Capítulo 2 - Um Nome Maldito

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HADRIA

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HADRIA

— Então novata

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— Então novata... — A voz de Macla despertou meus devaneios. Estávamos de pé, diante de uma tenda de couro, maior que as outras. — Não vai contar por que veio parar aqui?

— Eu... — Senti minha cabeça pulsar e pus as mãos nas têmporas. — Eu não lembro o que fiz. — Menti.

— Hm... — Macla apertou o olhar, desconfiada. — Deve ter sido uma baita atrocidade pra não querer dizer. Não se preocupe, garota. Já estamos todos condenados mesmo.

Estava em total estado contemplativo e a curiosidade disputava espaço com a dor, todos os incômodos que aquele lugar me causava e a angústia de estar longe de Astana e de minha cidade. Olhei ao redor e notei que aquele lugar era ainda maior do que eu havia percebido, o piso de pedra áspero abaixo dos meus pés descalços era o mesmo em toda a grande caverna, o teto alto de rochas irregulares permitia uma leve circulação de ar mas não aplacava o calor quase insuportável e o cheiro amargo. As tendas rústicas tinham um aspecto tão sujo e pobre que me questionei como alguém conseguiria viver em tamanha miséria.

As pessoas que eu via dali caminhavam de um lado para o outro, cruzavam minha frente e costas, entravam e saíam de suas tendas e ignoravam completamente a minha presença. Todas elas tinham um aspecto exausto e indiferente, como se fossem partes da própria caverna pois, assim como ela, eram sem vida.

Conseguia imaginar a tortura de viver eternamente em um buraco quente, úmido e mal iluminado, de nunca mais ver sua família ou mesmo a luz do sol. A dor de ansiar pela morte, mas nunca tê-la e ver seus dias serem sempre os mesmos. Sem sonhos, sem esperanças, sem amor... para todo o sempre.

Agachei-me e meti o rosto entre meus joelhos. Gritei.

O completo vazio quanto ao meu futuro e a expectativa de sofrimento eterno faziam minha alma entrar em colapso. Gritei mais uma vez, e de novo, na busca de algum tipo de alívio.

Os condenados continuavam me ignorando, inclusive Verme e Macla que permaneceram de braços cruzados, aguardando o fim da minha crise. Provavelmente já estão mais que acostumados com esse tipo de comportamento de quem chega.

Vale dos CondenadosOnde histórias criam vida. Descubra agora