Perseguindo o Goleiro

Introdução

A plataforma estava movimentada com alunos ansiosos do primeiro ano abraçando suas mães, estudantes entusiasmados se alegrando com seus amigos de anos anteriores e os casais se beijando.

"É melhor você se comportar bem este ano, S/n Stone." Minha mãe me repreendeu de brincadeira.

"Eu estou sempre bem", sorri timidamente, olhando para os meus sapatos.

Essa afirmação trazia a verdade, já que nunca tive nenhum problema real, mas minha mãe não estava falando sobre isso.

"Você sabe exatamente o que quero dizer." Ela cruzou os braços.

"É sobre-"

"Sim, é sobre Oliver! Você é desnecessariamente cruel com ele e para quê? É constrangedor, especialmente porque sou muito amiga da mãe dele!" Minha mãe ergueu as mãos.

Oliver Wood, provavelmente o garoto mais chato de Hogwarts, e o Oliver específico de quem minha mãe estava falando. Ele estava no mesmo ano que eu e era capitão de quadribol da Grifinória. Éramos, como muitos gostavam de nos chamar, arqui-inimigos e, para ser justa, eles não estavam errados.

“A crueldade é mútua!” Protestei: "Honestamente, quase parece que você gosta mais dele do que da sua própria filha!"

"Pelo que posso dizer, a atitude suja vem de você, Oliver sempre se comporta como um cavalheiro."

"Isso é como ele se comporta na sua frente!" Eu respondi, sentindo minhas bochechas corarem de raiva.

"Tudo bem, vamos embora." Minha mãe soltou uma risada, me dando um abraço. "Escreva-me sobre como foi sua primeira semana, ok?"

"Sim, senhora!" Eu a saudei antes de sair correndo com minhas malas para o trem.

Eu não estava prestando atenção ao que estava na minha frente, tentando examinar a multidão em busca da minha melhor amiga, June, uma garota que conheci no meu primeiro ano, que por acaso era da Corvinal assim como eu. Vi seu cabelo rosa brilhante quase instantaneamente. Ela odiava seu cabelo castanho empoeirado, "chato", e optou por tingi-lo com qualquer cor maluca que quisesse no momento.

Bem quando eu estava prestes a gritar o nome dela, tropecei no peito largo de alguém, deixando cair minha mala.

"Sinto muito-" Comecei a me desculpar, mas parei instantaneamente assim que olhei para cima.

Oliver Wood, em toda a sua glória escocesa, estava elevando-se acima de mim, com seu sorriso insuportável característico brincando em seus lábios.

"Ah, olá, Wood." Cuspi, rapidamente pegando minha mala de volta.

"Tinha que ser a pequena Stone." Oliver riu. "Sempre ansiosa para me ver."

"Só se for nos seus sonhos, Azeite de Oliva." Rosnei e passei por ele, indo em direção a June.

Assim que ela me viu se aproximando ela gritou e correu em minha direção, me puxando para um abraço apertado.

"Oh meu Deus, senti tanto a sua falta!" Ela riu, apoiando a cabeça no meu ombro. "Nossa! Você cheira bem, que shampoo você usa?"

"Senti sua falta também, e Pink Grapefruit de Mystique Curl." Eu ri quando embarcamos no trem.

"Devidamente anotado." June sorriu.

June tinha uma personalidade única, para dizer o mínimo. Ela era bastante excêntrica, mas não menos genial. Seu talento com as palavras no papel era extraordinário, e muitas vezes eu a encontrava empoleirada em uma árvore no pátio rabiscando algo em seu caderno, fosse um poema, um romance que ela inventou em seus sonhos ou um simples conto. Ser autora no futuro não era uma possibilidade, mas sim uma certeza. June não gostava de ser colocada em uma caixa simples e optou por se expressar por todos os meios possíveis; roupas, cabelo, maquiagem, fala; você escolhe, ela transformou isso em algo único para si mesma. Sendo altamente franca, ela não teve vergonha de expressar o que pensava, por mais controverso que fosse. Apesar de sua expressão fora do comum, ela ainda era querida na escola e considerada principalmente legal.

Encontramos um compartimento juntas, ocupando nossos lugares nos assentos da janela.

"Mal posso esperar para a temporada de quadribol começar! Consegui a posição de capitã e tenho praticado o verão inteiro. Até convenci minha mãe a me dar uma nimbus 2000!" Divaguei animadamente, não desanimada pela expressão facial vazia de June.

"Deus, sua obsessão por quadribol é provavelmente tão ruim, senão pior, que a de Wood." Ela revirou os olhos, abrindo um livro.

"Não é! E mesmo que fosse, ainda sou melhor do que ele nisso." Eu bufei, cruzando os braços.

"Melhor do que mim em quê?" A cabeça de Oliver apareceu na porta do nosso compartimento.

"Quadribol." Eu sorri, tão docemente quanto possível.

"Vai sonhando. Sem ofensa, Stone, mas você é a pior artilheira que eu já vi." Ele riu, sua risada zombeteira fazendo meu sangue ferver.

"Acho que você está esquecendo as várias goles que marquei nos aros que você estava defendendo em nosso último jogo." Eu zombei, encontrando seus olhos.

Eles eram de um marrom profundo e me lembravam café recém feito.

"Sorte de principiante." Um rubor envergonhado tomou conta de suas bochechas, o que notei.

"Certo, vocês dois poderiam continuar brigando sobre quem é o melhor, mas a verdade é que vocês dois são jogadores habilidosos de quadribol que provavelmente irão buscar o quadribol profissional depois que terminarem o colégio." June murmurou, sem olhar para nós.

"O que você está fazendo em nosso compartimento?" perguntei, lançando um olhar furioso para June.

"Seu compartimento? Da última vez que verifiquei, havia um 9 escrito na porta, não S/n Stone." Oliver sorriu.

"Sai daqui", eu resmunguei, apoiando minha cabeça no encosto do assento.

"Você sabe que está apaixonada por mim." Oliver piscou para mim, antes de deixar June e eu sozinhas, fechando a porta ao sair.

"Pelas barbas de Merlin, ele é insuportável!" Eu gemi, jogando as mãos sobre o rosto.

"E ainda assim você gosta dele", afirmou June como se fosse um fato.

"Tá maluca?" Eu perguntei, olhando para minha melhor amiga, incrédula.

"Aceite S/n, aquele garoto entrou no seu coração." June sorriu, finalmente olhando para mim.

"Nem se ele fosse o último homem do mundo" Eu zombei. "Eu gostando de Wood? Sem chance."

"Então tá, se você tá falando." June riu, olhando para seu livro.

Eu não respondi e, em vez disso, me agachei, pegando uma cópia velha e surrada de Estratégias de Quadribol 101.

Não demorou muito para que eu estivesse imersa nas páginas do manuscrito, mal percebendo que nosso compartimento estava enchendo.