Capítulo 10

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Eu estava terminando de fazer minhas malas, não iria levar tudo, então pedi para minha irmã guardar e não mexer mais.
Iria começar a fazer a segunda mala, eu irei colocar maquiagens e coisas aleatórias.

Enquanto mexia no meu armário, encontrei uma pequena caixa. Ao abrir, um sorriso se formou em meus lábios, dentro dessa caixa havia fotos minhas e do Megumi, além de várias cartas que eu já recebi dele e dos meus amigos.

Confesso ter sentido uma lágrima escorrer no canto do meu olho.
Não resisti, e guardei essa pequena caixa achatada na mala. Essas pessoas vão ficar marcadas na minha história, e com certeza, quando lembrar da minha adolescência, automaticamente irei lembrar deles.

Ainda mexendo no meu armário, vi uma foto minha e de Fushiguro, era de uma viagem que fizemos juntos, a primeira que fizemos sozinhos.
Peguei essa foto e a analisei. Nós estávamos com pouca vestimenta, já que nessa viagem, estávamos na praia.
Analisei a foto e encostei ela no meu peito, sentindo uma dor enorme nele. Era uma dor de culpa tão grande, que comecei a chorar e não conseguia parar, fiz papel de boba, ele não merecia isso, ou melhor, eu não merecia ele.

Ouvi batidas na porta, mas não consegui responder, as batidas se repetiram, junto com uma voz feminina.

- Nagi? Querida? - Era minha tia, ela abriu a porta me vendo chorar no chão com aquela foto ainda encostada no meu peito. - Minha querida! - Veio até mim, me puxando para seus braços. - O que aconteceu? Por favor, me diga.

Abracei a mais velha que retribuiu na hora. Chorei em seu ombro fazendo ele ficar levemente molhado.
Me acalmei depois de alguns minutos em seu abraço.

- A culpa é minha, tia... A culpa é toda minha. - Falei olhando para minhas mãos, vendo mais lágrimas caírem sobre elas. - Se eu não fosse tão infantil e soubesse resolver meus problemas sozinha, eu não teria perdido todos os meus amigos, e principalmente, o amor da minha vida...

- Minha querida... Vamos por partes. - Levantou minha cabeça com sua mão. - Pessoas entram e saíam de nossas vidas, não importa quantos anos nós temos, quanta experiência nós desenvolvemos, sempre iremos perder certas pessoas... - Sorriu, tentando me confortar. - Até porque o "para sempre", sempre acaba. Nada é para sempre. Ainda mais, você ainda é uma criança, você tem que entender que mais pessoas importantes vão entrar e sair da sua vida.

- Mas por que tem que ser assim, tia? - A interrompi. - Por que eu tenho que sentar e assistir uma pessoa importante sair da minha vida?

- Eu não estou falando para você só sentar e assistir essa pessoa ir embora. - Me corrigiu. - Estou tentando fazer você entender que nada é para sempre, e fazer você ver isso. Ninguém tem que se acostumar com isso, só é preciso saber lidar com isso. - Pegou minha mão e fez um leve carinho nela. - Consegue me entender?

Eu realmente não queria ter que aceitar isso. Essa conversa me fez pensar no futuro, com quem vou me casar? Com quem farei amizades? Quem são as próximas pessoas a me amar? Essas coisas passaram na minha cabeça tudo de uma só vez.

- Eu... - Parei e olhei para o nada por alguns segundos. - Eu acho que... Consigo. - Voltei ao meu olhar para a mais velha e sorri.

- Ótimo! - Se levantou, oferecendo ajuda para me levantar. - Agora, termine suas malas porque já está escurecendo! - Foi até a porta e se retirou.

Fiquei mais alguns minutos parada, olhando para o nada. Porém, depois de um tempo finalizei as minhas malas.

Enquanto estava me arrumando casualmente, ouvi minha irmã me chamando atrás da porta do meu quarto. Assim, mandando ela entrar.

- Seus amigos. - Falou simples. Não entendi, então a olhei confusa. - Seus amigos estão aqui na porta. Deixo eles entrarem?

Deixei o pente de cabelo que estava na minha mão cair. Realmente, que coincidência. Será que Megumi está lá? Não acho que não...

𝐈 𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐌𝐲 𝐁𝐨𝐲𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 - 𝐉𝐮𝐣𝐮𝐭𝐬𝐮 𝐊𝐚𝐢𝐬𝐞𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora