carta de despedida

11 3 29
                                    

"hoje é sexta-feira, dia 13 de Junho, e eu sei que vou morrer. 
Isso não é uma brincadeira, não é um jogo.

Sou Olivia Matos, e moro no interior do Goiás, Campinorte.
Eu sei que isso pode parecer bobagem, mas não é.
Eu estou sentada em minha cozinha, escrevendo essa carta para quem conseguir me encontrar.
Eu sei que existe algo me observando por trás, as portas e janelas estão trancadas, mas eu consigo ver através de um espelho em cima da mesa.
Hoje eu acordei, pensando em su1c1di0.

Eu sei, para uma mulher de 23 anos isso não deveria passar em minha mente, mas passou.
Com esse pensamento ainda em minha mente, eu me levantei e fui resolver os problemas do dia.
Saí de casa, pedi um Uber e esperei.

Olhando para o final da rua eu vi um animalzinho preto, com orelhas compridas e pontudas, olhos brilhantes e amarelos. Não sei dizer se era um gato, um cachorro ou algo do tipo.... Mas quando ia me aproximar, o carro que eu pedi parou em minha frente.

Entrei no carro, comprimentei o motorista e olhei para a janela. O bicho havia desaparecido. Segui minha viagem sem pensar no animal novamente.

Infelizmente, está cidade está cheia de pessoas que não sabem dirigir, e então, no viaduto um engarrafamento se instaurou. Com o carro parado, entre buzinadas e esguichos de freios eu olhei para a janela.  O dia não estava ventoso, mas uma placa balançava estremecendo e estalando loucamente. Parecia que alguém a balançava sem parar e com ódio.

Quando ia olhar melhor, o motorista jogou o carro para o meio fio e prosseguiu a viagem. O dia foi tranquilo, nada de estranho para relatar depois disso.

A noite, pedi outro Uber. Esperando, olhei para o outro lado da rua e vi uma criança parada e rindo. Arrepiei e dei um passo para trás, mas logo dando dois para frente com a curiosidade me vencendo.
Senti um mal pressentimento, olhei para o lado e o carro já estava chegando.

Quando olhei para frente novamente a menina tinha desaparecido.
Chegando em casa, o portão já estava destrancado e um ronco baixo e macabro era ouvido de trás das latarias no quintal. Entrei em casa e tranquei todas as portas e janelas, porém ouvi o barulho de vidro se quebrando e caindo ao chão.

Agora, sei que a criatura de mais cedo está atrás de mim. Ela vai me matar e eu não posso impedir.
Espero que encontrem esta carta, e que, por favor, recebam meus sobrinhos que estão chegando da cidade grande.
Adeus.
Assina-   do olivia e Tritske"

Relatos - Terror HorrorOnde histórias criam vida. Descubra agora