capitulo 6

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Rotina

Na manhã seguinte, acordei com a luz do sol entrando pelas cortinas e o cheiro delicioso de café. Matheo já estava na cozinha, preparando o café da manhã. Quanto tempo fazia que eu não via alguém assim? Ele parecia tão natural, tão à vontade, que por um momento, parecia que estava vendo um namorado.

— Bom dia — disse ele ao me ver. — Espero que tenha dormido bem.

— Bom dia. Sim, dormi bem. E você? — respondi, me sentando à mesa.

— Também.

Sentamos para tomar café juntos, cada um perdido em seus próprios pensamentos. O silêncio não era desconfortável; sabíamos que devíamos conversar, mas não precisávamos de muito para entender que ambos ainda tínhamos que organizar nossos pensamentos. Então, o café silencioso era regado de paciência e compreensão.

Depois do café, decidi que era hora de começar a procurar um emprego. Precisaria ajudar nas despesas da casa, com o aluguel e a comida. Não podia depender apenas do que Matheo poderia prover. Eu precisava de um emprego fixo, algo que me desse uma sensação de segurança e independência.

— Vou sair para entregar alguns currículos hoje — disse a Matheo, enquanto lavava a xícara de café.

Ele me olhou, surpreso, mas assentiu. — Boa sorte. Se precisar de alguma coisa, me avise.

— Obrigada. Vou ficar bem — sorri, tentando parecer mais confiante do que me sentia.

Peguei minha bolsa, onde já tinha guardado vários currículos impressos, e saí pela porta. O dia estava ensolarado, mas havia uma brisa fresca que tornava a caminhada até o ponto de ônibus mais agradável. Durante o trajeto, pensei nas possíveis oportunidades de trabalho. Já fazia um tempo que eu não procurava emprego, então não sabia exatamente o que esperar.

Entrei no ônibus, sentindo um misto de ansiedade e determinação. Tinha pesquisado algumas empresas e lojas que poderiam estar contratando, e esperava conseguir ao menos uma entrevista.

A primeira parada foi em uma cafeteria no centro da cidade. A gerente parecia simpática e disse que estavam contratando baristas. Deixei meu currículo e agradeci pela oportunidade. Em seguida, fui a uma livraria, onde também estavam procurando por assistentes. A entrevista foi rápida, e o gerente prometeu entrar em contato em breve.

Ao longo do dia, entreguei currículos em várias lojas, restaurantes e escritórios. Cada lugar me dava uma pequena esperança de que algo positivo poderia surgir. O sol já estava começando a se pôr quando decidi que era hora de voltar para casa.

Cansada, mas satisfeita com o esforço, entrei na casa que agora chamava de lar. Matheo estava na sala, parecendo concentrado em alguns papéis espalhados sobre a mesa de jantar.

— Como foi o seu dia? — ele perguntou, levantando o olhar ao me ver entrar.

— Bem produtivo. Entreguei vários currículos. Agora é esperar e torcer para conseguir alguma coisa.

Ele sorriu, um gesto que começava a parecer mais natural para mim. — Tenho certeza de que algo vai aparecer. Você é muito capaz, Jihae.

Agradeci com um aceno de cabeça, sentindo uma onda de alívio por ter dado o primeiro passo. Sabia que encontrar um emprego não seria fácil, mas estava determinada a fazer tudo o que fosse necessário para contribuir com nossa nova vida juntos. Pelo menos pelo tempo que durar.

***

Quando Jihae saiu de casa, fiquei observando pela janela enquanto ela caminhava até o ponto de ônibus. Essa não era a esposa que eu esperava. Quando aceitei o acordo do meu avô com o velho Ha, imaginava uma garota mimada e birrenta, que faria cenas pela casa minúscula e reclamaria de tudo. Não esperava que ela fosse procurar emprego ou que a família Ha permitisse isso para sua herdeira.

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⏰ Última atualização: Jul 11 ⏰

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