Capítulo 107

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Capítulo 107: Conexões

Quem disse que não há evidências?

"Namoro? Nunca ouvi falar disso." A garota ligeiramente gordinha da loja de conveniência ficou perplexa ao ver os policiais entrarem pela porta.

"Acho que não... não sei, nunca ouvi ela dizer que tinha namorado."

Quase ao anoitecer, Ren Qin estava prestes a sair do trabalho e também ficou surpresa.

Ela olhou para os dois vizinhos do andar de baixo que entraram por último, e uma suspeita surgiu em sua mente. Ela segurou o pano de limpeza e perguntou: "Ela... está... com problemas?"

Para Ren Qin, esta não era a primeira vez que entrava na delegacia.

As duas experiências anteriores não foram boas.

Ninguém sabia melhor do que ela que sentar naquela cadeira de madeira comum significava que alguém havia morrido. Ela reprimiu o coração acelerado e disse: "Por causa da dificuldade em se comunicar, Lanlan não falava muito. Quando conversávamos, muitas vezes usávamos a digitação. Ela escrevia o que queria dizer no bloco de notas do celular."

"Ela era uma garota muito simples e foi a primeira boa amiga que fiz quando cheguei em Huanan."

"Ela teve um dia de folga ontem e mencionou que iria ao cinema. Estava muito animada, aquele filme estava sendo reexibido após muitos anos, e ela, como todos os fãs, estava esperando ansiosamente."

O círculo social de Yu Lan era pequeno: amigos, colegas, e seu irmão mais novo. Quando todos foram questionados, ninguém sabia com quem ela ia se encontrar naquele dia.

Aquela pessoa escondia habilmente seus rastros.

A morte de Yu Lan tornou o caso, que já era difícil de desvendar, ainda mais complicado.

Se não fosse pela relação entre ela e Yu Yang, ninguém pensaria que este caso tinha alguma ligação com o de Hong Hai.

Outros policiais expressaram suas dúvidas: "Mesmo que a vítima do incêndio fosse a irmã de um estudante de Hong Hai, isso não significa que esteja relacionado ao caso de Hong Hai, certo? Não há uma conexão necessária, e sem evidências substanciais, tudo isso é apenas especulação subjetiva!"

Já era noite.

Depois de um dia agitado, Chi Qing e Xie Lin estavam se preparando para ir embora.

Do lado de fora, o vento soprava forte.

Xie Lin colocou o casaco sobre os ombros de Chi Qing. Ao abrir a porta, ouviu a objeção de um colega policial. Xie Lin hesitou, com a mão ainda no vidro da porta.

Ele lembrava-se daquele policial.

Durante a reunião de mesa redonda, quando se discutia se ele poderia voltar à delegacia, aquele policial foi o primeiro a discordar.

"Investigar casos não é questão de intuição, mesmo que você consiga prever a psicologia do assassino—"

O policial fez uma pausa e continuou: "Enfim, sem provas, e sem motivo claro para o assassinato, as características das vítimas são diferentes. Eu acho que o caso do incêndio foi apenas um acidente, não deveria ser investigado em conjunto."

Su Xiaolan, que estava ao lado, percebeu que o assunto não estava indo bem e puxou a manga do policial: "Está tarde, vamos encerrar por hoje. Podemos discutir isso amanhã."

Xie Lin ajustou sua expressão antes de se virar. Seu rosto estava normal, mas Chi Qing percebeu que ele raramente mudava de expressão, seja cumprimentando as pessoas, saindo debaixo da cama para assustar um criminoso, ou acelerando o carro para colidir com algo – ele sempre sorria, com as sobrancelhas levemente arqueadas.

PERSONALIDADE PERIGOSA [BL]Onde histórias criam vida. Descubra agora