Maldito Flint

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No domingo, dei algumas desculpas esfarrapadas para June, explicando por que não poderia sair com ela e Sarah, em vez disso, fiquei na cama o dia todo. Dizer que estava chateada era um eufemismo. Um encontro com Flint? Até a ideia de ser vista com ele me fez engasgar.

Na aula de Feitiços, na segunda-feira, senti vontade de me enterrar em um buraco.

"Então, o que há entre você e Flint?" Oliver me cutucou.

"Não te", eu disse sombriamente.

"O que é isso?" Oliver perguntou, caindo no meu jogo de palavras.

"Não te interessa." Tentei me concentrar em minhas anotações.

"Por que você disse sim para ele?" Oliver continuou a me irritar.

"Acredite ou não, Wood, mas sou perfeitamente capaz de tomar minhas próprias decisões sem precisar consultá-lo primeiro." Eu olhei para ele.

"Eu sei", ele pareceu surpreso com meu olhar mortal, "É só que você expressou seu desgosto pela cara que você fez durante a festa."

"Vai se fuder, Wood." Revirei os olhos, voltando para minhas anotações.

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"Por que você parece que acabou de beber um galão de leite estragado?" June perguntou enquanto alimentava Sarah com outra colher de purê de batata.

"Eu tenho um encontro", resmunguei, colocando a sopa na minha tigela sem perceber e colocando-a de volta onde estava.

"Bem, isso é bom, não é?" Sarah disse incrédula depois de engolir seu purê.

"Depende de com quem você vai." Enterrei minha cabeça em minhas mãos.

"E quem é esse homem misterioso?" June perguntou.

"O maldito Flint", sussurrei amargamente, observando os olhos de June e Sarah se arregalarem em choque.

"Como é?! Marcos Flint, capitão de quadribol da Sonserina?" June exclamou em descrença.

"Shhh, fale baixo." Eu gemi, pressionando as palmas das minhas mãos nos olhos.

"Não me admira que você pareça tão azeda quanto um limão!" Ouvi June rir.

"Isso não é engraçado, June." Eu gemi na escuridão das minhas palmas.

"Talvez não, mas acho isso hilário." June suspirou, me fazendo abrir os olhos e encontrá-la vermelha como um tomate de tanto rir.

"Como isso aconteceu, afinal?" Sarah perguntou, claramente tentando ao máximo não rir também.

"Eu estava procurando por vocês na festa e ele me encontrou antes de eu encontrar vocês." Fiz uma careta, olhando para onde Flint estava sentado com seus amigos.

Eles estavam todos rindo de alguma coisa que ele disse, e antes que eu pudesse me virar, ele chamou minha atenção e piscou, fazendo o resto da mesa gargalhar.

"Que merda, você não está brincando." June agora estava quase sufocando de tanto rir.

"Por que diabos eu iria brincar sobre isso, June?" Bati minha cabeça em minhas mãos.

"Então, quando é o seu encontro?" Ela respirou fundo procurando por ar.

"Domingo."

"Talvez não seja tão ruim assim." Sarah tentou me encorajar.

"Sim, talvez", fiz uma pausa, "Se não fosse com a porra do Flint!"

"Tá bom, entendo o que você quer dizer." Ela olhou para onde ele estava sentado. "Eu também não gosto dele. Ele fez comentários inapropriados sobre June e eu."

"Não brinca, ele é um porco." June agora estava rindo mais ainda.

"Isso não é engraçado, June", eu rosnei.

"Ah, claro, pode continuar dizendo isso para se consolar."

Perseguindo o Goleiro Onde histórias criam vida. Descubra agora