Capítulo 158

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Capítulo 158: Batida na Porta

Até o décimo dia após a morte do meu filho, às seis e quarenta da noite, alguém bateu à porta da minha casa.

No parque de diversões.

Vários detetives veteranos testemunhavam pela primeira vez uma situação em que um refém mantinha outro refém.

"Temos um refém entre nós?" perguntou um dos detetives, incrédulo. "Um refém? Eu ouvi direito?"

Não importava o quão bizarra fosse a situação, eles observavam impotentes enquanto um jovem policial escoltava uma mulher de meia-idade e abria a porta que ninguém mais ousava abrir.

A mulher olhou para a cena caótica no quarto, claramente perdida. Ela viu as manchas de sangue na pia e, instintivamente, deu um passo para trás.

A mão de Z, que estava apertando o pescoço da criança, afrouxou ligeiramente: "Mamãe?"

A palavra "mamãe" saindo da boca de Z tinha uma qualidade estranha e inexplicável. O sangue no rosto do homem secava lentamente, escorrendo pela testa e passando pelos olhos.

A mulher, determinada a proteger seu filho, ainda tossia enquanto falava: "Não se preocupe, eu vou te proteger. Não se preocupe comigo. Cof, cof... Você deve fugir, procurar uma oportunidade para escapar."

Isso era, na verdade, uma aposta.

Ninguém sabia qual seria o impacto dessa "mamãe" em Z.

Subconscientemente, todos achavam impossível.

Um homem como ele, incapaz de ter sentimentos por qualquer um.

Incapaz de afrouxar a mão por causa de outra pessoa.

Mas, surpreendentemente, a mão de Z relaxou por um momento.

No segundo seguinte, sua mão apertou novamente, e ele disse: "Mamãe, eu não posso escapar, e eu não quero escapar."

"Isso é insano," disse um detetive observando a cena do lado de fora. "E do outro lado está um indivíduo altamente perigoso. Quem vai se responsabilizar se algo der errado?"

Alguém respondeu em voz baixa: "O consultor Chi disse que não haveria problema."

Vinte minutos antes, devido à perda de sangue, Chi Qing, protegido por Xie Lin, conseguiu sair durante o caos e entrou no carro de Ji Mingrui.

Detetive: "Ele disse que não haveria problema? Ele tem tanta certeza assim? Ele se responsabiliza se algo der errado?"

Como para confirmar suas palavras, a situação dentro do quarto tornou-se ainda mais caótica com a chegada de Yang Yan. Ela empurrou Ji Mingrui loucamente e correu em direção a Z, protegendo-o com os braços abertos e dizendo: "Eu não vou deixar ninguém te machucar. Eu não vou deixar eles te machucarem."

Z disse: "Eu matei pessoas."

Yang Yan: "Eu sei."

Raramente se via emoções humanas no rosto de Z, mas neste momento, o vermelho em seus olhos e as veias pulsando em seus pulsos o faziam parecer mais humano.

Z, com os olhos vermelhos, repetiu: "Eu matei muitas pessoas."

Yang Yan, com uma voz suave, disse: "Eu sei de tudo."

Z: "Você não vai me culpar?"

Yang Yan: "Você é meu filho. Não importa o que você faça, eu nunca vou te culpar."

Z ficou atordoado por um momento.

Mas a mudança aconteceu num instante. Enquanto Yang Yan dizia suavemente 'Eu não vou te culpar, mamãe sempre te amará', ela aproveitou a distração de Z e se jogou sobre ele, segurando firmemente sua mão, afastando-a do pescoço da criança. Inesperadamente, ela empurrou a criança para longe!

PERSONALIDADE PERIGOSA [BL]Onde histórias criam vida. Descubra agora