**Capítulo 1: Sombras e Favoritismos**

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|Um pouco da história de vilanelle|

**Capítulo 1: Sombras e Favoritismos**

Vilanelle nunca se esqueceu das sombras que assombrava sua infância. Desde cedo, ela sentiu a diferença nos olhares e nos gestos. Seus pais sempre foram carinhosos e atentos com Sarah, sua irmã gêmea, enquanto Vilanelle parecia viver à margem, como se fosse uma estranha dentro da própria casa. Sarah era a filha perfeita, a que trazia orgulho, enquanto Vilanelle carregava o peso do desprezo e da indiferença.

Os sorrisos e elogios eram reservados para Sarah, que brilhava em tudo o que fazia. Quando as duas caminhavam juntas, as pessoas mal notavam a presença de Vilanelle, preferindo se concentrar na presença radiante de sua irmã. Os olhares de aprovação que Sarah recebia eram um contraste doloroso com a frieza que Vilanelle sempre enfrentou.

Na escola, a situação não era diferente. Sarah, sempre popular e querida, conquistava facilmente amizades, enquanto Vilanelle preferia o silêncio e a solidão, suas únicas companheiras constantes. Aqueles que se aproximavam dela logo se afastavam, sentindo o peso da amargura que ela carregava, como uma aura que a envolvia e repelía os outros.

Essas experiências moldaram Vilanelle, transformando a garotinha excluída em uma mulher dura, que aprendeu a esconder suas emoções atrás de uma máscara de frieza. A dor de ser sempre a segunda escolha, de nunca ser suficiente, endureceu seu coração. Mas, por trás dessa fachada impenetrável, ainda havia resquícios daquela menina solitária que, em segredo, ansiava por ser amada e aceita.

Agora, como professora de Ciências, Vilanelle mantinha distância de todos, incapaz de deixar alguém se aproximar o suficiente para machucá-la novamente. Mas, mesmo com os muros que havia erguido ao redor de si, as sombras do passado continuavam a persegui-la, lembrando-a de que, para todos os efeitos, Sarah sempre seria a preferida.

Vilanelle passava seus dias imersa em uma rotina cuidadosamente construída. As aulas eram meticulosamente planejadas, os experimentos científicos eram conduzidos com precisão, e as interações com os alunos eram limitadas ao estritamente necessário. Ela se certificava de manter uma distância emocional segura de todos ao seu redor. Para os outros, isso era apenas parte de seu caráter reservado; para Vilanelle, era uma necessidade.

Sarah, por outro lado, parecia ter uma vida perfeita. Como policial, ela era respeitada por sua bravura e dedicação. Era querida por seus colegas e sempre tinha um sorriso pronto para qualquer um que cruzasse seu caminho. Quando se tratava de Vilanelle, porém, a relação entre as duas irmãs era complexa. Havia amor, sim, mas também ressentimento e uma distância que nem mesmo o sangue compartilhado podia superar.

Vilanelle se lembrava de momentos da infância, de como seus pais elogiavam Sarah por suas conquistas enquanto suas próprias vitórias eram ignoradas. Ela recordava as vezes em que desejou ser vista, ser notada, mas tudo que conseguia eram olhares que passavam por ela como se fosse invisível. Essas memórias a assombrava, alimentando o gelo que envolvia seu coração.

Tudo começou a mudar no dia em que Eve Polastri entrou em sua sala de aula. Eve era uma aluna transferida, com um olhar curioso e uma energia contagiante que imediatamente capturou a atenção de Vilanelle. Eve não parecia se intimidar com o comportamento frio da professora. Pelo contrário, ela parecia fascinada por Vilanelle, observando-a de uma maneira que ninguém mais fazia.

Para Vilanelle, essa atenção inesperada foi desconcertante. Ela se pegava pensando em Eve fora das aulas, algo que jamais acontecia com qualquer outro aluno. Havia algo em Eve que desarmava sua fachada fria, que penetrava as camadas de gelo que ela havia cuidadosamente construído ao longo dos anos.

O que Vilanelle ainda não sabia era que Eve já havia cruzado o caminho de Sarah, e que sua irmã gêmea, a policial perfeita, já nutria sentimentos por aquela mesma garota que começava a despertar emoções há muito adormecidas em seu próprio coração.

Enquanto os dias passavam, Vilanelle se viu cada vez mais envolvida em pensamentos sobre Eve, sem perceber que estava sendo arrastada para um triângulo emocional complexo e perigoso. Pela primeira vez em muito tempo, ela sentiu uma rachadura em sua armadura, uma fissura que Eve parecia alargar a cada encontro, a cada troca de olhares.

Mas Vilanelle não estava pronta para aceitar o que sentia. O medo de ser novamente rejeitada, de ser deixada de lado como havia sido durante toda sua vida, a impedia de se entregar ao que começava a florescer em seu peito. Entretanto, as correntes do destino já estavam em movimento, e Vilanelle logo perceberia que, algumas vezes, o coração tem vontade própria, mesmo quando tudo ao redor parece conspirar contra.

...

|Um pouco do que vai acontecer, beijos amores Jajá posto mais do começo do ponto de vista de cada uma,  e o inicial da história.

Relevem os erros ortográficos, poderiam deixar a estrelinha? Se gostarem (⭐)

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