sorriu para mim. - Então deixa que eu te explico... Assim, você mesmo vai querer bater nessa puta estúpida!

Aoi olhou com uma cara confusa para mim. Mesmo não sendo próximos, Todo sempre me defendeu no fundamental quando ficava sabendo que alguma menina tinha me batido ou queria me bater, mas nunca chegou a bater nesses meninas, apenas dava alguma lição de moral. Como Todo sempre foi um monstro, essas meninas nunca mais mexeram comigo.

- MAI! - Chamei a atenção da garota. - Eu não quero decepcionar mais ninguém! Mesmo que ele saiba depois, não tem o porque ficar espalhando isso!

- Ué... Não quer que ninguém descubra que abusou de Itadori mais de uma vez? - Não podia acreditar, eu pensei que só sabia daquela foto, e parece que estava certa. Quando Mai falou aquilo em auto e bom tom, os cochichos começaram. - É Megumi... A sua namoradinha perfeita não é tão perfeita quanto você imaginava...

Olhei para trás e Megumi ainda olhava para o chão.

- Pois é, pessoal! Nagi Saito é uma verdadeira vagabund... - Não me aguentei, corri para a direção de Mai e acertei um soco em seu rostinho perfeito e delicado, a mesma caiu no chão pelo choque. Fiquei diferindo socos, eu estava cega de raiva e tristeza... Eu realmente gostava e confiava em Mai, mas ela traiu a minha confiança.

O ódio me cegou, eu não parava, mesmo vendo seu nariz sangrando. Aoi e Megumi tentaram me afastar dela, mas por alguma força que eu não sabia que existia consegui me soltar.

Depois de diversos socos dados em seu rosto, parei após ouvir a voz de alguns professores.

- Já chega! - Era a professora de sociologia, Utahime.

- Isso é inadmissível! - Professor de filosofia e coordenador, Geto, disse extremamente bravo. - Nanami, leve a Srta. Zenin para a enfermaria e fale para a Shoko ajudá-la. Satoru, leve a Srta. Saito para a sala do diretor Yaga imediatamente!

Gojo, professor de ciências, chegou perto de mim e me olhou confuso e ao mesmo tempo triste. Já Nanami, professor de história, me olhou decepcionado e bravo.

E assim foi feito, Nanami levou Mai até a Sra. Shoko. E Gojo me levava até a sala do Sr. Yaga.

- Você não é assim... - Quebrou o silêncio. - Algo de muito grave aconteceu para você fazer uma coisa dessas... - Falou manso.

Eu não disse uma palavra sequer, não estava nem triste, nem com raiva, não queria conversar.

- Já entendi... - Parou de falar. Até chegarmos em enfrente a sala de Yaga. - Então... Já sabe o que vai acontecer, não sabe? - O olhei confusa. - Há! Até parece que não conhecei o velho... Boa sorte. - Gojo abriu a sala, me fazendo entrar, logo fechando.

𝐓𝐨 𝐛𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐞𝐝...

𝐈 𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐌𝐲 𝐁𝐨𝐲𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 - 𝐉𝐮𝐣𝐮𝐭𝐬𝐮 𝐊𝐚𝐢𝐬𝐞𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora