Vale dos Condenados

Prefácio

Em um mundo hostil, cujas civilizações de outrora foram devastadas pela fúria da natureza, Thalassar surgiu como uma coroa brilhante entre as montanhas. O último resquício de humanidade, que se mantém de pé há milhares de anos. Em Thalassar há apenas uma lei: a lei de El. Seu código rege tudo e todos, nada está fora de seu controle. É Ele quem mantém Thalassar próspera desde a sua fundação e foi graças ao seu infinito poder que este povo sobreviveu e, com eles, edificou uma nação inabalável.

Quando o sol castiga seus moradores com o calor extremo, El envia jatos refrescantes das montanhas. No inverno, envia lenha para aquecê-los e garante as dispensas sempre cheias. Não há miséria em Thalassar, e até os trabalhadores cumprem seu ofício com amor, cientes de sua importância em uma sociedade onde as peças funcionam perfeitamente encaixadas.

El se manifesta através de seus porta-vozes, os quais chamamos de Arautos. Somente eles têm acesso à El e à sua vontade, eles as transmitem ao povo. El tem sempre 5 Arautos. Quando um morre, um novo Arauto é escolhido entre o povo através de vários testes extremos. Os Arautos desfrutam de vários privilégios, como o de poderem acessar o grande palácio de El e se aproximar de seu salão. Alguns Arautos mais proeminentes chegaram a dar palpites a El.

Ninguém jamais viu de El, nem mesmo os Arautos, mas Ele tem olhos e ouvidos por todos os lados e, do mesmo tamanho de seu amor é a sua impiedade. Para que Thalassar permaneça soberana, é necessário que os rebeldes paguem caro, que sejam retirados da nação para sempre, que seus corpos e suas almas recebam a expiação eterna como preço pela desobediência. Para os que permanecem em Thalassar, eles apenas desaparecem, não há acesso conhecido entre a superfície e o Vale. Os rebeldes se tornam lendas, lembranças distantes. No Vale seus corpos insistem em não morrer, na superfície suas memórias se dissipam como poeira ao vento.

Aos retos, uma vida plena. Aos desobedientes, O Vale dos Condenados.