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Depois de encontrar Daisy na casa dela, de madrugada, e quase ter tido uma concussão por conta do livro de física que ela arremessou na minha cabeça, tínhamos um acordo!

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Depois de encontrar Daisy na casa dela, de madrugada, e quase ter tido uma concussão por conta do livro de física que ela arremessou na minha cabeça, tínhamos um acordo!

Olhei para o celular, e vi sua foto no perfil do falegram. Voltei para o Complexo, enquanto o dia amanhecia. Chamávamos assim, nossa cobertura, pois parecia mais estiloso. Ethan começou com esse costume e logo pegamos essa mania.

-Falou com ela? -Tom perguntou, assim que botei os pés em casa.

Noah, Ethan e Waze apareceram como mágica.

-Sim. -Tirei a máscara e retirei o capuz. -Ela concordou.

Eles soltaram o ar que estavam prendendo.

-Ótimo. -Tom diz, exasperado. Parecia que ele estava mais apreensivo que todos. Seus cabelos com luzes estavam apontando em todas as direções e ele tratou de passar os dedos, pondo-os em ordem. -Então podem se arrumar, pois nós vamos dar uma nota à imprensa sobre isso. -Ele diz para nós quatro, já voltando seu olhar para o celular e indo em direção ao pequeno estúdio que ficava ali no Complexo.

Os meninos assentiram, indo para o corredor dos nossos quartos.

Cada um distraído, mas sem questionar nada.

Algo dentro de mim -a criança traumatizada que estava guardada-, olhou aquilo e ficou alegre. Estava atrás dele, e eles estavam quase alcançando suas portas.

-Meninos. -Os chamo e os três se viram para mim.

Se eu estava sem dormir com motivo, eles estavam sem dormir por motivo nenhum. Pior: por bobeira minha. Embora jamais me acusassem, nem reclamassem, sabia que devia agradecer e me desculpar:

-Sinto muito de nos expor assim. Sei o quanto é arriscado, sei que cada um tem seus motivos de ainda manter o anonimato... -Falo e olho meu tênis. -Não sei o que faria sem vocês. -E era verdade, e não só por aquilo.

Quando eu cheguei ao orfanato, eu não passava de uma criança. Meu corpo estava com hematomas e escoriações, e eu já carregava uma bagagem pesada demais para a idade. Eu pensei que estaria sozinho. Foi quando Noah chegou. Ele estava tão machucado, ou até pior. Mas quando eu acordava a noite, chorando, ele descia do seu beliche e me abraçava, como um irmão. Assim, como fiz com ele. E quando Waze e Ethan chegaram, dividindo o quarto conosco, igualmente. Eles estavam sempre por mim. Quando criança, quando adolescente, e parece que como adulto também. Eu iria amá-los e ser profundamente grato a eles. Passasse o tempo que for, eu sempre iria ser grato e não haveria como agradecer, principalmente agora que estava ameaçando expô-los para o mundo.

Noah logo se vira para mim:

-Para com isso. -Me puxa para um abraço apertado.

-Nós entendemos suas motivações. -Waze comenta, ajeitando os óculos no nariz.

PLATÔNICO- série Renegados- livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora