Casamento às Cegas

Capítulo 1 - Preparativos

Pov's Camila Cabello

Finalmente estava arrumando as minhas malas para o Casamento às cegas, depois de algumas insistências da minha melhor amiga Dinah, decidi me inscrever nessa nova edição e após inúmeras seleções, consegui ser uma das "sortudas" a entrar.

Já havia me conformado que ficaria para titia e que seria uma solteirona de 40 anos com centenas de gatos espalhados pela casa, mesmo que ainda só tivesse 27. Não que isso fosse um problema, mas a Camila adolescente esperava encontrar um amor avassalador, um homem que fosse um príncipe encantado, mas pelo meu caminho só havia passado idiotas, tóxicos e brochas que não me faziam gozar e alguns infelizes conseguiam gabaritar todas essas características.

Culpo meus pais por terem um casamento tão lindo marcado por parceria e fidelidade, se não fossem eles, os meus padrões e critérios não seriam tão altos, mas ou eu viveria um amor como minha referência ou preferia ficar sozinha. Isso nunca foi um problema para mim, mas vendo que de todos meus amigos tenho sido a única sem alguém para chamar de meu e para dividir os meus anseios, uma parte de mim sente inveja deles.

- Você já acabou de arrumar tudo? - Dinah falou abrindo a porta do meu quarto.

- Sim. Bom, olha minha lógica: Só vou ver algum cara depois do "Sim", então a maioria das minhas roupas estão básicas, não terá ninguém no dia a dia que irei querer pressionar, logo, uma preocupação a menos. Concorda? - Sua expressão habitual de despresso por mim surgiu.

- E que tal estar bonita para si mesma? Se eu tivesse o seu corpo acho que passaria o dia andando de langerie. - Agora foi minha vez de devolver o despresso.

- Como se você não fosse uma grande gostosa, não é? Mas enfim, vou permanecer com minha decisão e também estou levando algumas peças interessantes. Sério, esse é o maior absurdo que você já me fez passar. - Sentei em cima da mala enquanto ela me ajudava a fechar o zíper.

- Vai ser engraçado te assistir na TV. Se você adotar uma personagem, saiba que estarei aqui te apoiando e dizendo que é seu jeito, sem tirar e nem por.

- Ah, claro. Que tal a skin abusiva e tóxica? Oh, ou melhor, a que rouba o noivo dos outros?

- Combina mais com você a ciumenta e possessiva.

- Até parece. Sou uma pessoa tranquila e eu é que não vou brigar por ninguém. Só espero não ficar com nenhum homem muito feio, se não aí que vou preferir ficar cega. - Riu de forma exagerada com meu comentário ácido enquanto eu aguardava ela parar.

- Ok, se falar alguma coisa tão cancelável como essa lá dentro, me esqueça, não vou te defender e colocar minha mão no fogo.

- Óbvio que estou brincando. - Revirei os olhos, mas nós duas sabíamos que era mentira.

Penso que se a maioria dos homens serão canalhas, que ao menos sejam bonitos porque dizer que está sofrendo por um feio é humilhante. Posso até ter tido poucos relacionamentos na minha vida, mas sabia do meu valor e minha auto estima estava em dia.

Faziam alguns meses que num surto pintei o meu cabelo, e depois de uma semana sem parar de chorar com o resultado porque estava estranhando, percebi que na verdade tinha apenas conhecido um lado meu que foi despertado com aquela nova cor. Estava mais confiante do que o normal e todas as chances de me olhar no espelho ou na câmera eram aproveitadas, considerei voltar ao moreno quando passei na seleção mas já havia me adaptado a ele e aprendido como cuidar da melhor forma, garantindo uma hidratação digna de salão.

As gravações aconteceriam em Los Angeles e uma parte minha sentia medo de rever alguns dos caras com quem já fiquei no período que morei lá devido ao trabalho, digamos que foi na minha fase mais desapegada de tudo e sem sensibilidade nenhuma com os sentimentos destes. Torcia também para que as mulheres fossem todas simpáticas e que soubessem que meu propósito não é brigar por ninguém, mas que ao menos saibam: Quando quero alguma coisa, eu consigo.