primeiro capítulo: O Minimago

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Eu vivia em uma casa relativamente grande, com uma cozinha e sala separadas por uma bancada, quatro quartos e um quintal.

Meus pais e minha tia haviam combinado de alugar a casa há menos de um ano e estávamos vivendo junto da minha tia.

E aquela casa era sem dúvida meu lugar favorito na terra. Eu amava muito brincar naquele quintal.

E lá eu podia morar com a minha prima! Quando meus pais deram a notícia eu fiquei muito empolgada. A vida estava muito chata. Meu irmão não falava muito comigo e eu não tinha ninguém pra brincar, menos minha amiga Kira, que meus pais nunca deixaram ir lá pra casa ou eu ir pra casa dela.

Naquele dia eu estava brincando com Sofia, minha prima, no quintal de casa. A gente brincava de pega-pega enquanto meu irmão lia deitado em um canga na grama.

Meus pais e minha tia estavam dentro de casa fazendo o almoço. Era sábado. Todos os adultos da casa, fora meu irmão Guilherme, cozinhavam nos sábados. Era o dia de comida caseira, já que no restante dos dias a gente tinha que comer em um restaurante.

Eu e Sofia corremos por um tempo em volta de Guilherme, até ele reclamar e irmos para outra parte do quintal.

— Crianças! — chamou minha mãe — Venham comer!

Guilherme se levantou e, assim que Sofia saiu, decidi dar uma espiada no livro que ele estava lendo. Ele tinha o hábito de não deixar ninguém ver o que lia.

Eu olhei a capa: fundo rosa, dois garotos, um de cada lado da capa, fazendo uma pose. O título alternava entre as cores vermelho, branco e azul. Mas eu não era muito boa em ler.

Fui tentar ler o título. A primeira palavra, em vermelho, era literalmente vermelho e a palavra em branco, era literalmente branco. Mas não deu tempo de ler o resto, pois ouvi a voz de minha mãe:

— Giovanna, venha para a mesa! — ela chamou, lembrando-me de que era hora do almoço.

— Já tô indo! — respondi — só... Deixa eu ir no banheiro!

Eu saí do quintal e corri até o banheiro para lavar as mãos. Eu lavei e estava me preparando pra sair do banheiro quando o ambiente mudou completamente. Ficou colorido e meio borrado de um segundo para o outro.

Se eu fosse um adulto, eu pensaria o pior, mas, como criança eu fiquei maravilhada. Nunca fui muito de acreditar em magia, nem naquela época, mas amava livros de fantasia e aquilo parecia tão mágico que chegava a ser hipnotizante.

— Oi! — disse uma voz atrás de mim.

Levei um susto e me virei, para me deparar com uma borboletinha.

— Giovanna! — ouvi ela dizer, me deixando muito surpresa — Olá! Deve estar confusa. Deve estar se perguntando "onde estou? "como cheguei aqui?" "por que parece que esta borboleta está falando?"

Assenti. Estava muito confusa.

— Bem, permita-me explicar! — ela continuou — Eu — ela se aproximou de mim — me chamo Aifos Irucum IV...

Agora, com ela perto, pude ver melhor como a criatura era. Só as asas e o tamanho eram de borboleta. De resto, era quase um humano. Tinha cabelos loiros, pele clara, olhos grandes — como os de um personagem animado — e azuis, um tom de azul inimaginável; e parecia ter a minha idade. Vestia uma camiseta vermelha, calça marrom e um sapato preto. Também usava uma espécie de chapéu azul pontudo na cabeça, com uma pequena coroa prateada presa nele.

As asas eram de um degradê de azuis, do esverdeado ao quase roxo.

E tudo, exceto a coroa, as asas e seus olhos azuis tinha cores pastéis. Inclusive ele próprio. Como se tivesse sido pintado por um artista que usou tons pastéis para destacar as cores vibrantes dos olhos e asas e a coroa brilhante.

Parecia um príncipe do reino das fadas.

— Sou um minimago. — disse ele — Nós somos os protetores da humanidade. Trabalhamos em segredo cuidando de vocês humanos. — E eu — ele aponta para si mesmo — sou o seu minimago. O que quer dizer que eu sou o minimago que cuida de você, Gio. E eu decidi me revelar para você! Você é a primeira humana a saber sobre nossa existência em séculos!

Quanto mais ouvia a história mais animada ficava. Existiam seres mágicos e só eu sabia? Por que eu? Existiam outros seres mágicos? Por que eles mantiam segredo? Eu tinha tantas perguntas.

— Espera, isso é sério? — pergunto.

— Aham — ele responde.

— Meu Deus! Eu não acredito! E tipo, eu sou a única pessoa que sabe sobre vocês? — iniciei a sequência de perguntas.

— Sim. A primeira humana que sabe sobre nós há séculos.

— Mas por q...

— GIOVANNA!!!!! — Grita uma voz daquele além infinito.

— Tia Dri — me lembrei do almoço.

— Vai! Depois eu termino de explicar. Por favor, não conta pra ninguém o que aconteceu! — disse Aifos desaparecendo.

Em um piscar de olhos estava no banheiro de novo. Saí dele e me deparei com minha Tia.

— Onde você tava menina? Queria nos matar de susto? — disse ela.

— Desculpa. Tava no banheiro — respondo.

— Podia ao menos ter respondido!

— Desculpa, tia.

— Lavou as mãos? — Perguntou

— Lavei!

Fomos até a cozinha onde todo mundo estava comendo àquele ponto. Meu prato já estava servido. Era macarrão.

Agora eu via os minimagos. Seis, incluindo Aifos. Todos comendo suas próprias comidas. Era muito encantador poder ver as criaturas.

E ouvir! Elas conversam sobre diversas coisas interessantes. Era incrível.

Pena que ninguém mais podia ver, pensava.

Aifos, que havia desaparecido, estava ali também.

— Até que enfim! — falou minha mãe.

— Tava no banheiro! — disse.

— Imagino o tamanho da mer... — começou Guilherme mas é interrompido por um tapa na cabeça dado pelo meu pai.

— Modos! — disse minha mãe — Primeiro: estamos na mesa. Segundo: sua irmã e sua prima são crianças! Pode não falar esses palavrões perto delas? E você — ela se vira para meu pai — não devia bater em seu filho.

— Foi só um tapinha pra fazer ele calar a boca — respondeu meu pai.

— Está bem.

O lugar ficou silencioso. Até os minimagos fizeram silêncio.

Acabei de almoçar e me levanto. Aifos já havia acabado há um tempo e estava conversando com os outros.

— Aonde você vai? — perguntou minha mãe.

— Vou para o quarto — Respondi.

— Não esqueça de lavar a sua louça querida — falou tia Dri.

— Okay! — Respondo pegando meu prato e talheres e levando para a pia.

Lavo eles e subo para o quarto. Aifos me segue.

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Espero d+ que tenham gostado.

Tchau!

livro 1: ProfeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora