Capítulo 1.

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Essa história se passa em 1448, período da idade média.

Leiam as notas finais e boa leitura! :)

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Oque geralmente se fala quando o assunto é conto de fadas? Que o príncipe resgata a princesa de laços maldosos ou até mesmo a desperta de um sono profundo com um beijo de amor verdadeiro, certo? Bom, não é isso que Zara está vivendo.

Seu pai, o Imperador Robert, arranjou um homem para casar sua filha para manter a hierarquia viva, não se importou com a idade de sua filha e a idade do homem que sua filha estava prestes a se unir em matrimônio.

– Você deveria me agradecer, Zara. – A voz rígida ecoou nos tímpanos sensíveis da garota, fazendo-a contorcer a face.

– Agradecer? Pai, esse homem tem 65 anos! Como quer que eu me case tão nova com um homem tão velho? – A garota apertava o tecido de seu vestido, depositando sua ansiedade ali.

– BASTA! - Levantou-se de seu trono em um impulso encarando a filha com um olhar extremamente enfurecido. – Eu que descido com quem irá se casar, eu descido a idade do homem e sou eu quem controla você. – Descia as poucas escadas indo em direção a filha, que por sinal, estava com medo. – Eu disse que irá se casar com ele e você vai, querendo ou não. Agora, vai se aprontar, está horrível nesse vestido.

– Sim, senhor...

[...]

Acendendo as velas no solo sagrado da sinagoga, Bartolomeu pensava na próxima coisa que iria alertar para seu filho. Ele já queria avisa-lo sobre isso já tinha algum tempo, mas o jovem era muito pequeno para entender com clareza. Aquele seria o momento ideal.

– Dominic, sente-se. – Chamou o filho que até então estava tirando poeira de alguns livros. O garoto se virou, largou o pano que segurava em cima de um pequeno móvel e se dirigiu até seu reverendo, que estava sentado em um banco.

O lugar era grande e um pouco iluminado por conta das janelas cristalinas, vários bancos enfileirados para os fiéis se sentarem para ouvir as palavras do reverendo.

– Quero que saiba de uma coisa que você tem que fazer quando se tornar o reverendo. – O olhar duro sobre o garoto era inegável.

– Pois diga-me, pai. – Não demostrava animação na voz, apenas disse aquilo para que fosse entendido que estava interessado no assunto, mas na verdade não estava.

– Existem mulheres que não merecem viver nesse mundo. – Foi direto e transmitiu rigidez na voz. – Quero que queime em praça pública toda mulher que foi nomeada como uma bruxa.

Dominic ficou meio assustado, ele sabia que existiam mulheres que sabiam usar plantas para curar pessoas, que vivam sozinhas sem um homem e que eram perseguindas, mas ele não sabia que seu pai as matava em praça pública. Ele dizia que fazia aquilo tudo, a mando de Deus.

Quando era criança, seu pai dizia que toda mulher que era denominada bruxa, era presa pelo resto da vida, ele não imaginava que seu pai presenciava aquele tipo de acontecimento. Estava nervoso.

Muito nervoso.

– Mas...por que eu teria que fazer isso? – Estava com receio de perguntar, estava com medo de seu pai gritar consigo por que ele não admitia algum tipo de refutação.

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