A História Não Contada

O fim dos tempos de ouro

O Alforje do grande dragão branco era apertado em sua sela. O animal erguia seu corpo que descansara o suficiente, ele sabia o que faria no momento seguinte. 
- Eu tirarei a lama de suas asas, votaremos ao entardecer, Rain-Bowfire -
A espada foi colocada no apoio do alforje. Velaenar limpava as asas sujas de seu dragão, que voltavam a ser brancas. 

- Os anos se passaram e acreditei que estivesse velha para fugir, Velaenar - Rhaenyra estava atrás dela, enquanto observava suas costas. 
- Um nômade nunca fica velho o suficiente - ela não virou, nenhum momento pensou em fazer. Rhaenyra se aproximou.
- Eu sei que sabe, sei que se sente traída... - A mulher rio sarcasticamente.
- Ah, não sabe, não. Você entendeu do que entra e sai da sua buceta, nada mais - 
Rhaenyra chutou a dobra de seu joelho, mas antes que pudesse cair, rodou seu corpo, dando uma rasteira na princesa, que foi jogada no lamaçal.

- Eu te ensinei a lutar, estúpida - 
- Sua desgraçada! - Ela levantou-se, as mãos enlameadas.
- Qual o seu problema? - Segurou o colarinho de Velaenar, sem se importar em suja-lá.
- Você é a droga de seus filhos bastardos que tanto me importei! -
- Falaria isso para Luke se ele estivesse aqui?- Seus olhos estavam vermelhos. Velaenar não saberia se eram de raiva ou de tristeza.
- Os meninos que você amou! Os quais você contou suas histórias fantásticas! - 
Então entendeu quando Rhaenyra derramou uma lágrima solitária
- Não, não use Luke, quando não pode defender a si, Rhaenyra! - Estavam perto para ver a dor da alma de cada uma.
- Defendi sua honra enquanto larguei a minha. O que me deste em troca? - 
Ela largou o colarinho e recuou um passo.

- Fique - 
- Não - 
- Não, não peço, ordeno. Como a princesa de Dragon Stone, eu ordeno que fique -
- Seu título não vale de nada, Rhaenyra - 
- Então mandarei que predão-a por insulto e veremos se não vale - 
- Para quê me torturar? Quer me ver definhar ao seu lado? - 
- Porque você me ama e sei da verdade de seu sentimento. Eu não deixaria escapar duas vezes - A princesa segurou uma de suas mãos.
- Peça perdão, fique e me deixei fazê-la minha - 
- Sua enquanto dorme na cama de Daemon? Enquanto ele for seu rei? -
- Minha, enquanto só isso importar. Eu me deitarei com Daemon, o farei meu marido, mas a amarei. Você, Velaenar, unicamente você. A farei minha mão e... Daemon poderá ser meu marido, mas eu serei sua mulher -
- Nem se esta fosse minha única opção, nem se isto fosse o único caminho que devo seguir, bem mesmo se eu estivesse louca - Rhaenyra pensa em avançar um passo, mas Rain-bowfyre se ergueu atrás de sua montadora, pronto para qualquer comando. 

- Velaenar... você não faria... -
- Bem, Rain-bowfyre nem sempre é obediente - 
- Está me ameaçando? - Ela a olhou em indignação.
- Não, você sabe que não, minha doce Rhaenyra - ironizou 
- Se escolhe não ficar, vá para o inferno, Velaenar! -
- A pior parte é que já estou nele - 

 

O vinho descia amargamente pela garganta, como sangue, como seu próprio sangue. Os olhos estavam vermelhos enquanto assistia o mar bater na costa e o castelo de Driftmark se afastar. Estava frio como nunca sentira. Estava escuro como nunca vira.
- Não imaginei que se juntasse a nós nesta embarcação -
- A vida tente a ser ignorante com nossas vontades - A mulher riu.
- Oh, sei disso mais que qualquer um - Ela olha para os dragões que voavam sobre sua cabeça. Ela imaginou, quem sabe aqueles fossem os tempos de ouro, os tempos de paz. Quem sabe o que aconteceria depois, quem sabe o que acontecia quando o barco se ancorasse no porto. 

- São excelentes, não são? - Cortando sua imaginação, ela pousou a mão em cima da dela.
- De toda a forma, Velaenar, estou feliz que tenha se juntado a nós - ela deixou sua mão, pois era quente, era o que ela precisava naquele momento. 
- Estou feliz de servir ao reino, Alicent - 
Ela sorriu e levantou a taça.
- Um brinde? -
- Um brinde, minha rainha - 

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Um dos mais curtos que fiz, pois é sobre a divisão do que aconteceu e do que vai acontecer.

Desculpem pela demora!!!