prólogo: UMA GAROTA COMUM

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Era uma vez uma garota. Ela não tinha poderes mágicos que a faziam conseguir mover coisas com a mente; ela não podia invocar um dragão cospidor de fogo; nem havia nascido há muito tempo atrás em um mundo místico e cheio de fantasia.

Ela era apenas uma garota comum, de dez anos de idade, que não era muito sociável e por isso só tinha uma amiga além das pessoas de sua família.

Vivia em uma casa que seus pais e tia economizaram juntos durante anos para comprar. Era ela, a tia, o pai, a mãe, o irmão mais velho e a prima mais nova em uma casa com quatro quartos, uma cozinha bonita, um quintal e dois banheiros.

Embora ela não tivesse nada de especial, ela adorava fingir que tinha. Ela e a prima, um ano mais nova, brincavam que tinham magia e liam todos os tipos de livros de fadas. Mesmo que ela nunca tenha de fato acreditado nelas, o que, sinceramente, foi seu maior erro.

O nome desta garota era Giovanna. Eu sou Giovanna.

Gio era doce, gentil e queria o bem de todes. Acho que o exato oposto do que eu sou.

Aquela Giovanna que fui um dia é completamente diferente da que sou hoje. Não é atoa. Muita coisa mudou.

Mas a maior mudança aconteceu nesta idade. A garota que não acreditava em magia até mesmo em sua infância, nem nas coisas que todas as crianças acreditavam como o papai Noel ou a fada do dente, descobriu a existência de algo muito mágico. E então sua vida virou de cabeça para baixo.

Eu lembro desta época. Era inocente demais para compreender a complexidade das coisas que me foram reveladas, mas madura o bastante para entender o quão importante era o papel que me foi concedido.

E hoje estou mais velha. Não sou mais criança, não sou mais comum, não sou mais humana.

E, na minha visão de agora, mais sábia e menos humana do que jamais foi, eu acho que devo contar essa história. Já que a história não é só minha. Ela é sua. É a história do mundo. A história que ninguém se lembra.

E irei separá-la em três partes:

Profecia, Maldição e Magia.

Este é Profecia, que será o início de tudo. Será mais minha história do que a do mundo, embora elas estejam de certa forma interligadas.

Sei que não deveria. Ninguém quis lembrar do ocorrido. Mas eu vejo esta necessidade de revelar a verdade. Um segredo nunca deve ser mantido para sempre.

livro 1: ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora