Vínculos

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Aquela noite, depois de escapar do carro que nos seguia, a tensão ainda pairava no ar. Embora estivéssemos no apartamento de Giovanna, eu não conseguia relaxar. A ameaça era real e iminente, e eu precisava estar pronta para qualquer coisa.

Acordei cedo na manhã seguinte, como de costume. Já estava na cozinha, vestida e analisando os eventos do dia anterior no meu tablet, quando Giovanna apareceu.

"Bom dia," ela disse, com um tom que tentava ser mais animado do que provavelmente se sentia.

"Bom dia, Giovanna," respondi, levantando os olhos do tablet para lhe oferecer um sorriso rápido.

Ela se sentou à mesa, pegando uma maçã da fruteira. "Ainda pensando no incidente de ontem?"

"Sim. Precisamos descobrir quem estava nos seguindo e por quê. Não podemos permitir que isso se repita," respondi, com firmeza.

"Concordo," ela disse, mordendo a maçã. "Mas, talvez, possamos fazer isso sem sacrificar um dos nossos momentos de paz né? Vamos tomar café sossegadas, guarde esse tablet."

Ponderei suas palavras por um momento. "Vamos tentar," disse finalmente, embora soubesse que não relaxaria tão facilmente.

Nos dias seguintes, aumentei as medidas de segurança, mas também me esforcei para manter nossa interação mais leve, como ela havia pedido. Desenvolvemos uma rotina em que, sempre que possível, separávamos um tempo para conversar sobre assuntos mais pessoais e isso me fazia um bem que eu não imaginava ser possível.

Uma noite, depois de um longo dia, estávamos sentadas no sofá. Ela perguntou sobre meus hobbies. "Fernanda, o que você gosta de fazer nas suas horas de folga? Quando não está me protegendo sabe..."

"Bem, gosto de ler, principalmente livros de história e biografias. E você?" respondi.

"Eu gosto de desenhar," disse ela, animada. "É uma forma de relaxar e expressar meus sentimentos."

Sorri. "Gostaria de ver alguns dos seus desenhos algum dia."

"Quem sabe," ela brincou. "Se você prometer não rir."

"Prometo," disse eu, sorrindo mais.

Uma noite, enquanto ela desenhava na sala, eu estava na sacada, como de costume. Estava particularmente pensativa, olhando para o horizonte. Giovanna se aproximou e perguntou: "Fernanda, perdão pela intrusão, mas no que tanto fica pensando quando fica assim parada ai olhando pro nada?"

Demorei um momento para responder, ela me pegou de surpresa, sempre fazia isso. "Depende muito, cada dia é um assunto diferente. Agora eu estava pensando em como a vida pode mudar de repente. Um momento estamos em paz e no próximo, lutando para sobreviver... É tudo meio louco."

Ela assentiu. "Sim, a vida é imprevisível. Mas acho que isso também a torna interessante, não acha?"

Olhei para ela, sentindo uma conexão enérgica louca entre nós. "Sim, talvez você tenha razão."

Ela então perguntou: "Você acha que algum dia vamos conseguir viver sem essa constante sensação de perigo?"

Suspirei. "Espero que sim. Mas até lá, prometo que farei o meu melhor para garantir sua segurança."

Ela sorriu. "Obrigada, Fernanda. Você não sabe o quanto isso significa para mim, sei que relutei muito contra sua presença inicialmente, mas eu não duvido nem por um segundo que vá cumprir com seu dever lindamente."

Os dias se passaram e, lentamente, começamos a nos adaptar a essa nova fase. A ameaça ainda estava presente, mas estávamos mais preparadas e unidas, tornava tudo mais fácil e leve na medida do possível.

Uma tarde, enquanto passeávamos pelo parque de seu bairro, um homem se aproximou, claramente nervoso. "Giovanna Marinho?" ele perguntou.

Imediatamente, coloquei-me entre ele e Giovanna. "O que você quer?" perguntei, minha voz firme.

"Por favor, não vou lhes fazer nenhum mal, eu apenas preciso falar com você," disse ele, olhando ao redor. "É sobre seu pai."

Um frio percorreu minha espinha.

"O que tem meu pai?"

"Ele está em perigo. Há pessoas atrás dele, e eles vão usar você para chegar até ele."

Apertei meu punho. "Quem são essas pessoas?"

"O nome deles é Black Cobra," disse ele, nervoso. "Eles são uma organização muito fria e perigosa em seus atos moças."

Olhei para Giovanna, vendo o pânico em seus olhos. "O que vamos fazer?", ela perguntou.

Olhei para o homem e depois para ela, determinado. "Vamos lidar com isso. Juntas. Eu prometo que não vou deixar nada acontecer com você ou seu pai."

Com aquele juramento, sabia que nossa conexão estava mais forte. Enfrentaríamos qualquer coisa juntas, fortalecendo o vínculo que crescia entre nós.

E assim, com uma nova ameaça no horizonte, nosso caminho estava claro: encontrar e eliminar o perigo, enquanto construíamos a confiança e camaradagem que nos tornava mais fortes a cada dia.

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⏰ Última atualização: Jul 06 ⏰

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