Rotina
Na manhã seguinte, acordei com a luz do sol entrando pelas cortinas e o cheiro delicioso de café. Matheo já estava na cozinha, preparando o café da manhã. Quanto tempo fazia que eu não via alguém assim? Ele parecia tão natural, tão à vontade, que por um momento, parecia que estava vendo um namorado.
— Bom dia — disse ele ao me ver. — Espero que tenha dormido bem.
— Bom dia. Sim, dormi bem. E você? — respondi, me sentando à mesa.
— Também.
Sentamos para tomar café juntos, cada um perdido em seus próprios pensamentos. O silêncio não era desconfortável; sabíamos que devíamos conversar, mas não precisávamos de muito para entender que ambos ainda tínhamos que organizar nossos pensamentos. Então, o café silencioso era regado de paciência e compreensão.
Depois do café, decidi que era hora de começar a procurar um emprego. Precisaria ajudar nas despesas da casa, com o aluguel e a comida. Não podia depender apenas do que Matheo poderia prover. Eu precisava de um emprego fixo, algo que me desse uma sensação de segurança e independência.
— Vou sair para entregar alguns currículos hoje — disse a Matheo, enquanto lavava a xícara de café.
Ele me olhou, surpreso, mas assentiu. — Boa sorte. Se precisar de alguma coisa, me avise.
— Obrigada. Vou ficar bem — sorri, tentando parecer mais confiante do que me sentia.
Peguei minha bolsa, onde já tinha guardado vários currículos impressos, e saí pela porta. O dia estava ensolarado, mas havia uma brisa fresca que tornava a caminhada até o ponto de ônibus mais agradável. Durante o trajeto, pensei nas possíveis oportunidades de trabalho. Já fazia um tempo que eu não procurava emprego, então não sabia exatamente o que esperar.
Entrei no ônibus, sentindo um misto de ansiedade e determinação. Tinha pesquisado algumas empresas e lojas que poderiam estar contratando, e esperava conseguir ao menos uma entrevista.
A primeira parada foi em uma cafeteria no centro da cidade. A gerente parecia simpática e disse que estavam contratando baristas. Deixei meu currículo e agradeci pela oportunidade. Em seguida, fui a uma livraria, onde também estavam procurando por assistentes. A entrevista foi rápida, e o gerente prometeu entrar em contato em breve.
Ao longo do dia, entreguei currículos em várias lojas, restaurantes e escritórios. Cada lugar me dava uma pequena esperança de que algo positivo poderia surgir. O sol já estava começando a se pôr quando decidi que era hora de voltar para casa.
Cansada, mas satisfeita com o esforço, entrei na casa que agora chamava de lar. Matheo estava na sala, parecendo concentrado em alguns papéis espalhados sobre a mesa de jantar.
— Como foi o seu dia? — ele perguntou, levantando o olhar ao me ver entrar.
— Bem produtivo. Entreguei vários currículos. Agora é esperar e torcer para conseguir alguma coisa.
Ele sorriu, um gesto que começava a parecer mais natural para mim. — Tenho certeza de que algo vai aparecer. Você é muito capaz, Jihae.
Agradeci com um aceno de cabeça, sentindo uma onda de alívio por ter dado o primeiro passo. Sabia que encontrar um emprego não seria fácil, mas estava determinada a fazer tudo o que fosse necessário para contribuir com nossa nova vida juntos. Pelo menos pelo tempo que durar.
***
Quando Jihae saiu de casa, fiquei observando pela janela enquanto ela caminhava até o ponto de ônibus. Essa não era a esposa que eu esperava. Quando aceitei o acordo do meu avô com o velho Ha, imaginava uma garota mimada e birrenta, que faria cenas pela casa minúscula e reclamaria de tudo. Não esperava que ela fosse procurar emprego ou que a família Ha permitisse isso para sua herdeira.
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Casamento por Vingança
RomanceSuh Taeyang, disfarçado como Matteo, um desempregado qualquer. Ele planeja se vingar da família Ha, usando um casamento arranjado como seu trunfo. Contudo, seus planos encontram obstáculos inesperados. Ha Jihae! Uma das herdeiras mais cobiçadas do...