A História Não Contada

O nova proposta do Rei

A forte luz solar atravessou a janela e incomodou Velaenar. A mulher levantou a mão e apalpou o outro lado da cama, apenas para ter certeza de que a prostituta da noite anterior tinha ido, ela sorriu.
Velaenar levantou, seus olhos demoraram para acostumar-se com a luminosidade, ela foi até o único espelho do quarto e se olhou.
- As virgens não deixam tantas marcas -
Disse para si mesma quando se olhou no espelho.

Enquanto se  vestia, sentiu falta de algo.
- Puta, puta - saiu com muita pressa do quarto, irritada. Olhou para uma mulher que estava contando o dinheiro.
- Uma de suas putas roubou meu anel! - Disse com os punhos no balcão.
- Eu quero meu anel! - A mulher a olhou, sem muita atenção.
- Os Targaryen sempre se sentem no direito de brigar - ela deu uma risadinha.
- Você tem que pagar pela noite e pela estadia -
- Como? Não estou de estadia! Quero meu anel! Era do meu pai! -
- Pague pela dama... -
Ela segurou o pescoço da mulher sem precisar atravessar o balcão, pegou  um punhal e apontou para seu pescoço.
- Olha aqui, sua puta velha, me traga meu anel ou você... eu arranco seus dedos! - Vealenar sabia que para alguns, a morte era gratificante.

O tempo de espera só deixava a mulher mais irritada, estava com o punhal apontado para o pescoço da velha enquanto as prostitutas procuravam a virgem que  a furtou. Já era o terceiro cálice que bebia enquanto esperava.
- As vagabundas de hoje anda muito ordinárias - olhou para a velha
- Acredita que uma delas já tentou me queimar com cera de vela? Ela jurou que seria 'interessante', louca. - disse enquanto bebia mais um gole do vinho. A velha estava assustada. Quando finalmente trouxeram a virgem, a fizeram se ajoelhar
- Ah, que cerimônia, levante, só preciso do anel - A garota chorava entregou finalmente anel que pertenceu a Valerion.

A garota à sua frente estava nua e humilhada, tinham batido nela. Velaenar puxou levemente o seu cabelo para fazê-la olhar para ela
- Por que roubar? -
- Meu pai... ele... ele me disse que tenho que fazer um bom serviço com os homens e tentar levar algo de valor -
- Ele te marca assim? - ela acenou
Velaenar sentiu pena. Ela teve o nome e o lugar exato onde o homem morava, depois obrigou alguém a vestir a garota, só então teve paz para voltar, sob um grande capuz, para ninguém ver.

Velaenar se sentou só à mesa para o café da manhã, nem Rhaenyra ou Viserys estavam lá para acompanhá-la. Ela olhou para um guarda na porta
- Sente logo, eu detesto comer só - O homem continuou parado em posição
- Não estou brincando - Ela o olhou seriamente, ele acenou e sentou.
- Desde criança, amo isso que eles fazem com cereja, é muito bom, sabia? -
Então, se deliciou com o café da manhã junto ao guarda.

O sol se colocou mais alto, Velaenar se arrumava para o segundo e último dia de torneio. Contra sua própria vontade, colocou um vestido vermelho que foi de sua mãe.
- O rei solicita sua presença no pequeno conselho - ela se vira para Rhaenyra.
- Você não pode entrar sem avisar - ela olhou seriamente para a garota.
- Reunião do pequeno conselho a essas horas? Que burocracia ser rei - 

Rhaenyra e Velaenar foram juntas até o pequeno conselho. Todos já estavam lá.
- Nunca pontual - Reclamou Otto
- Sempre chato, nada muda por aqui, Otto - Velaenar ficou em pé ao lado de Rhaenyra, já que não restavam mais cadeiras. Viserys começou com um sorriso nervoso
- Sei que muitos aqui preferiam estar no torneio, eu também, acreditem. Há certas coisas que é importante que serem ditas agora, a primeira delas é que dou à minha prima, Vealenar Targaryen, uma cadeira no conselho - Nenhum ali estava satisfeita com tal decisão, nem mesmo Velaenar.
- Droga! Arrumei um trabalho! - Rhaenyra riu, sussurrando
- Não seja ingrata, é o jeito dele de te manter perto -
Viserys continuou: "Também gostaria de dizer que ao pensar em minhas opções diante do cenário, escolho Lady Alicent Hightower como minha noiva"
Corlys se levantou e saiu sem dizer uma palavra, Rhaenyra quase faria o mesmo se não fosse Velaenar segurando seu braço, a acariciando com o polegar.
- Que alegria, meu primo! -

Todos parabenizaram o rei, Vealenar saiu de lá com Rhaenyra.
- Você está bem? - Olhou os olhos molhados da garota.
- Estão tentando substituir minha mãe,  estão tentando me substituir! -
- Não, não pense assim. Isso é o contrato político, diferente do amor que ele sentia por sua mãe -
- Você não sabe... -
- O que sei já me basta - Ela levanta o queixo da menina.
- Seu pai te ama, você ser a criança do amor dele por Aemma vale mais do que qualquer garoto. - Rhaenyra a abraçou.

Velaenar deixou com que Rhaenyra fosse ao torneio logo,  para que ela pudesse ir até a patrulha da cidade.
- Preciso de um favor - Ela os olhou, todos dispostos.
- Um de vocês vai atrás de um homem para mim, quero que ensine a ele uma lição. Tenham certeza de que ele não voltará a ter coragem de fazer o que fez de novo. Quero que digam que foi a princesa - Ela joga a carta com as informações do homem  no chão
- Não o matem, eu pago bem -

Ela voltou para assistir o torneio.